CAPÍTULO 39

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O céu estava lindo, uma mistura de cores brilhantes, o azul em meio ao laranja e ao rosa. O lago resplandecia as cores e parecia um quadro. Livie suspirou.
"Vou sentir sua falta, mamãe!" Lily a beijou, Sheer também e eles subiram no jipe que Thorment dirigia. Eles iriam dormir na casa dele. Pride se sentou no banco ao lado dela.
"Quando você vê o céu assim, te dá vontade de saber pintar?" Ele perguntou e sorriu.
"Sim, eu acho que é a reação padrão. Eu gosto de aquarela, eu aprendi na escola. Talvez eu deva comprar o material." Ela disse e ele passou o braço pelos ombros dela, Livie se endireitou, mas depois relaxou. Ela e ele estavam ainda se acostumando, mesmo que já estivessem a mais de um mês na mesma rotina.
"O sol parece morrer, mas ele só fica fora de vista. Será que ele acha que nós também morremos? Será que ele pensa que quando volta, nós ressuscitamos? Por que é o que pensamos, se não, não diríamos que ele nasce." Ela recitou.
"Honor?" Pride disse. Livie sorriu da expressão de pouco caso dele. Não eram versos que rimavam, eram versos que faziam pensar. O sol evocava morte e nascimento.
"Ele não é um poeta sabe? Ele é um filósofo. Ele me disse que precisa haver um aqui, pois seu povo vive livremente os sentidos, mas não fala sobre eles. Não debate suas verdades, não se choca com as determinações da vida." Pride ergueu as sobrancelhas.
"Você parece gostar disso, desse debate. Mas e sua situação? Quando vai se sacudir e lutar? Alguma dessas conversas com ele que você parece lembrar de cada palavra, ajuda agora?" Ele começou a se exaltar.
E ele tinha razão. Livie tinha dito a ele num dia em que ele se negou a transar com a outra Livie que esse tempo que ele passava com ela, lhe ajudava a lutar contra essa 'face do mal' que havia dentro dela. Pride fez sexo com a 'outra Livie', mas depois disso, cobrava que ela lutasse, que ela expulsasse a outra de dentro dela.
"Pride, você não entende." Ela disse, ele a puxou e a beijou. Livie se sentiu envolvida pelo beijo, seu corpo estava acostumado a ele, não importava quem estava comandando a mente dela. Ele invadiu sua boca com a língua, Livie a sugou. Ele a pegou nos braços e subiu a encosta.
O coração de Livie batia disparado. Ela sabia que uma hora ele iria querer a ela, não a 'outra'. Mas era como se ela estivesse traindo Honor. Honor, que foi embora para a Europa. Que a deixou ali, que não a ajudou.
Pride abriu a porta e foi direto para o quarto dele. Depositou Livie na cama com cuidado, ela fechou os olhos. Era só isso que faltava para eles. Só consumarem essa união estranha que tinham. Ele puxou seu jeans e logo a calcinha e beijou sua canela. Livie fechou os olhos.
"Não, não feche os olhos. Eu preciso ver que é você." Ela abriu e viu desejo, mas apenas isso. Havia muito carinho, calor e até um sentimento de alívio quando os olhos deles se encontraram.
Pride continuou beijando a panturrilha dela, quando mordeu de leve a parte interna da coxa, Livie pulou. Era bom, era algo de que ela sentiu falta. E era real.
Ela olhou para ele abrindo mais as suas pernas e inspirando, ele fechou os olhos. Ela também fechou, mas ele demorou para fazer o que ela queria, que era chupar o clitóris dela. Livie abriu os olhos, Pride estava olhando para ela. Ele lhe tocou o clitóris e o friccionou com o dedo. Foi bom. Ele continuou, os olhos prendendo os dela, ela mexendo a pélvis desfrutando do dedo dele lhe mexendo ali, rodeando ou simplesmente passando o dedo em seu botão mais sensível. Estava delicioso. Pride pareceu perder o controle e lhe chupou o clitóris o prendendo dentro da boca entre os lábios e sugando. Livie rebolava contra a cara dele, ele ficou assim até que o gozo veio, Livie gritou.
E ele a virou sobre sua barriga, ela ainda sentia seu corpo convulsionando de prazer quando ele subiu suas pernas e a colocou de quatro. Livie olhou para trás, Pride puxou seu rosto e a beijou, ele a envolvia com seu corpo e a beijava quando entrou nela. Com firmeza, a fazendo gritar, o pênis dele esticou todos os seus músculos vaginais de tal forma que parecia que ele não poderia se mexer. E ele se mexeu. Livie gritou. Foi incrível, quente e delicioso, Pride tirando seu pênis dela devagar e voltando pra dentro de forma firme. O prazer de cada arremetida era imenso, o corpo de Livie estava teso, as sensações a assaltavam até que ele aumentou a velocidade. Livie enlouqueceu. Ela gritava, o corpo gigante dele a envolvia, o prazer quase doía. Ela gozou e segundos depois ele rugiu. Ela não teve como se sustentar nos joelhos e se deitou de bruços mole e satisfeita.
Ele saiu dela, foi a banheiro, Livie ouviu o barulho da água na pia. Ela não percebeu que ele tinha colocado uma camisinha. Era a regra deles, mas na hora, ela não percebeu. Livie ficou feliz no entanto. Nada de gravidez.
Ele voltou e sorriu ao dizer:
"Vamos comer?" Ela sorriu de volta.
E era isso, a amizade, a convivência, o carinho, e agora, o prazer. Samantha estava cada vez mais distante, ainda que fosse por que Pride a mantinha longe com o sexo que fazia com ela quase toda manhã. Agora, eles ficariam juntos a tarde. Seria para sempre?
Ele mexia alguns bifes numa panela, Livie fez uma salada bem variada, eles levaram a comida para a mesa e comeram em silêncio. Pride estava pensativo. Depois que comeram, meio que não sabiam o que fazer.
"Pride?" Ela o chamou, ele se levantou de sua cadeira e a pegou no colo. Ela sorriu. Havia algo mais a fazer, é claro.
Ele a levou de volta ao quarto, dessa vez ele ficou nu a sua frente, Livie o admirou. Lindo, forte e quente. Livie foi tocando todo seu corpo, beijou o peito, chupou os mamilos pequenos, ele rosnou. Era bom. Ela desceu a mão por seu corpo e chegou ao pênis. Livie o pegou, estava muito duro e era muito macio, ela desceu a mão pelo comprimento, ele rosnou. Livie estava curiosa. Nada era como nos sonhos, ali, a realidade a desafiava, ela estava até um pouco receosa. Ela passou a outra mão pelos testículos dele, grandes, firmes. Livie fechou os olhos.
"Não. Não feche os olhos." Ela sorriu, ele se afastou pegou uma camisinha no criado mudo e colocou. Livie ficou olhando, era estranho, mas também sexy. Ela o manipulou mais um pouco, mas ele pareceu perder a paciência, a empurrou contra a cama, ela caiu no colchão macio e riu. Ele não sorriu, ele veio por cima dela e a penetrou dessa vez a olhando nos olhos, sério. Havia calor nos olhos dele, mas ele não sorriu. Ele beijou seu pescoço, sugou seus seios, Livie se deixou levar, as estocadas dele a prendiam contra o colchão, estava delicioso. Ele tomou seus lábios quando aumentou a velocidade e a força, ela enganchou uma perna na outra o mantendo o mais perto possível. Eles se mexeram alucinadamente até gozarem, Livie gritando, Pride rugindo.
Eles ficaram abraçados um tempo, até ele voltar ao banheiro. Era cedo, mas Livie sentiu sono. Ela estava meio sonolenta quando ele trouxe uma toalha úmida, quente e a limpou com carinho.
"Não durma Livie. Está cedo." Ele pediu. E ela sabia o por quê. Ele não queria ter de ver a 'outra Livie'.
"Eu sinto tanto, Pride!" Ela disse. Ele se afastou. Estava nu, ele não se importava a mínima com isso, mas Livie olhou para as mãos quando se sentou contra a cabeceira da cama.
"Sente? Eu não vejo isso. Você disse que sua mãe morreu por que você não lutou. Mas você continua sem lutar. Você continua sendo duas pessoas diferentes e eu tenho de lidar com a outra, eu tenho de foder a outra! Eu odeio isso! E você não faz nada!" Ele abriu a porta do closet pegou uma bermuda, vestiu e saiu pelas portas de vidro.
Livie suspirou. Ela não tinha vontade nenhuma de brigar com ele. Eles tiveram um momento tão bonito. Mas tudo para eles sempre foi assim. Ela via agora. O sofrimento sempre os perseguiu.
Ela saiu da cama, vestiu a camiseta dele, o cheiro dele ainda estava nela, era bom.
Pride estava na oficina separando uns ferrinhos, não era isso, mas era o que parecia.
"Pride. Eu sinto muito." Ela disse, ele não ergueu o olhar.
"Vá dormir." Ele disse.
"Eu vou, mas me dói saber que depois de um momento tão bonito você fica com raiva de mim, apenas porque vou dormir. Eu sei que quando eu acordo eu estou diferente, mas o que você quer? Que eu não durma?" Ele queria o que ela também queria, que quando ela acordasse ela fosse a mesma Livie, mas no momento, isso não era possível.
"Eu sei que não é o ideal, mas eu estou..." Ele rosnou.
"Eu estou cheio! Eu não quero a outra! Não quero e pronto! Eu sei que estou errado, mas eu cheguei no meu limite." Livie sentiu medo, ele estava nervoso.
"Eu sei que está sendo difícil pra você, Pride, mas estamos nos acertando, não estamos? Estamos quase como uma família normal. Você não deseja isso?" Ela estava falando com ele como se ele fosse uma criança ou uma pessoa obtusa. E ele não era.
"Família normal? O que há de normal nisso, Livie? É normal fazer sexo com ela quase toda maldita manhã, ela dorme e você acorda. Aí sim, meu dia começa. Isso é normal?" Ele disse com raiva. Livie engoliu em seco. Um pouquinho do medo que ela sempre sentiu dele aflorou.
Ele tinha razão, eles não estavam bem. Livie, porém tinha que vencer Samantha, ela tinha de acabar com ela, e não via outra maneira, então, suspirou.
"Pride. Vá dormir. No quarto de Minerva. Vá, sonhe com ela." Ela disse. Ele assumiu um expressão vazia e foi.
Livie o seguiu, a dor do que estava fazendo cortando seu coração, sua alma.
Ele entrou no quarto, depois de Livie usar a chave e abrir a porta. Ela entrou também. Eles tinham decidido quebrar tudo, terminar de tirar o papel de parede, trocar os móveis, mas não fizeram nada. Pride inventou uma desculpa e simplesmente trancou o quarto. A chave ficava no criado mudo dele, Livie fingia que não sabia. Ele entrava lá quando achava que não estavam prestando atenção, ficava um pouco e saía. Livie não dizia nada por que ela tinha o livrinho de Honor. Seria muita hipocrisia exigir que ele desfizesse o quarto e depois, não jogar o livro fora.
Ele alisou o colchão, apertou o nariz contra ele e fechou os olhos. Ela saiu.
O peso de tudo estava demais. E o sono estava pesando, ela precisava dormir, se não o domínio de Samantha era mais forte. A parte de sua mente que Livie comandava se cansava, a de Samantha não.
Ela chamou Brass pelo telefone, ele não demorou.
"Oi. Eu tive que te chamar, Pride não me fará esquecer." Ele acenou.
"Você deve sair daqui. Junte Sophia e os gêmeos, eu tenho medo de uma retaliação. Diga que vai passear." Ele se mexeu. Ela entendia o que estava pedindo.
"Ou você pode ir embora agora. Não é justo com você. Eu dou um jeito. Eu descobri o que preciso fazer, mas preciso de uma forma de..." Ela parou.
"Se ela não pode acessar a minha mente, ela pode me atingir?" Ele perguntou.
Livie pensou. Ela se lembrou do ódio que Samantha sentia de Simple. Se ela matou a mãe de Livie por que Ann era uma fonte de informações, por que não fez nada com ele?
"Eu não sei." Livie foi sincera.
"Seu pai salvou John e Sophia da morte. Eu devo a ele. Vou mandar Sophia e os gêmeos para a casa de Kit, não é como se ela não fosse adorar. Eu não me importo comigo." Ele queria dizer isso e Livie chorou. Ele estava se oferecendo, ele estava ali, pronto a morrer por ela, apenas por amar o pai dela.
" Certo. Eu posso. Eu vou acabar com isso. Eu vou te contar o que devo fazer e depois eu vou me fazer esquecer. E eu não fiz isso antes por que é definitivo. Eu nunca mais vou me lembrar dessa conversa, mas você vai ter de me ajudar e teremos pouco muito pouco tempo."

FILHOTES DE VALIANT - PRIDEWhere stories live. Discover now