20 O baile de máscaras

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Voltei!!

 
Divirtam-se (ou não)!!!
 
 

Desde que tinha voltado da Irlanda, Kara se sentia extremamente desconfortável e assustada. Cada célula do seu ser vibrava com todas as forças dizendo que alguma coisa muito errada estava para acontecer. Não queria ser pessimista, mas nada a deixava ver o contrário.
 
Antes de voltar para Metrópolis, tinha certeza que os dias seguintes seriam agitados, com os Luthors falando coisas horríveis para Lena e até novos atentados contra sua vida. Achava que continuaria sendo perseguida toda vez que saísse com sua moto e que até tentariam matá-la, mas nada disso aconteceu. Isso não era uma vitória quando se trava dos Luthors. Isso era o que significava que tudo estava muito errado.
 
Quando os Luthors estavam atacando, criavam situações para por Lena em risco — como a do funeral dos Bertinellis e a coletiva em frente ao prédio da Luthor-Corp — dava para prever que alguma coisa errada sairia dali. Se dava para prever, dava para ficar mais alerta e preparada para proteger Lena. Com eles quietos, a sensação de normalidade era o pior inimigo.
 
O dia do anual baile de máscaras da Luthor-Corp tinha chegado e estava com nervos a flor da pele. Podia não acontecer nada naquele baile, como poderia acontecer tudo — esperava que o nada fosse o vencedor da vez. Como seria o par de Lena, estava com Samantha a caminho do shopping da cidade para comprar seu vestido. Por mais que quisesse passar a noite inteira com ela, se perguntava se ter aceitado ser seu par foi uma boa ideia.
 
Sentada no banco do passageiro, olhava para a janela se sentindo aflita. Tirando os poucos momentos que tinha com Lena em seu escritório, longe dela ficava constantemente assim.
 
— Se continuar tremendo essa perna, eu vou atirar nela — disse Samantha que percebeu como Kara estava nervosa desde que a pegou em seu apartamento.
 
— Grossa! Não entendo como a Alex pode morrer de amores por você sendo que você é tão grossa.
 
— Acho que você não vai querer eu diga com detalhes o motivo — olhou rapidamente para amiga sorrindo ladeado.
 
— Eu não precisava ter ouvido isso — balançou a cabeça rapidamente e voltou a olhar para a janela.
 
— O que te aflige? E não me diga que não é nada por que eu não sou a sonsa da tua irmã — teve como resposta apenas um riso anasalado. — Você a enganou bem outro dia. Porque está mentindo pra ela?
 
— Porque eu mentiria para ela? — virou a cabeça fitando o perfil da amiga.
 
— É o que você pergunta quando mente. Você pode enganar a sua irmã, mas a mim não. Sem contar que sua narinas inflam — fez um estralo com a língua.  — Pouco, mas inflam.
 
— Isso é mentira.
 
— Isso é verdade e você sabe — insistiu.
 
— Alex vive comigo desde que eu tinha oito anos, acha mesmo que você me conhece melhor que ela?
 
— Não só acho como eu tenho certeza — sorriu com um ar convencido. — Já ouviu dizer que o pior cego é aquele que não quer ver? Ela percebe tudo, mas prefere não ver. Você é a irmãzinha dela. A pessoa mais importante da vida dela. Ela não quer acreditar que cinquenta por cento do que você disse naquele dia foi mentira.
 
Abrindo a boca em espanto, Kara ficou parada olhando para Sam. Ela a conhecia bem mesmo. Merda!
 
— Não foi cinquenta por cento — disse na defensiva.
 
— Mas...?
 
— Mas eu disse a ela algumas coisas que eu sabia que ela queria ouvir. Em minha defesa, tudo o que eu disse sobre Lucy foi verdade.
 
— Viu? Ela é uma cega que não quer ver — confirmou sua teoria. — Ela soluciona crimes, mas prefere achar que você não tem sede de vingança depois do que ela disse, por exemplo. Desembucha. O que está te causando esse nervosismo?
 
— O baile — confessou. — Estou achando as coisas calmas demais e tem um grande evento. Sem contar que vou ser o par da Lena e isso, com certeza, vai causar a ira daqueles monstros.
 
— Não acho que eles fariam alguma coisa contra ela no baile.
 
— Todos os Luthors vão estar lá. Se acontecer algo com ela, terão várias pessoas como álibis deles — contra argumentou.
 
— Eles não farão nada exatamente porque terá muitas pessoas. Eles são narcisistas demais para estragar uma noite onde eles estão sob os holofotes.
 
Samantha tinha certa razão naquilo que estava dizendo, mas isso não deixava Kara menos preocupada. Enquanto os Luthors não estivessem presos, ela não deixaria de se preocupar com a vida de Lena.
 
— Pode ser — repuxou o canto direito dos lábios. — Alguma novidade? Está um saco não ir nas reuniões. Já disse que não estou sendo mais seguida.
 
— Mas todo cuidado ainda é pouco. E, sim, tem novidade. Depois das coisas que você contou a Alex, ela disse para Felicity averiguar tudo o que pudesse sobre o Cadmus Hotel e verificar mais sobre Maxwell Lord. Nem ela e nem eu falamos sobre a Lucy, eu disse que foi o Schott que mencionou e que valia a pena verificar — ficou em silêncio enquanto estacionava o carro.
 
— Certo. E...?
 
— A Cadmus pertence a Thurol Industries, com certeza é o lugar onde eles lavavam dinheiro — desligou o carro e olhou para amiga. — Agora vem a parte que deixou todo mundo em choque: a Thurol industries é dona de cinquenta e cinco por cento da Lord Technologies. Os Luthors têm nas mãos uma empresa que fabrica armas. E a outra coisa que descobrimos é que foi Mike Matthews que investigou o caso do Lord. Na época, ele era do departamento de National City.
 
— Isso é sério? — perguntou se referindo a descoberta de Mike.
 
— Sim. Brainy nunca iria conseguir achar essas coisas, o caso está sob sigilo do FBI. Felicity está tentando achar quem está colocando tudo em relação aos Luthors em sigilo e interrompendo as investigações — coçou a sobrancelha. — Mike deve ser alguém da folha de pagamento deles. Foi ele quem achou a prova que Schott é culpado. Na próxima semana eu vou tentar um acordo. Se Schott disser algo bom, ou melhor, ruim dos Luthors, poderemos pedir quebra de sigilo telefônico, bancário e todo o resto.
 
— Pelo o que você conversou com o Schott, acha que ele é inocente?
 
— Tenho certeza que ele fez muito trabalho sujo, mas nesse crime do Maxwell, acho que ele serviu de laranja. Os Luthors ferraram com ele, com um bom acordo, ele ferra com os Luthors.
 
— Estamos perto — murmurou. — Mal vejo a hora de por as mãos neles.
 
— Você vai, é só ser paciente. Vamos comprar logo o seu vestido, não tenho paciência para fazer compras com você.
 
— Grossa!
 
Depois que saíram do carro, as duas não comentaram mais nada sobre a investigação.
 
Por boa parte do dia, Kara tentou se concentrar em achar um vestido que fosse a altura de ser a acompanhante de Lena. No momento em que a encontrasse na festa, deixaria tudo de lado para apenas dedicar sua atenção a ela, até mesmo seus questionamentos sobre ter aceitado ser seu par. Esperava, ao menos, que pudessem aproveitar a noite antes da tempestade chegar.
 
******
 
Trancada em seu quarto, Lena terminava de se arrumar. Em poucos minutos, Alex aparecia para buscá-la e levá-la até o salão onde o baile de máscaras aconteceria. Não estava muito disposta para a festa, mas mal conseguia conter a ansiedade de ver Kara. Desde que voltaram da Irlanda, passaram pouco tempo juntas e a cada dia mais desejava ficar ao lado dela. Mesmo que isso a causasse problemas depois, queria aproveitar a noite ao seu lado.
 
Terminando de passar o seu batom  vermelho marcante, espirrou um pouco de perfume em seu pescoço e então se olhou no espelho. Esperava que estivesse vestida a ponto de impressionar a sua guarda-costas.
 
Pegando sua máscara em cima da penteadeira, saiu do quarto e desceu as longas escadas da mansão. Iria chegar um pouco atrasada na festa, mas não se importava, não quis ter o desprazer de esbarrar com qualquer outro morador da casa. Se fora das vistas dos outros eles a desprezavam, também iria desprezá-los.
 
— Lena — a governanta da casa chamou a sua atenção —, sua motorista já a aguarda.
 
— Obrigada — respondeu com um sorriso contido.
 
Sem demora, saiu de casa encontrando Alex do lado de fora. As duas se cumprimentaram com um maneio de cabeça e então seguiram caminho.
 
Assim que o carro parou em frente a escadaria do antigo e luxuoso salão em que sempre acontecia a festa, a porta foi aberta e Lena sorriu abertamente ao reconhecer a loira mascarada.
 
— Senhorita Luthor — estendeu a mão para ajudá-la descer.
 
— Senhorita... Kara — segurou sua mão.
 
— Está linda — Kara disse baixinho enquanto a admirava de cima a baixo — como sempre.
 
— Você também está linda.
 
Kara havia comprado um vestido azul escuro longo de mangas cumpridas. Sua máscara era de um tom dourado escuro e seus cabelos estavam enrolados presos pela metade e caídos nos ombros. Já Lena, usava um vestido inteiramente de seda, preto de alcinha e com uma fenda do lado esquerdo. Seus cabelos estavam lisos e soltos balançavam com o vento.
 
— Pronta para entrar e aguentar aquela gente chata? — Lena perguntou quando percebeu que se encaravam há alguns minutos.
 
— Com você ao meu lado, eu estou sempre pronta. Quer mesmo fazer isso?
 
— Quero — colocou sua máscara preta e prata. Segurando a mão de Kara começaram a andar quando Alex se aproximou. — Sei que terá que ser aos poucos, mas está na hora de algumas coisas mudarem. Só peço que fique do meu lado a noite inteira.
 
— Ficarei.
 
Três passos atrás delas, Alex as observava negando minimamente com a cabeça. Assim como Samantha, não acreditava que algum ataque aconteceria na festa, mas temia o que viria a seguir com Kara estando como acompanhante de Lena. Até parecia que ela tinha se esquecido que semanas antes havia sido vítima dos Luthors.
 
Quando Kara e Lena pisaram no lado de dentro do salão, não houve uma pessoa que não as olhou, principalmente porque era a primeira vez que a Luthor caçula aparecia publicamente com alguém.
 
— Todos estão te olhando — virou a cabeça fitando Lena enquanto andavam.
 
— Todos estão olhando para nós — respondeu encarando os olhos azuis. — Somos um belo par. Lena Luthor e a loira misteriosa.
 
Embora uma enorme alegria tivesse preenchido todo o ser de Kara pelo que ouviu, logo a preocupação a atingiu.
 
— Para sua segurança, vou dar uma olhada no local. Vou para um lado e Alex para o outro pra ser mais rápido.
 
— Não. Não me deixa sozinha — pediu. — Se eu ficar só, gente chata vai se aproximar de mim.
 
Soltando uma risada contida, Kara suavizou o olhar e encarou Lena com ternura.
 
— Você vai se sair bem — parou de andar ficando de frente para a morena. — Posso estar aqui como o seu par, mas ainda sou sua guarda-costas.
 
— Não está aqui a trabalho.
 
— Eu sei, mas tenho que te manter segura. Não vou demorar.
 
— Estarei te esperando no bar. Não me deixe esperando por muito tempo — brincou —, posso acabar indo embora com outra pessoa, mas pretendo ir com você.
 
— Assim você magoa meu pobre coração. Não demoro — soltou sua mão aos poucos enquanto dava alguns passos para trás. — Não vai embora com ninguém que não seja eu.
 
— Não prometo nada.
 
Depois de observar por alguns instantes Kara se afastar, Lena andou até o bar e se sentou num dos bancos. Seus olhos varreram todo o salão a sua volta encontrando várias pessoas conhecidas. Detestava cada um deles.
 
Ainda se lembrava da primeira vez que planejou aquela festa, estava realmente feliz por sentir que faria algo bom. Também se lembrava quando no ano seguinte Lionel, Lilian e Lex fizeram aquilo se tornar sobre a empresa. Sobre eles. Naquele ano, sua alegria por seu projeto pessoal se esvaiu por completo.
 
— Deseja alguma coisa, senhorita? — o barman perguntou.
 
— Uma dose whisky, por favor — pediu quando se virou para ele.
 
O barman pegou um copo o colocando a sua frente a servindo. Prestes a levar o liquido cor de âmbar até a sua boca, parou com ele no ar quando ouviu a voz asquerosa de Lex atrás de si. Sentido a raiva a consumir, pousou o copo com certa força  o balcão.
 
— Entrada triunfal, irmãzinha. Pena que tinha uma ninguém do seu lado — riu com sarcasmo. — Você é uma decepção, sabia? Eu soube disso no momento que você entrou naquela casa. Jack Spheer te esperando e você perdendo tempo com essa daí.
 
— Porque não vai lamber o chão dos porcos asquerosos como você que você chama de amigos? — o olhou. — Se gosta tanto de Jack Spheer, casa com ele.
 
Irritado por ter sido enfrentado, Lex segurou seu braço e apertou com força.
 
— Cuidado como você fala comigo — vociferou. — Ou você sabe o que eu vou fazer.
 
— O que vai fazer? — arqueou as sobrancelhas. — Ameaçar a minha filha? Fazer da minha vida um inferno? Dizer coisas que eu já estou cansada de ouvir?
 
— Não me faça perder a paciência, Lutessa ou...
 
— Ou que?
 
— Me testa pra ver o que eu não faço com aquela bastardinha que você chama de filha — apertou mais seu braço.
 
— Você está me machucando, Alexander.
 
— Acho bom dispensar aquela sem teto. Não precisamos de mais uma merda sua para sujar o nome da família e minha mãe arranjar uma solução.
 
— E eu acho bom você nunca mais tocar em mim ou ameaçar a minha filha de novo — tentou tirar seu braço da mão de Lex, mas ele não deixou. — Um dia, eu vou fazer você descer desse pedestal que sua mãe e seu pai te colocaram. Sua queda vai ser feia e ninguém vai te amparar, nem eles, pois estarão na lama com você.
 
— Isso é uma ameaça, irmãzinha?
 
— Atrapalho alguma coisa? — questionou irritada por ver Lex ao lado de Lena.
 
A voz de Kara chamou a atenção dos dois Luthors. Lena virou minimamente para a olhar, mas Lex continuou irritado encarando a irmã e apertando seu braço.
 
 — Você nunca atrapalha, Kara — finalmente conseguiu se soltar. — Isso não é uma ameaça — disse a Lex —, é uma promessa. E não me chame mais de irmãzinha. Você sempre deixou claro que não pertenço a família e pra mim é uma honra não ser como vocês.
 
Lena o olhou de cima a baixo sentindo nojo e então se afastou.
 
Foi a primeira vez em quase sete anos que havia feito algo daquele tipo. A sensação era a melhor possível. Era a sensação de liberdade.
 
— Ele te machucou? — Kara perguntou preocupada. Quando pegou o braço de Lena, viu as marcas dos dedos de Lex. — Filho da puta! Eu vou acabar com a raça daquele desgraçado.
 
— Não — segurou Kara quando ela estava prestes a ir em direção a Lex. — Não se mete em confusão por causa dele.
 
— Ele costuma fazer isso?
 
— Nunca fez. Mas eu o enfrentei hoje, e o ego dele é muito frágil.
 
— Covarde! — esbravejou. — Eu sinto muito, eu sei que é porque eu estou com você. Eu deveria ter rejeitado seu pedido — se lamentou.
 
— Não é sua culpa se eu vivo num ninho de cobras — os cantos de seus lábios se curvaram quando encontrou as orbes azuis. — Eu coloquei esse vestido para te impressionar. Então vamos só aproveitar essa festa tediosa por um tempo.
 
— Você me impressionou — seus olhar pousou sobre os lábios de Lena. Havia sentido uma enorme vontade de beijá-la, mas se conteve. — Você me impressionou desde que te vi a primeira vez.
 
— Então estamos empatadas.
 
Noite a dentro, Lena e Kara não se desgrudaram. O salão estava cheio, mas para elas, parecia que só existiam as duas. Lena pouco se importou em falar com as pessoas ou sorrir para elas. Não subiu com seus pais e Lex no palco na hora do discurso, e muito menos fingiu que os amava e que era a filha perfeita.
 
 Sua filha estava finalmente segura e longe deles, as consequências de seus atos não a atingiriam. Tinha perdido muito vivendo uma vida que pertencia aos outros Luthors, agora que estava começando a entender o que era viver uma vida só dela.
 
Em determinado ponto da festa, elas acabaram indo parar na pista de dança. Automaticamente, todos os olhares se voltaram para as duas de novo mesmo com outras pessoas em volta dançando.
 
A todo o momento, se olhavam nos olhos e sorriam. Estavam felizes e essa felicidade incomodou algumas pessoas.
 
— Me leva pra casa? — Lena pediu baixinho.
 
— Claro.
 
— Me leva pra casa com você.
 
O coração de Kara errou uma batida.
 
— Claro — repetiu a resposta.
 
Saindo da festa, Kara ficou aliviada por não ter acontecido nada de ruim, mas, ainda assim, seu coração ancorava no peito quando se lembrava da forma que os Luthors a olharam. Por mais que estivesse feliz por estar com Lena, ainda sentia nas suas entranhas que alguma coisa estava errada.
 
Minutos após saírem da festa, Alex — que não gostou nada de toda a situação — as deixou em frente ao prédio de Kara a pedido de Lena.
 
Segurando a mão de Lena e entrelaçando seus dedos, elas ficaram assim até entrarem no elevador e cada uma ficar de um lado da caixa metálica. Mas as portas se fecharam e elas se olharam com paixão e desejo.
 
Mais uma vez, Lena tomou a iniciativa do beijo. Quis a aquilo durante a festa inteira e agora que estavam a sós não via motivo para não matar a sua vontade. Kara em nenhum momento hesitou. Enquanto sentia as mãos frias de Lena sobre seu rosto quente, a puxava pela cintura para perto de seu corpo e entranhava seus dedos na massa negra de seus cabelos.
 
O beijo era ardente o suficiente para fazer seus corpos queimarem como se estivessem pegando fogo.
 
— Você sabe que o elevador tem câmeras, não sabe? — Kara questionou entre o beijo.
 
— Eu não ligo.
 
— Vou levar uma multa por isso — apertou forte a cintura de Lena quando ela mordeu seu lábio inferior.
 
— Eu pago. E estamos de máscaras, não vão nos reconhecer. — foram suas últimas palavras antes das portas se abrirem no andar do apartamento de Kara.
 
Ao se desgrudarem e olharem para frente com a porta aberta, cumprimentaram um casal de idosos que aguardava pelo elevador. Logo que o elevador fechou as portas novamente, elas começaram a rir da situação.
 
Abrindo a porta do apartamento, Kara deu espaço para Lena entrar. A primeira coisa que fizeram foi tirar os saltos os largando pelo caminho. A segunda coisa foi ficarem novamente frente a frente.
 
— O que quer fazer?
 
— Quero você — Lena deu um passo para frente diminuindo a distância de seus corpos.
 
— Tem certeza disso? — engoliu seco.
 
Não havia chances de negar qualquer coisa a Lena. Não queria negar.
 
— Absoluta.
 
Com a respiração falhada, Kara voltou a agarrar Lena pela cintura. Escorrendo a mão direita pela fenda do vestido preto e tocando a pele alva e macia, ergueu Lena uma pouco a fazendo enlaçar as pernas em sua cintura.
 
— Se não for um fetiche seu, eu prefiro fazer isso sem máscaras — Kara brincou.
 
— Não é um fetiche — sorriu.
 
Cuidadosamente, Kara retirou suas máscaras.
 
— Você é a mulher mais linda que eu já vi. E a melhor pessoa que já conheci — falou antes de voltar a beijar a morena e começar a andar até o quarto.
 
Após o início daquele novo beijo, suas bocas não se separaram por mais do que alguns segundos, nem mesmo quando tiraram o vestido uma da outra — com bastante dificuldade por sinal.
 
Não pensavam em mais nada, apenas nelas mesmas.
 
Quando não tiveram mais ar nos pulmões, se afastaram por um momento e então se olharam. Estavam em pé e seminuas. Lena nem estava de sutiã, pois não usava um com o vestido. Seus olhares sobre seus corpos eram penetrantes, se sentiam desejadas, únicas, com se fossem uma para outra uma joia muito rara.
 
Voltando a se aproximar, Kara voltou a carregar Lena e deitou Lena no colchão ficando por cima a admirando.
 
— Vai ficar só me olhando?
 
— Eu poderia, mas tenho algo melhor em mente — sorriu ladeado. — Você é muito importante pra mim. Sabe disso, não sabe?
 
— Sei. Você também é muito importante pra mim — levou as mãos até os cabelos dourados os tirando de seu rosto. — Me faça ver estrelas.
 
Se inclinado, Kara deslizou o nariz pelo pescoço da morena a fazendo se arrepiar. Seu perfume sempre a inebriava, mas dessa vez era de um jeito muito mais arrebatador. Com todo o carinho que tinha, começou a beijar toda a região do pescoço descendo até a clavícula.
 
Lena aproveitava cada sensação que o toque de Kara a causava. Era única. Queria se perder a loira e queria que ela se perdesse em seu corpo.
 
Kara distribuiu seus beijos por cada canto do corpo de Lena. Reparou em todos os lugares que ela sentia cócegas, onde ficava mais excitada e em cada marquinha. Suas mãos acariciaram e apertaram o seios, as coxas, as nádegas e todo o resto. Sentia prazer ao perceber pelos gemidos de Lena — que estavam cada vez mais agudos — diziam que ela estava gostando daquilo.
 
Beijando novamente os lábios vermelhos, Kara deslizou lentamente a mão até a barra da calcinha de renda que ela usava. Sem deixar de beijá-la com paixão, levou a mão para o lado de dentro tocando o nervo quente e úmido fazendo Lena arfar contra sua boca. Com movimentos circulares, diminuindo e aumentando o ritmo, Kara alternava a atenção ao ponto de prazer da morena com a menção de penetrá-la.
 
Abrindo cada vez mais as pernas e se deleitando com os movimentos, Lena se perdia naquele mar de sensações. Nem se lembrava como era se sentir daquele jeito com alguém. Na verdade, nunca havia sentido com ninguém o que estava sentindo com Kara.
 
— Gostosa — Kara sussurrou no ouvido da morena a fazendo rir entre um gemido.
 
— Vo-você pode... — sua voz falhou e se perdeu por alguns segundos em seus pensamentos — pode terminar i-isso logo — revirou os olhos de excitação quando Kara começou a dar atenção aos seus seios então apertou o lençol com força. — Não vou... não vou aguentar muito tempo — disse com a respiração entre cortada. — Você já brincou bastante comigo.
 
Havia brincado e queria continuar brincando para poder ver a mulher em baixo de si se contorcer de tesão como estava vendo, mas também queria a ver se entregar.
 
Voltando a deslizar os dedos para a entrada da vagina, enfiou um dedo esperando alguns segundos Lena se acostumar com a sensação antes de penetrar mais um. Foi difícil controlar seu próprio corpo fazendo aquilo.
 
Seus lábios procuraram os de Lena desesperadamente enquanto a estocava. Começou com investidas lentas e aos poucos aumentava a intensidade e o ritmo. Nem conseguia racionar direito ouvindo os gemidos manhosos contra sua boca.
 
— Mais... rápido — choramingou quase alcançando seu ápice e foi imediatamente atendida.
 
— Assim, meu bem?
 
— Is-so... Kah-ra — começou a sentir os espaços tomarem conta de seu corpo. — Não para.
 
— Só farei isso depois eu que fizer você ver as estrelas.
 
A voz rouca e cheia de tesão de Kara em seu ouvido, fez Lena se desligar completamente do mundo. Não demorou muito, suas costas arquearam ao gritar pela loira.
 
O gemido alto e saído do fundo da garganta indicava que Lena tinha atingido o seu ápice. Kara a viu se entregar completamente ao momento.
 
— Se sente bem? — ainda em cima de Lena, analisava cada micro expressão de seu rosto.
 
— Me sinto... ótima — respondeu bastante ofegante.
 
Tirando os fios de cabelos de Lena da testa molhada de suor, Kara sorria bobamente esperando ela se recuperar do orgasmo.
 
— Não fuja no meio da noite — brincou acariciando o rosto que ainda estava quente e avermelhado. — Quero tomar café da manhã com você.
 
— Se repetirmos o que acabamos de fazer, eu juro que não fujo — sorriu abrindo os olhos. — Onde esteve antes de nos conhecermos?
 
— Procurando por você — afundou o rosto na curva do pescoço de Lena.
 
A morena a abraçou voltando a fechar os olhos. Suas mãos deslizaram levemente pelas costas da loira.
 
Queria continuar ali por um longo tempo.
 
— Você me fez eu me apaixonar por você, Kara — murmurou.
 
— Eu me apaixonei assim que te vi.
 
 

:)

The BodyguardWhere stories live. Discover now