3 Operação Luthor

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Voltei!!!

Divirtam-se!!!

Dizer que faria parte da operação Luthor foi fácil, difícil mesmo foi o que veio depois.

Há cinco dias, Kara estava passando por um intenso treinamento físico e psicológico para não ceder às pressões do caso. Nem sabia mais dizer por quantos testes havia passado. Pelo menos, se saiu bem em todas as situações de risco e as que envolviam pensamentos rápidos para dar respostas convincentes.

Além disso, teve que estudar tudo sobre a família Luthor. Enquanto o FBI esteve os vigiando, descobriram seus horários, lugares que sempre frequentavam, seus empreendimentos e seu círculo social. Eles estavam sempre próximos de pessoas muito ricas, de caráter duvidoso e que tinham fichas criminais. Entretanto, não havia qualquer prova de que eles faziam o que os federais suspeitavam.

Ninguém nunca delatou qualquer integrante daquela família. Era até difícil de compreender como pessoas suspeitas de queima de arquivo, lavagem de dinheiro, esquema de corrupção e crime organizado nunca cometeram um deslize sequer para deixar qualquer vestígio para trás.

Mas, se tinha uma coisa que Kara aprendeu desde que se tornou agente especial, era que crimes perfeitos não existiam. O FBI podia ainda não ter alcançado o rei de todo aquele império para dar o xeque-mate, mas com o peão certo, poderiam chegar até ele se soubessem usar boas estratégias.

Deslizando os olhos pela tela do celular, a cabeça de Kara estava a mil pensando em como eles se esgueiravam de tudo e ainda eram vistos como boas pessoas perante a sociedade.

Desde que começou a ler os arquivos que o FBI tinha sobre eles — que nem eram tão detalhados assim — ficava se perguntando se os Luthors não tinham alguém que apagava qualquer coisa que os ligavam aos crimes e por isso as investigações eram arquivadas por falta de provas. Não estava falando dos Rojas ou dos Spheers — que eram famílias de políticos e promotores muito íntimos dos Luthors. Estava falando de gente da polícia e do próprio FBI.

— O que você tanto olha nesse celular?

Se assustando com a voz de Alex preenchendo a sala de reuniões, Kara bloqueou o celular e o guardou rapidamente no bolso de seu moletom canguru. Não iria revelar, mas estava lendo uma matéria sobre o atentado a Lena Luthor.

— Nada. Não estou olhando nada — respondeu encarando a irmã.

— Como está se sentindo? Falta pouco para entrarmos em ação — se sentou do outro lado da mesa em frente a irmã.

— Não sei dizer. Não estou animada, mas gosto de saber que faço parte disso. E você?

— Estou assim também.

Ficaram em silêncio por alguns instantes.

— Alex, você não acha estranho o J'onn ter me escolhido para fazer parte dessa operação? — perguntou pensativa.

— Não — a olhou sem entender a pergunta. — Você é muito boa no que faz. E, bem, ele só nos recomendou, quem nos escolheu foi a diretora Grant. Porque a pergunta?

— Acho estranho ele me escolher depois de tudo o que aconteceu.

— Aparentemente, tudo está em ordem com você. Você passou por todos os testes que nos submeteram e se mostrou estar apta para ir adiante. Ele e a diretora Grant só não te escolheriam se houvesse algum conflito de interesse — percebeu que loira parecia muito mais pensativa do que já acostumava ser. — Você tem algum conflito de interesse com os Luthors que eu, J'onn ou a diretora Grant não sabemos?

Com a pergunta, Kara reparou que tinha falado e perguntado demais. Existiam coisas de sua vida que ninguém, nem mesmo sua irmã, sabia. Alex não entenderia o motivo de suas perguntas e não iria explicá-las. Certos segredos, preferia apenas guardar para si.

The BodyguardWhere stories live. Discover now