The New Hope For Me (2° E 3°TEMPORADA)

3.20

Jardim vazio e silencioso, colorido e sem dor. A luz solar iluminava o ambiente e a cor das flores dava vida ao lugar, os pássaros voavam entre as árvores. Em meio ao inebriante aroma doce pôde sentir-se sua pele queimar sob o olhar crítico daquela que lhe olhava a pouca distância, sentada em cima de uma grande rocha, em seus braços uma cobra de escamas escuras.

Um suspiro escapou em meio aos seus lados, sabia um sermão viria da mãe dos demônios que lhe julgava sua fraqueza em silêncio. Lilith a observou se aproximando, os olhos semi-cerrados analisando S/n de cima a baixo, a serpente no braço da mãe dos demônios se enrolando em seu corpo, virando a cabeça escamosa levemente para o lado. A quimera teve uma visão melhor do animal peçonhento que Lilith acariciava com gentileza.

Em silêncio a quimera parou em frente a rainha do inferno, preparando-se internamente para o que vinha a seguir.

— Olhe para mim e me diga se tenho cara de um ser desocupado? - Lilith perguntou, seus olhos vermelhos fixando no rosto de S/n. — Acha que eu tenho tempo de brincar de ser bondosa como Jesus cristo?

— Olhando por esse lado...

— Não venha com ironia ou deboche humano comigo, garota. - Lilith a repreendeu, a serpente em sua mão expondo a língua em seu típico balançar. — É a terceira vez! Devo ter dado a você mais chances do que dei para o inferno todo e para que? Para que deixasse mais uma vez ser atacada por uma porra de cópia fajuta?!

O céu ensolarado fechava-se a cada esbravejo, o som dos trovões cada vez mais altos assim com a voz da rainha do inferno estremecendo a terra abaixo de seus pés. Serpentes brotaram do nada, enrolando-se nas pernas de S/n McCall e a prendendo no mesmo lugar.

— Dei a você minha atenção total, deixei tudo em suas mãos..

— Deixei que meus sentimentos humanos falassem mais alto, de novo e de novo. Entendo o motivo de sua raiva, minha mãe. - Seu tom não era baixo, tampouco elevado. Mantinha o respeito a aquela que diversas vezes lhe amparou. — Peço perdão.

— Novamente? - A rainha do inferno soltou um rápido riso pelo nariz. Sua língua passaram entre os lábios cobertos pelo batom vermelho. — Me pede perdão mas sempre comete o mesmo erro, eu deveria virar a costa para você, tortura-la por não cumprir a parte do nosso acordo. Uma vida imortal por almas imundas! Não foi isso que combinamos?

— Sim, foi - S/n manteve os olhos a encarando, momento nenhum mostrando-se temerosa ou desrespeitosa.

— Você sabe o motivo de você estar onde estar? Eu! Eu sou o motivo. - Lilith afirmou com braveza. — Seus olhos e sentimentos humanos te cegam como nunca antes. Você permite que seus inimigos cheguem perto de seus filhos, os acompanhe pelas ruas escuras! Que os ataque e que te matem! Eu deveria virar as costas para você como fiz com tantos outros seres insignificantes, eu deveria levar você para a mesma cela de tantos outros que não cumpriram com o acordo.

S/n a olhou com um pouco mais de atenção, via a decepção nos olhos da mãe dos demônios mas havia algo a mais brilhando naqueles olhos tão vermelhos enquanto a encarava. A serpente na mão de Lilith fez um som esquisito, como se fosse engasgasse com algo atraindo os olhos atentos das duas mulheres tão diferentes mas ao mesmo tempo tão parecidas.

Faziam o que faziam por seus filhos e isso não era discutível. A de olhos verdes observou o pequeno frasco sair da boca da cobra e cair na mão da rainha do inferno.

Lilith levantou-se movendo os dedos para que as cobras libertassem sua cria. Parou em frente a quimera, suas enormes unhas tocaram-lhe as bochechas brancas de S/n, para Lilith poder toca-la por breves segundos era suficiente para que sua raiva dissipar-se de uma vez.