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Enquanto corria para longe de sua predadora, ela sorria sentindo a sua liberdade.

Madalena Scott se apoiava entre as árvores para facilitar sua locomoção, sua perna esquerda estava com um corte fundo causada pela garra de um dos lobos de S/n, mas mesmo assim ela sorria.

Estava livre.

Solta.

Assim que avistou a estrada a pouca distância de si, ela alargou ainda mais o sorriso. Tal que se foi assim que viu quem a esperava no fim da floresta.

— Indo a algum lugar? - A voz carregada de sarcasmo assustou os pássaros. — Acho que não.

Madalena deu meia volta, forçando seus passos cambaleantes irem mais rápido do que conseguiam.

Um gargalhar se espalhou e quando Madalena olhou para trás, o seu fim havia sumido de onde estava. O som das folhas secas sendo amassadas a fez começar a correr novamente enquanto gritava por ajuda.

— Não há ninguém por perto e certamente ninguém te salvará. - Gargalhou. — Tenho um lugar especial para você, nas catacumbas da minha casa. Um presente para a minha esposa.

Madalena teve o corpo jogado no chão por uma força sobre-humana, sua visão turva se abrindo lentamente se deparou com o céu ensolarado, seria seu fim?

Algo a dizia que não enquanto a arrastava floresta a dentro, ou melhor:

Alguém a dizia.

Com o decorrer com os dias se passavam, Madalena perdia a mente no projeto inventado por ela mesmo. Se tornou uma cobaia, se tornou a caça e seu caçador a visitava de trinta a trinta minutos.

E no momento que ela ouviu o ranger da porta de aço, ela suplicou pela milésima vez. Ela implorou entre o choro desesperado enquanto se debatia para se livrar da agulha, mas Hope parecia não ouvi-la.

Ela não queria atender o pedido de misericórdia da mulher que causou dor aos seus filhos e esposa. Para Hope, Madalena era a culpada e nada que ela dissesse ou oferecesse a livraria da punição que lhe aguardava. No fim, quando Madalena apagou novamente, Hope saiu da catacumba com seu rosto sério como passou a ser costume.

Ninguém a via sorrir desde o momento que S/n resolveu sumir durante dois dias.

Dois dias que ela sequer conseguia degustar de uma gota de vinho sem se lembrar das palavras cruéis de sua esposa para sua filha, do choro de Astra quando voltaram para casa naquele dia.

A Tríbida suspirou antes de entrar no quarto da filha mais uma vez.

— Vá tomar um banho, meu amor. - Hope sussurrou, sentando-se na beirada da cama de Astra. A adolescente estava trancada no quarto há dois dias inteiros. Astra continuou imóvel e em silêncio. — Escute, minha filha.. o que sua mãe disse..

— Não a defenda.. - Astra a cortou, sua voz cheia de dor e rancor. — Você não pode ficar do lado dela, não pode.

— Não estou - Hope suspirou. — Apenas não deixe que sua raiva silencie sua intuição. Nós duas sabemos que foram palavras vazias e sem verdade alguma.

O silêncio mais uma vez se fez presente no quarto escuro e sem felicidade de Astra, a adolescente ruiva se negava a sair da cama até para comer.

The New Hope For Me  (2° E 3°TEMPORADA)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora