CAPITULO 5

430 74 8
                                    

Violet esperou, o humano se jogou sobre ela, ela se virou com a mão apertada em punho e o socou bem no olho. A dor passou pela mão fechada e por seu braço, mas ele foi surpreendido e a força do golpe o mandou para trás. Violet estava perto da lareira, ela pegou um atiçador e o enfiou nele de lado o pregando no chão, o humano rosnou baixo. Ela saltou para longe.
"Então, a gatinha tem garras?" Ele disse, puxou o atiçador e se levantou.
Ele era alto, quase do tamanho de Noble. Ele firmou seus olhos nela, Violet sentiu medo. Mas ela estava ali por seu irmão, por Lily e até pelo pestinha do Sheer, então ela saltou.
Ele aparou o golpe, segurando seus braços, exatamente como alguns de seus irmãos fariam, Violet forçou os braços para frente, ele os forçou para trás. Ele lutava como James, convencido de sua força superior.
Violet aproveitou que ele lhe forçou os braços para trás e concentrou toda a sua força na mesma direção que ele o surpreendendo e ela se aproximou. A garganta dele estava desprotegida, ela cravou seus dentes e presas, mordendo o maior pedaço que pele que ela pode, com toda a força de sua mandíbula. Ela arrancou um pedaço da garganta dele, ele arregalou os olhos e a soltou. Violet pousou no chão e cuspiu o pedaço de carne do pescoço dele com nojo. O humano levou a mão a garganta, mas era um grande buraco, o sangue saía a borbotões. Violet se recuperou, respirou fundo e viu que Livie a olhava da cama, seus olhos confusos.
"Livie, vamos, eu vim te buscar." Ela disse, mas Livie parecia distante, ela não disse nada. Ela olhou o humano no chão e todo o sangue que saía dele.
"Livie!" Violet chamou.
"Não!" Livie disse, se levantou e ia correr, Violet a jogou com facilidade na cama, ela se debateu, Violet a enrolou no lençol, amarrou todas as pontas que conseguiu. Estranhamente, Livie não gritou, mas Violet amarrou uma das meias dela em sua boca, outra em seus olhos.
Violet não sabia por que os outros soldados aprimorados não estavam ali, só o humano loiro estava, mas ela não iria desperdiçar esse momento de sorte. Violet pulou da janela ao chão com Livie atravessada em seu ombro, ainda impressionada pelo pouco de peso de Livie. Mas quando ela voltasse, Pride iria engordá-la, isso era certo.
Violet corria até o muro quando sentiu uma picada na canela, ela não parou. Outra picada, essa bem dolorosa, a fez parar e ver que tinha sido um rato que a mordeu. Violet pisou no rato, o esmagando, mas logo outro corria para ela, ela voltou a correr. Um rato saído, Violet não sabia de onde pulou e a mordeu no braço, Violet rosnou. De onde esses ratos saíram? E por que a atacavam?
Livie disse alguma coisa, mas a meia estava amarrada bem forte no rosto dela, Violet sentiu outra mordida, ela correu ainda mais. Ela tinha deixado uma corda pendurada no muro, mas ainda estava longe, a porcaria daquela propriedade era gigante!
Livie tentava se debater, mas Violet a tinha amarrado bem, então, Violet continuou correndo, um ou outro rato a mordia, mas ela era mais rápida.
A corda amarrada na estrutura de arame do muro apareceu, Violet subiu por ela com Livie no ombro.
Não era tão fácil quanto parecia nos filmes, Livie tentava se mover, o braço de Violet que a segurava estava doendo muito. Violet subiu, os arames rasgaram a roupa dela, ela e Livie caíram do outro lado. Foi uma grande queda, o quadril de Violet explodiu em dor quando ela bateu no chão.
Violet esperou, imóvel, sua cura acelerada funcionar. Seu quadril voltou ao lugar, se pé torcido também. Era tudo muito doloroso, mas se ela fosse humana, ela provavelmente teria morrido.
Livie se movia, o corpo de Violet tinha amortecido a queda para ela, mas ela devia ter quebrado alguma coisa também.
Violet se levantou, testou o pé e ouviu ao longe dois carros chegando. Que droga! Ela encaixou Livie nos ombros, como se ela fosse um cervo, e voltou a correr, seu pé a impedindo de ser mais rápida.
Violet precisava falar com Joe. Seu plano tinha passado de improvisação para loucura total. Ela precisava de ajuda!
Uma pedra a atingiu nas costas Violet olhou na direção que a pedra veio, uma mulher de pijama corria atrás dela. Outro homem, esse vestido normalmente, saiu de um beco, e correu atrás de Violet também, ele tinha uma faca na mão. Outro homem jogou algo nela de uma janela num prédio baixo. Violet corria, mais rápido agora forçando o pé machucado, outra pedra a acertou.
"Livie! Estou te levando para Pride." Ela disse, era tudo muito estranho, Violet corria pela rua e pelo menos umas cinco pessoas corriam atrás dela lhe jogando coisas.
"Eu preciso de tempo, eu não estou pronta!" Alguém disse atrás de Violet, mas o pé dela estava se curando, Violet foi deixando os humanos para trás.
"Vamos conversar no meu hotel." Os ouvidos de Violet captavam que os carros chegaram na propriedade. Logo estariam atrás dela e eles eram tão aprimorados quanto o humano loiro, ela começou a entrar em pânico.
Seu hotel estava perto, mas ela teve medo. Violet virou a direita, subiu a ladeira que levava a igreja velha. Ela correu ainda mais, Livie voltou a se mexer, um gato pulou nas costas de Violet e lhe cravou as unhas. Violet segurou um rugido de dor e continuou correndo. O gato soltou Violet e correu com ela, tentando arranhá-la, mas Violet conseguiu chutá-lo. O que estava acontecendo com aqueles bichos? Ratos e depois um gato? E as pessoas atrás dela?
Ela passou pela igreja e continuando pelo terreno, saiu num cemitério, e do nada, Violet se viu num campo, num lugar bonito, o céu noturno se transformou num céu do meio dia, lindo e azul. Havia um grande lago, suas margens eram floridas. Violet parou.
"Você não devia estar aqui." Violet se virou e deu de cara com uma fêmea, muito parecida com Livie e com tia Marianne.
"Eu..." Ela estava séria, seu olhar era duro. Violet percebeu que Livie tinha sumido de seus ombros.
"Tire-a daqui, Livie! Você não quer fazer isso." A humana disse. Violet a encarou, ela era...
"Mariah?" Violet se lembrava de Mariah. Ela veio para Reserva quando resgataram Emma e Sonny. Mas Mariah estava...
"Venha, gatinha, venha por aqui." Ela olhou a direita, um enorme gato selvagem a olhava, ele tinha olhos azuis familiares e uma longa mecha azul por seu pelo das costas. Violet caiu de joelhos.
"Não! Você é forte gatinha! Venha, por aqui!" Ele parecia desesperado, Violet o seguiu, Mariah ficou onde estava.
"Vá!" O gato selvagem disse. Violet olhou, era uma fissura numa parede de pedra. Ela sentia muito medo, estava sentindo frio, não sabia onde Livie tinha ido.
"Você vai cair, se prepare." O gato ainda disse. Violet passou pela fissura, e a sensação de queda livre a tomou por alguns segundos até seu corpo cair sobre um monturo de lixo. O cheiro de fezes de todos os tipos invadiu o nariz dela. Violet piscou, o pacote enrolado que era Livie estava inerte.
"Livie! Livie!" Ela a sacudiu, havia um pouco de sangue na testa dela, ela tinha batido a cabeça. Violet a examinou, seu coração batia firme, mas ela estava mole.
Pronto, ao invés de a 'salvar', Violet lhe causou um traumatismo craniano.
Ela fuçou nos bolsos, celular estava lá.
Ela discou, mas antes da ligação completar o aparelho completou uma chamada de Joe.
"Joe! Graças a Deus!" Um barulho de explosão tomou os ouvidos dela, Violet tapou os ouvidos.
"Vi! Cara, você me mata desse jeito!" Joe estava bravo, seria até engraçado, se ela não estivesse com um braço quebrado.
"Meu braço quebrou." Ela tinha milhares de coisas para dizer, mas a dor no braço a distraiu.
"Estique o braço e fique assim, não o dobre, ou teremos de quebrá-lo de novo." James. Que porra! Joe, tudo bem, mas James!
"A merda cresceu muito Vi. Não deu pra ficar só entre a gente." Joe pareceu adivinhar os pensamentos dela.
"E Pride?"
"Pride está brincando de casinha com Minerva. Eles convidaram Honor para jantar, Honor ficou até Lily dormir, eles estão bem. Ainda em quartos separados, mas é só questão de tempo." Joe contou.
"Merda!" Violet esticou o braço e isso doeu mais que quando sentiu o braço quebrar.
"Simple está enchendo a cara mais que de costume, eu aposto que amanhã ou depois, Pride vai acordar e dar de cara com ele fodendo a esposa dele, e o casamento vai acabar, não se preocupe." James disse. Violet tinha dúvidas, Simple amava Pride, não o magoaria.
"E Livie?" James perguntou.
"Está aqui. Talvez ela tenha sofrido um traumatismo craniano, nós estamos dentro de uma cisterna, no meio de um monte de bosta e lixo. Não sei como vim parar aqui." Violet se lembrou do lugar onde Livie enviou a mente dela. Como Livie fez isso? E seria Livie?
"Explodimos o Arsenal deles, logo a casa vai estar cheia de policiais e bombeiros. A avó dela, você acha que ela está envolvida nessa história?" James perguntou.
"Por que a pergunta?" Esse era o problema de envolver James nas coisas, ele era frio demais.
"Por que graças ao dispositivo que você deixou lá, temos acesso a todos os controles, não será difícil explodir tudo, mas a avó de Livie morreria."
Violet se lembrou da avó de Livie com ela no canteiro de rosas.
"Não, não faça isso." Ela disse.
"Você tem valeriana aí?" Violet olhou no outro bolso.
"Sim, mas é muito pouco." Ela respondeu.
"Tem que dar. Passe em Livie, na maior superfície que conseguir." James ordenou. Isso também era irritante nele.
"Há outra coisa. Eu fui atacada por ratos, por um gato e por pessoas aleatórias na minha fuga. Acha que Livie pode ter feito isso?" Ela perguntou.
"Bom, talvez..." Joe começou.
"Não importa. Fique aí, estamos te procurando através das câmeras da cidade. Se ver que Livie está acordando bata a cabeça dela até ela desmaiar. O avião do próprio Robert Crane já está no ar, você só precisa aguentar. Para onde estava indo?" James ditou. Violet e ele não eram muito chegados.
"Para o cemitério." Violet disse. James iria bufar se ela contasse que esteve num mundo espiritual, ou coisa parecida, e que o tio Blue a ajudou a sair de lá.
Violet sentia seu corpo em chamas. Seu braço curou, mas não muito bem, ela demorou a esticá-lo. Seu pé doía muito também.
Ela se encostou na parede de pedra fria, puxou Livie para seu colo. Elas precisariam ficar bem juntas, para que o calor do corpo Nova Espécie de Violet as aquecesse.
Violet fechou os olhos, seria só por um segundo, a dor era muito forte.

FILHOTES DE VALIANT - PRIDEWhere stories live. Discover now