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O vento forte balançou as cortinas, causando um pequeno barulho na casa escura.

Em frente a lareira segurando uma taça com sangue e vinho, Hope suspirou satisfeita. No sofá a sua esquerda estava o corpo de Samantha, a mulher que lhe negou informações.

Com um sorriso no canto dos lábios ela bebericou o líquido, sentindo uma formigação gostosa em seu paladar; seus olhos se reviraram quando o som de passos atrapalhados se misturou com o da chuva do lado de fora.

"Eu sei que pode me ouvir, abra a porta" Ouviu a voz de Freya e junto com os batimentos cardíacos da tia ouviu mais dois. Fazendo que um sentimento incômodo lhe invadisse por alguns segundos; ela desfilou até a porta de entrada e respirou fundo a escancarando.

— Eles precisam da mãe.-Freya adentrou a casa, com os gêmeos no colo.

— Eles parecem muito bem para mim.-Hope a respondeu, tomando mais um gole de sua bebida.

— Estão, Hayley está fazendo um bom trabalho enquanto a mãe deles decide brincar de assassinato em massa.-Rebateu a bruxa, impaciente.

Hope revirou os olhos mais uma vez, fechou a porta para impedir que o frio entrasse mais do que já havia e seguiu Freya até em frente a lareira. A bruxa a olhou incrédula ao se deparar com o cadáver sobre o sofá, colocou os gêmeos no chão e tapou seus olhinhos com as mãos.

— Por que isso ainda está aqui?-Freya indagou a ela. A fúria era visível em seus olhos.— Você sabia que eu viria com eles, eu sempre venho!

— Não é como se eles entendessem.-A tríbida deu de ombros.— Olha bebês, a moça está dormindo.-Sorriu.— Qual é, eles nem viram nada, não precisa me olhar desta forma.

Freya negou com a cabeça, carregando os gêmeos novamente.

— Suma com isso.-Ordenou loira, fazendo-a estalar os dedos. A mulher se desintegrou e suas cinzas se espalharam com o vento.— Ótimo, agora ela está por toda casa.

— O que você quer, tia Freya? Claro, além de vir criticar o meu método de sumir com os mortos.-Ironizou a mais nova.— Eu deixei bem claro que não deveria trazê-los aqui e veja só, aqui estão eles!

Hope nem mesmo conseguia encarar os filhos por mais de segundos, os olhos brilhantes a lembrava de quem estava tentando esquecer e isso ardia em seu interior, oscilando sua humanidade. Ela não deveria sentir nada, claro que não; mas olhar os rostinho gordinhos sempre trazia alguma fagulha de sentimentos.

— É, você disse.-Freya revirou os olhos.— Mas eles chamam pela mãe e se eu não me engano, você é a mãe aqui.

— Acredite, não é por mim que eles chamam.

Noah a chamou com a mão, fazendo-a mais uma vez desviar o olhar dos pequenos em sua frente. Hope passou pela tia em busca de sua taça que por algum motivo já não estava em suas mãos e sim sobre a mesinha de centro, ao lado da garrafa.

Mamain.-Ouviu a voz do filho, e a taça se chocou contra o chão.

— Saia.-Ela ordenou para a tia, rangendo os dentes para conter as lágrimas.— Eu quero que saia!

— A chuva aumentou, Hope.-Freya disse, balançando os sobrinhos que agora choravam.— A menos que queira que eles adoeçam.

— Então fique com a maldita casa!-Esbravejou a ruiva, saindo pela porta. Ignorando os chamados da tia.

Hope se escorou na parede do beco a uma certa distância da casa que residia, seu cérebro esquentava de maneira agressiva latejando todos os nervos. Seu vestido encharcado grudou em suas curvas fazendo-a rosnar, sumiu entre as gotas da chuva com sua velocidade sobrenatural; deixando para a trás o gatilho que fazia sua humanidade oscilar.

The New Hope For Me  (2° E 3°TEMPORADA)Where stories live. Discover now