Capítulo 58 - Obrigado por ter vindo

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N.A.: ainda uma continuação de 2118. Eu já falei que amo essa vida deles? 🥺💛






Magnus jogou o celular longe, e grunhiu em frustração. Em que porra de vida ele conseguiria ter tanto autocontrole?

Dê tempo a ele, dê o tempo necessário. Ele virá.

Mas ainda assim, seu estômago continuava se contraindo de ansiedade e ele tinha dormido muito pouco. Alexander disse que ia ligar. Mas não ligou. Não ligou. Três dias tinham se passado e Magnus estava a ponto de pegar o celular e ligar. Simplesmente ligar. Mas várias vidas ao lado de Alec tinham lhe ensinado que as coisas fluíam muito melhor quando ele simplesmente respeitava o ritmo dele.

E Alec sempre vinha, não é? Ele sempre vinha.

Ele respirou fundo tentando se acalmar. Conteve o impulso de pegar o celular e ficar olhando para a foto dele. Fotos de Alexander eram o que não faltavam em sua casa. Fotos, vídeos, roupas dele. Ainda assim, ele nunca se cansava de olhar para elas. Porque em cada vida, algo era ligeiramente diferente. E Magnus notava isso imediatamente. Desta vez, ele tinha o formato das orelhas ligeiramente menor e as linhas do lábio superior tinham uma queda menos acentuada.

Certa vez, Cat perguntou como ele sabia quando encontrava Alec. E se fosse apenas um sósia? Mas tinha algo. Algo que não deixava dúvidas. A primeira coisa era o olhar que ele reconheceria em qualquer lugar, em qualquer época. Quando Alec olhava para ele, seu corpo imediatamente respondia, seu coração batia desesperado contra as costelas, sua pele se arrepiava...

E depois: eles eram inevitavelmente atraídos um para o outro. Sempre orbitavam ao redor um do outro, primeiro lentamente, cautelosamente (porque Alec era assim) e depois com mais frequência e intensidade, até que estivessem devida e definitivamente juntos.

Magnus suspirou pensando na forma como tinha se perdido cerca de um ano atras. Ele tinha encontrado, em Londres, um rapaz muito parecido com Alec. O nome dele era Matthew.

Algo lhe disse que não era.

Mas era tanto tempo longe de Alec que Magnus quis desesperadamente acreditar que pudesse ser. Matt não tinha nenhum interesse nele. Matt era obviamente hetero. Magnus não sentia o desconcertante calor que corria em suas veias a cada vez que encontrava Alec.

Ainda assim, continuava indo ao café em que Matt trabalhava. Precisava tanto de Alec que uma sósia dele era quase como uma leve anestesia para o mar de dor em que estava nadando. Ele sempre se perguntava como Alec conseguia voltar, e se ele conseguiria na próxima vez. E sempre sofria quando o tempo ia passando e ele ainda não tinha aparecido.

E dessa vez levou tanto tempo.

Então ele sempre ia olhar para Matt a fim de renovar suas esperanças de que Alec viria. Ele se contentava em olhar, porque além da aparência, Matt não era nada como Alec. Sua personalidade era tão diferente e seu olhar era tão estranho... mas Magnus se agarrava às semelhanças para conseguir suportar os dias.

Então, um belo dia Matt não estava lá.

Matt não estava.

Magnus chorou no caminho de volta. Magnus pediu ajuda dos amigos para encontrá-lo e seu coração ficou triste quando soube que Matt tinha morrido em um acidente de carro.

Então ele decidiu ir a Londres levar flores ao seu túmulo. Seu coração não lhe disse nada quando viu que o motorista do táxi aéreo era J. Wayland. Sua busca incessante por qualquer coisa que conectasse a Alec tinha lhe mostrado que ele viria da forma mais aleatória possível. E existiam muitos Waylands. O sobrenome não era indicativo de que Alec estivesse por lá.

Servidão e Liberdade || Malec Where stories live. Discover now