3.22

1.2K 162 118
                                    

Quando a dor da traição bate na porta, fica impossível segurar o choro.

Mesmo sem humanidade ela sentia seu peito partindo no meio, sendo aberto por uma lâmina com ela ainda viva. Não importava quanto ela se distanciava de sua família, não importava o quão longe ela se encontrava longe de seus irmãos, a dor se tornava cada vez mais sufocante.

Com o choro engatado na garganta ela se aproximou do lago, não estava mais em Nova Orleans e muito menos em Mistic Falls, a vantagem de ter uma velocidade fora do "comum" dos seres sobrenaturais era que poderia chegar onde nunca imaginou em apenas alguns segundos.

Seu reflexo borrado pelo balançar da água, a ventania se tornava cada vez mais forte e o som dos trovões assustavas os nativos daquela pequena cidade.

— Você está bem? - A voz suave e feminina atraiu sua atenção, os olhos esverdeados tristes e abatidos se viraram em direção a mulher.

Cabelos curtos e castanhos, gordinha e com um sorriso gentil em seu rosto.

Ela deveria ter ido para casa

O que você faria se fosse traída? - Perguntou S/n McCall, surpreendendo a mulher. — Você iria embora ? Se esconderia? Perdoaria?

— Não entendo.. - A mulher franziu a testa e ao encarar por mais alguns segundos os olhos esmeraldas de S/n, ela suspirou. — Eu, sinceramente ficaria com muita raiva, depositar a confiança em alguém e depois ver que ela cagou e me traiu.. acho que eu iria querer destruir a pessoa.

Isso

— Mas.. - Não.. — Eu acho que eu perdoaria, ouviria o lado da pessoa primeiro, conversaria. - Resposta errada.

S/n sorriu, usando de sua velocidade ela parou em frente a mulher que assustada tentou correr, mas não conseguiu, S/n a manteve ali. Parada, sufocando com seu próprio sangue enquanto sentia o veneno da quimera queimando-lhe toda a pele, derretendo suas veias.

Quando o corpo amoleceu, S/n se afastou limpando a boca coberta de sangue com a costa de sua mão, entretanto o sangue da mulher gentil não fôra suficiente para cessar a sua sede por sangue.

O que fez assim, ela bater em porta em porta daquela cidade pequena e se alimentar de quem a atendesse.

No final da noite, sentada em cima do balcão de um bar com corpos sem vidas espalhados por cada lado, ela desfrutou da bebida barata que antes o homem vendia.

Um único sobrevivente a olhava, estático enquanto a observava virar o líquido alcoólico em sua boca, trêmulo temendo por sua vida.

— Quem..

— Quem eu sou? - Ela o cortou. — O diabo, eles dizem. - Sorriu. — Traído pela própria família, quer saber como?

Ele não respondeu, estava com medo de dizer sim e ser morto ou dizer não e ter as tripas arrancadas ainda vivo.

— A mulher que me trouxe ao mundo, aquela que deveria me proteger dos monstros e me dar amor e carinho fez tudo ao contrário. Me abandonou para morrer, me desprezou, me maltratou e sabendo disso, eles esconderam de mim a volta dela ao mundo dos vivos. Parece algo bom de se fazer? - Com um pulo ela desceu do balcão, se aproximou do homem e se inclinou, o amedrontando ainda mais. — Beba.. - Ela sorriu, despejando o álcool na boca do homem. — O que você faria?

— Eu.. - Ele a olhou, sabia que ela não queria palavras reconfortantes ou gentis. Era o diabo, ela queria matança. — Faria doer neles mais do que doeu em mim.

Bingo

S/n sorriu, dando leves batidas no ombro do homem.

— Como faria? - Ela questionou, afastando-se do homem em busca de uma nova garrafa de bebida.

The New Hope For Me  (2° E 3°TEMPORADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora