Capítulo 59 - 1946

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N.A.: Agora esta é um pouco da vidinha deles quando se conheceram em 1946 🥺💛 Tbm amo essa vida e escrevi baseada num amor intenso que senti por uma pessoa, então esse capítulo me deixa meio sentimental 😂💓 Espero que vocês gostem tbm!




1946 d.C

Alguém estava esmurrando a porta.

Magnus esforçou-se para abrir os olhos, mas não conseguiu, e gemeu frustrado, enquanto as batidas continuavam sem trégua. Em sua mente nublada pelo álcool e dolorida da ressaca, o som parecia ainda maior e fazia com que ele estremecesse de dor.  Inferno. Quantas vezes tinha dito a si mesmo que não ia mais beber? Ele tentou se firmar em algo para se levantar, e percebeu, desgostoso, que estava no chão da sala.

As batidas altas continuavam e ele colocou os dedos indicadores e polegar sobre os olhos, obrigando-os a abrirem. Piscou, enquanto seu estômago se contraía e sua mente rodava. Com os pulsos sobre o chão, engatinhou-se e arrastou-se sobre o chão até que conseguisse alcançar a mesa e tateou por ali até encontrar a chave. Quem poderia ser a essa hora?

 Com um esforço sobrenatural, pôs-se de pé. Sabia que estava, ele mesmo, uma bagunça. Uma bagunça completa. Mas era assim que se sentia desde que… bem… desde que tudo tinha dado tão errado após parecer que ia dar tão certo. Seu corpo se repuxou com a violência da náusea, mas ele não comia nada há uns três dias (ou seriam quatro?),  então não havia nada para sair. Ainda assim, a sensação era horrível.

- Estou indo! - grunhiu para quem quer que fosse, e tentou ajeitar os cabelos que estavam espetados em todas as direções - Espere um instante.

Felizmente as batidas cessaram após seu aviso e ele massageou as têmporas tentando diluir a dor aguda ali. Novamente perguntou-se quem seria, enquanto ajeitava a camiseta para parecer minimamente civilizado. Estava escalado para o voluntariado apenas no dia seguinte… não deveria ser alguém da Cruz Vermelha, não é? Nem do hospital. Talvez fosse algum vizinho precisando de ajuda.

Obrigou-se a engolir um gole de água e ela bateu em seu estômago vazio com força, fazendo-o contrair-se dolorosamente. Inferno, inferno, inferno. Magnus respirou fundo, julgou, pelo espelho embaçado, que poderia sair sem assustar muito, e obrigou-se a caminhar pelo corredor estreito até à porta de entrada.

Só ali percebeu que estava com um pé em um sapato e o outro apenas de meia. Dane-se pensou. Não estava em condições de ir buscar o outro pé de sapato, e sua magia andava tão… para baixo que ele não ia gastar energia com isso. Girou a chave na maçaneta e abriu a porta devagar.

Então a visão ali lhe fez cambalear. Dois degraus abaixo, na escadinha de entrada, Alexander estava parado. Magnus apertou a maçaneta, sentindo as pernas tremerem. Piscou os olhos e apertou-os, mas a imagem não estava sumindo.

- Mag… hm…Bane - o outro chamou, olhando-o com algo muito próximo  de receio - Eu posso entrar?

Magnus sacudiu a cabeça, confuso. O que Alexander estava fazendo ali? Se ele podia entrar? Meu Deus, sim… claro. Não havia nãos que ele pudesse dizer para Alexander. Ainda assim, não estava encontrando as palavras, então apenas girou o corpo e deixou-o entrar. Estava tão entorpecido que não conseguiu ajudá-lo com as muletas e nem com a… mala. Céus, havia uma mala?

Alexander subiu os degraus restantes e passou por ele, entrando na casa. Magnus olhou rapidamente para ele, depois olhou para fora e fechou a porta. Ainda era madrugada e o dia não demoraria a amanhecer. O corredor era estreito, e Alexander ficou parado ali, olhando para o chão, obviamente sem saber o que dizer. Magnus também não sabia. Todo seu corpo estava se arrepiando dolorosamente. Afinal, era Alexander. Seu grande amor. Dentro da sua casa. Onde ele disse que nunca mais pisaria.

Servidão e Liberdade || Malec Where stories live. Discover now