Servidão e Liberdade || Malec

Capítulo 49

- Uma emboscada? - a voz de Magnus era sutil, mas certeira - Não creio que exista algum fato que sustente sua desconfiança, Magrit. Contudo, se continua pensando assim, pode se retirar, antes que as coisas comecem de verdade.

- Ora essa, Bane - ela abanou as mãos - Não leve para o lado pessoal. Um Lightwood está do lado que nos ataca, e temos dois deles aqui. O que nos garante que eles não estão trabalhando juntos?

Izzy, que estava um pouco afastada, caminhou até perto de Alec e eles encararam juntos os outros que se encontravam ali. Havia muito silêncio e tensão ali. Alec respirou fundo e tomou a palavra.

- Todos os senhores, e senhoras - acrescentou, olhando para a feiticeira Magrit - sabem das recentes tensões entre nós e nosso pai.

- Estamos sabendo agora, tanto quanto vocês - Izzy disse - de que ele virá junto com Valentim.

- Não estamos e nem somos aliados a ele - Alec continuou - Quem ficar, verá.

Os outros olharam para eles, sem dizerem nada. Alec achou que pudesse ter exagerado, afinal absolutamente ninguém tinha dito que estava indo embora. Ele olhou para Magnus que acenou positivamente com a cabeça, dando apoio. Mas após o breve pronunciamento dos dois, a tensão pareceu se esvair um pouco, apesar de que o medo estava redobrado.

- Vamos pagar para ver, Lightwood - Magrit disse, balançando os fios ruivos contra eles - É melhor que esteja sendo sincero.

Quando eles voltaram a conversar entre si, Alec suspirou e olhou para Izzy. Encontrava nos olhos da irmã a mesma angústia que sentia dentro de si. Na última vez em que estiveram face a face com o pai, ele tinha esfaqueado Alec e chutou Izzy no estômago, criando um hematoma que demorou várias semanas, além de dores internas constantes.

Desta vez era diferente. Ele estava vindo para matar. Alec não duvidava em nenhum momento que Robert pudesse matá-los sem hesitação. Mas dentro de si, não encontrava a mínima disposição nesse sentido. Não sabia se podia derrotar Robert, porque a única forma de derrotá-lo seria matando-no. E Alec não sabia se conseguia fazer isso.

- Você acha que… Maryse está com ele? - Izzy perguntou.

Alec sacudiu a cabeça. A mãe sempre fora rígida e distante. Tão fria quanto pedra. Alec não tinha como saber se ela se aliaria ao pai ou não.

- Não sei - ele disse para a irmã - Acredito que não. Ela deve estar cuidando de Max. Talvez.. talvez ela nem saiba disso.

- Sim, sim - Izzy respondeu, querendo acreditar - Talvez ela nem saiba.

- Sinto muito que isso tenha acontecido - Magnus se aproximou deles, cautelosamente.

Alec olhou para ele, ansioso. Amava a mania de Magnus sempre procurar abraços quando estava mal. Queria desesperadamente fazer isso agora, mas não podia, e isso lhe deixava triplamente mal.

- É horrível - Izzy fungou - Mas o que podemos fazer?

- Está havendo um processo interno na Clave - Ragnor também se aproximou - Para expulsá-lo.

- E como você sabe todas essas coisas? - Alec perguntou, sentindo uma leve irritação.

- Eu tenho minhas fontes - ele levantou as sobrancelhas.

- Claro que tem - Alec murmurou. Tentou se acalmar. Não podia matar o mensageiro.

- Eu vou lutar com você - Magnus disse - Mas talvez precisarei me deslocar até outra frente… Estou preocupado, pois tenho certeza de que ele vai mirar você.

- Eu estarei bem - Alec disse, embora não estivesse certo disso.

- Você não vai lutar com ele - Jace se aproximava, com o cenho franzido - Sinceramente, para o quê mais eu estaria aqui?