22 Sorriso diabólico

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Voltei!!!
 

Divirtam-se!!!
 
 
 
O coração de Alex quase parou com as palavras de Lena. O pavor imediatamente tomou conta de cada célula de seu ser. Só podia ter ouvido errado.
 
— Pode... pode repetir o que você falou? Eu acho que eu não entendi direito.
 
— Eu acordei e a Kara não estava aqui — começou falando. — Ela deixou um bilhete dizendo que estava indo no mercado comprar coisas para o café da manhã. Eu não sei que horas ela saiu, mas já é de tarde e ela ainda não voltou. Se ela não está com você, não está com a Sam, então ela sumiu.
 
— Já tentou ligar para ela?
 
— Sim, estou ligando há muito tempo e sem parar, mas está dando caixa postal.
 
— Sabe se a moto dela está na garagem?
 
— Eu estou trancada, não tem outra chave aqui para eu fazer isso — disse nervosa e com rapidez. — Me veio na cabeça que ela poderia estar com você ou com a Sam, e não ter percebido o tempo passar... sei lá.
 
Não queria acreditar em um sumiço da irmã, mas Alex sabia que Kara não deixaria Lena sozinha por muito tempo e muito menos para ficar com ela ou com Samantha, o que, infelizmente, podia ser um indício que havia algo de errado. Muito errado.
 
— Você falou sobre isso com mais alguém?
 
— Não — negou com a cabeça como se Alex pudesse vê-la. — E-eu não sei o que fazer. Minha esperança era de que ela estivesse com você — sua voz saiu falhada, estava com vontade de chorar. — Me ajuda, Alex.
 
Alex ficou alguns segundos em silêncio pensando no que fazer. Olhando para Sam — que ainda não tinha entendido o que estava acontecendo — bufou.
 
Com certeza aquilo tinha alguma coisa a ver com os Luthors. Era óbvio que eles não deixariam barato o fato de Kara ter aparecido com Lena no baile de máscaras. Mas Kara estava pensando demais na segurança de Lena e esquecendo da sua. Esquecendo, principalmente, que corria um sério risco dos Luthors descobrirem quem ela realmente era se despertasse a ira deles.
 
— Fica calma — pediu enquanto tentava se acalmar também, o que estava sendo difícil. — Eu tenho uma chave do apartamento dela, vou pedir pra Sam ir até aí, ela vai te pegar e te trazer pra minha casa. Não é bom você ficar sozinha nesse estado.
 
— Tá.
 
— Eu vou... Antes de irmos a polícia — ir a polícia de maneira alguma passava pela sua cabeça, mas como Lena não sabia que eram agentes do FBI e outros detalhes sobre a sua família, teria que dizer algo para enganá-la —, eu vou procurar por ela. Se for necessário, vamos a polícia. Tudo bem?
 
— Tudo bem — disse chorosa.
 
— A Sam logo estará aí. Se quiser ficar por aqui até encontrarmos a Kara, pode ficar.
 
As duas ficaram alguns segundos em silêncio.
 
— Alex?
 
— Sim?
 
— Traz ela de volta pra mim. Por favor.
 
— Vou trazer. Nos falamos mais tarde — encerrou a chamada.
 
Jogando o celular no sofá, levou as mãos até o rosto e o esfregou. Um grunhido saiu de sua garganta, ele era a mistura de vários sentimentos, mas o mais presente era o medo. Tinha que encontrar Kara antes que o pior acontecesse.
 
— O que há de errado, Alex? — Sam perguntou assustada por ver o estado da ruiva.
 
— A Kara — a olhou. — Ela sumiu — se levantou do sofá.
 
— Como assim ela sumiu? — achava sua pergunta idiota, mas foi inevitável não fazê-la.
 
— Lena disse que acordou e Kara não estava no apartamento. Disse que ela deixou um bilhete dizendo que estava indo ao mercado — começou a andar de um lado para o outro —, mas até agora ela não apareceu.
 
— Você acha...?
 
— Tenho quase certeza.
 
— E o que vamos fazer?
 
— Você — apontou para ela — vai buscar a Lena, vai passar com ela na mansão e dizer para ela pegar algumas roupas e mantê-la aqui até tudo isso se resolver.
 
— Porque?
 
— Porque eu fiz uma promessa a Kara que a manteria segura — revelou. — Com certeza isso é coisa da família dela, você viu o que fizeram naquele dia do bar e ontem Kara apareceu com ela na festa. Se for por isso, é menos pior do que eles terem descoberto quem ela realmente é. Vai ser mais seguro para Lena, ela estando longe deles.
 
— Tem certeza disso? Se eles quiserem fazer mal a Lena, vão fazer em onde quer que ela esteja.
 
— A única certeza que tenho é que eles estão envolvidos — apertou os lábios. — Eles podem ter um plano com tudo isso, tenho que descobrir qual é. Se algo acontecer com a Lena, Kara nunca vai se recuperar e eu não quero vê-la como já vi uma vez. Pega as chaves do apartamento e vai buscá-la. Fica de olho nela. Leva uma arma por precaução. Eu sei que você pode cuidar disso se precisar. Eu vou avisar o resto da equipe e procurar pela Kara.
 
— Tudo bem. Acha ela. Eu preciso da minha amiga — ficou de pé se aproximando de Alex. — Toma cuidado, tá? — levou a mão até seu rosto e a deu um selinho. — Eu também preciso de você.
 
Piscando rapidamente sem acreditar no que tinha acontecido, Alex acompanhou Sam com os olhos até ela sumir de suas vistas indo escada a cima. Se não estivesse tão preocupada com sua irmã, até comemoraria aquele beijo repentino e o que tinha ouvido da boca de Samantha. Porém, havia algo mais urgente.
 
Quarenta e cinco muitos depois do que Lena informou, Alex estava chagando em um dos muitos esconderijos da equipe. Esse lugar, em especial, era o mais secreto e o mais reservado porque era onde ficava computadores, dispositivos,  armas e todo o resto que fosse necessário para equipe.
 
Descendo do carro, deu uma última olhada em volta e então começou a se aproximar do enorme galpão abandonado. Passando pela primeira porta — que era de compensado de madeira — foi andando até os fundos chegando em estreito corredor e no final dele encontrando mais uma porta. Essa porta era de aço e espeça, só abria através de senha e digitais, apenas a equipe tinha acesso. Assim que fez a leitura de sua digital, entrou no espaço que tinha sido montado para aquela operação.
 
— Onde está Diana? — perguntou ao encontrar apenas Brainy e Felicity.
 
— Não sei — Brainy respondeu virando a sua cadeira para encarar Alex. — Só sei que sem ela aqui, você dá as ordens para o que devemos fazer.
 
— Ok — se aproximou dele e da loira que estava concentrada mexendo no computador. — Como sabem, a Kara sumiu e já faz algumas horas. Temos que achá-la rapidamente. Felicity, veja as câmeras de segurança do prédio e da rua onde ela mora.
 
— De qual horário eu começo?
 
— Das onze e meia de ontem. Vamos ver o que aconteceu até hoje na hora que ela saiu — olhou para Brainy. — Veja onde qual foi a última torre que o celular dela pingou. O rastreador que o FBI nos deu pode nos indicar onde ela está. Vocês têm verificado a escuta dela?
 
— Inativa desde ontem a noite — Felicity respondeu.
 
Tentando se recordar da noite anterior, Alex não sabia dizer com certeza se a irmã estava com o relógio que era, na verdade, a escuta. Mas já imaginava que estaria Inativa, ela sempre a mantinha deligada ao lado de Lena e tinha passado a noite ao lado dela.
 
— Alex, olha isso aqui — apontou para a tela. — Essa câmera é da rua dela, depois que você sai com o carro, esse carro passa uma vez, depois volta, passa de novo e estaciona na vaga onde você estava. Ninguém desce. Me parece suspeito.
 
— Nem é o mesmo carro que bateu nela outro dia — murmurou vendo a imagem que Felicity mostrava. —  Brainy, pega essa placa e veja até onde vai nos...
 
— Já fiz isso — Felicity apontou para a outra tela. — Thurol Industries.
 
— Como eu já imaginava — revirou os olhos. — Ontem a noite ninguém tinha me seguido. Desde que Kara voltou da Irlanda, não há vestígios de perseguição. Veja desde onde esse carro aparece e por quanto tempo fica parado, Felicity.
 
— Isso pode ser uma estratégia — Brainy disse com os olhos vidrados no computador. — Se eles tinham algo planejado em mente, como um sequestro, por exemplo, eles iriam deixar as coisas se acalmarem e então atacar. Quanto mais normal eles deixassem parecer que estavam as coisas, menos ela se atentaria nesses detalhes por causa da sensação de normalidade. E então, quando surgisse a oportunidade, viria o ataque repentino e ela nem estaria esperando. Nenhum federal seria capaz de prever se não tinha suspeitas antes.
 
Não queria pensar no pior, mas para Alex nada indicava que a nova estratégia dos Luthors era aleatória — principalmente depois do que Brainy tinha falado. Um civil, pouco iria reparar em coisas que uma agente treinada do FBI repararia. Se os Luthors queriam que Kara achasse que tudo estava normal, era porque eles sabiam ou, ao menos, suspeitavam que ela poderia reparar nas pequenas coisas. Ela sendo seguida constantemente, iria perceber, assim como a primeira vez que a seguiram.
 
— Estranho — Querl franziu o cenho. — O sinal do rastreador dela e do celular foram bloqueados. Eles aparecem até uma estradinha em Gotham e param ali, mas não continuam parado naquele ponto, apenas somem.
 
— Merda! — Alex esbravejou. Aquilo não era nada bom. — Lena disse que ela deixou um bilhete dizendo que iria ao mercado — ficou pensativa. — Tem um mercado na esquina da casa dela, dependendo da hora que ela saiu, estaria fechado e ela teria que ir mais longe. Indo mais longe, ela estaria de moto.
 
— Pelo rastreador do FBI, consigo ver o histórico por onde ela passou. Só vou verificar onde tem um mercado perto — o rapaz continuou. — Sobre a moto, vou ver se está em algum desses lugares do histórico do rastreador e do GPS.
 
— Isso. Tem mais alguma coisa, Felicity?
 
— Claro que tenho — sorriu. — O carro não estava te seguindo, ele estava na lateral do prédio, saiu de lá depois que você passou para ir embora. Ele só fica estacionado onde você estava por meia hora e volta para lateral do prédio.
 
— Como você viu meia hora de gravação tão rápido? — quis saber.
 
— Avancei o vídeo — deu ombros.
 
— E dentro do prédio?
 
— Aqui está o compilado dos melhores momentos feito por mim. Eu desenvolvi um software para me mostrar a pessoa, ou pessoas, entre as câmeras a partir de reconhecimento facial — apertou o enter no teclado. — Peguei gravações do horário de ontem, que você me deu, até hoje ao meio dia de hoje e fiz o reconhecimento do rosto de Kara. Como sou muito boa no que faço, a máscara do baile tampando metade do rosto não foi um enorme problema. Esse é o resultado.
 
O compilado de Felicity mostrava Kara e Lena entrando no prédio rindo, elas dão as mãos esperando o elevador e quando entram cada uma vai para um lado dele. Segundos depois, Lena beija Kara que corresponde ferozmente. Os três que assistiam ficaram desconfortável pela cena — não por serem duas mulheres se beijando, mas porque aquilo não deveria acontecer.
 
— Não... não dá pra pular essa parte? Adianta até a hora que ela saiu de novo de casa— Alex pediu.
 
— Claro — começou a avançar o vídeo. — Assim, não é um pouco errado a sua irmã estar aos beijos com ela? Quer dizer, nós estamos vendo o beijo, mas pode ter ocorrido muito mais — falou com seu jeito espevitado. — Nem digo isso pela Luthor ser suspeita do FBI, não há nada, até agora, que indique que ela está envolvida com o que o resto da família faz, mas — olhou para a ruiva que estava em pé e com a fisionomia séria — não é meio chato da parte da Kara estar mentindo assim para a Luthor?
 
— Eu me sentiria horrível se eu estivesse gostando de alguém e descobrisse que ela não é quem eu imaginava — Brainy comentou voltando a prestar atenção em sua pesquisa. — Eu me sentiria enganado em níveis muito profundos.
 
Alex olhou de soslaio para Brainy por alguns segundos — já tinha ouvido aquela frase em outro lugar — e logo voltou a prestar atenção no vídeo. Depois daquilo, novamente teria que acobertar a irmã.
 
— O que vimos não sai daqui — disse severamente alternando o olhar rapidamente entre Brainy e depois para Felicity. — Não mostra esse vídeo para ninguém Felicity. Isso não é um pedido, é uma ordem.
 
— Como quiser — Felicity falou com medo de perder seu acordo com o FBI. — Ela sai do apartamento perto das sete.
 
Voltando a olhar a tela do computador, Alex vê a irmã indo até a garagem com uma bolsa. Já próxima da moto, coloca a bolsa no compartimento da moto, coloca o capacete, sobe na moto e da partida. O compilado acaba nesse minuto.
 
— Porque parou aí?
 
— Meu software é para identificação facial, só tem o vídeo até onde mostrava o rosto dela. Ele é excelente, mas não faz milagres. Não para ver características nenhuma por baixo de um capacete.
 
— Ok. Apaga esse vídeo e finge que ele nunca existiu — voltou a ordenar. — Se perguntarem, diz que só tem gravações da câmera da rua e que as câmeras de segurança da Kara deram problema e Brainy vai arrumar. Diga que deram problema nas do elevador também.
 
— Está apagado — a loira respondeu fazendo o que Alex mandou.
 
— Volta para a câmera da rua.
 
— Só um minuto — começou a mexer nas teclas para mudar as câmeras para o lado de fora. — Pronto!
 
— Ela passa pela rua onde o carro está e ele vai atrás — constatou com o que estava vendo. — Como ela não percebeu?
 
— Como eu disse, Alex: sensação de normalidade.
 
Depois do Brainy disse, a porta do esconderijo se abriu e uma Diana irritada apareceu. O barulho do salto de sua bota estava tão alto batendo contra o chão que fez os outros três da equipe a olharem.
 
— Que diabos sua irmã fez? — perguntou com uma ruga no meio da testa se aproximando de Alex.
 
— Não sei — deu ombros. — Ela sumiu, como eu te avisei mais cedo, e estamos tentando descobrir mais.
 
— Não estou falando disso, estou falando dos Luthors.
 
— Como assim? — a fitou sem entender. Ou melhor, não querendo entender.
 
— Lex Luthor exigiu a troca de guarda-costas. Ele quer a Kara longe. Por isso demorei a chegar, estava resolvendo isso com a Lance.
 
— Como assim resolvendo isso?
 
— Ontem, ele ligou para Lance ordenando a troca dela — cruzou os braços. — Isso foi antes do baile que ela apareceu como par da irmã dele, mas não tinha como ele saber disso, certo? Então quero saber o que ela fez antes para ele exigir isso agora.
 
— E ela vai ser trocada? — fez como sua irmã fazia quando era confrontada.
 
— Vai. Você fica. Ela sai. A reclamação é exclusivamente contra ela.
 
— Quem vai ficar no lugar dela?
 
— Bárbara Gordon. J’onn e Cat a indicaram, ela começa segunda como guarda-costas da Luthor — revelou. — Sei que ela foi parceira da sua irmã e está limpa. Felicity verificou tudo sobre ela.
 
— Então Kara está fora da operação?
 
— Não. Ela vai passar a ficar aqui comigo e a Sam. Isso se o desaparecimento dela não tiver a ver com a descoberta da identidade dela. Se tiver, ela tá fora. O que temos sobre o sumiço dela?
 
Não queria nem pensar quando a irmã soubesse daquilo. Mesmo que Bárbara Gordon tivesse sido sua parceira no FBI, Kara não iria sossegar ficando longe de Lena e seria capaz de fazer muitas burradas para continuar a protegendo.
 
Nos minutos seguintes, Alex deixou Diana a par do que tinha descoberto até sua chegada. Depois, Brainy acabou acrescentando informações indicando onde a moto de Kara estava — continuava no estacionamento do mercado onde ela foi fazer a pequena compra.
 
— Tem câmeras nesse local?
 
— Já vou olhar, chefe — Querl respondeu à Diana. — Tem sim — afirmou uns minutos depois.
 
— Felicity, usa seu software nessas câmeras — Danvers pediu. — Principalmente nas do lado de fora.
 
— Fazendo um compilado novinho bem agora.
 
Por alguns pouquíssimos instantes, o local ficou em completo silêncio  enquanto o programa de Felicity fazia o que tinha que fazer. Durante esse tempo, Alex aproveitou para pensar sobre Lex exigir a troca de guarda-costas e não Lionel.
 
— Compilado prontinho — Felicity anunciou colocando a gravação para passar.
 
Todos ficaram atentos no vídeo. Principalmente, quando Kara saia de dentro do mercado e voltava para o estacionamento.
 
O coração de Alex apertou quando viu o que aconteceu com a irmã.
 
— Esse é...?
 
— Sim — Alex interrompeu Brainy. — O filho da puta do William Dey — fechou o punho — se conteve a dizer. Se expressasse emoções demais, poderia ser excluída da busca pela irmã.
 
O capanga dos Luthors chegou sorrateiramente por trás de Kara colocando um pano em seu rosto. A bolsa que estava nas mãos da loira caí e não demora para William dá um passo para trás para esperar ela desabar no chão. Quando Kara está caída já desacordada, ele a arrasta para o carro.
 
— Esse é o primeiro erro que eles comentem.
 
— O estacionamento estava vazio, e Kara, claramente, estava distraída — Prince complementou o que Brainy disse. — Acharam um bom momento e não perderam tempo. Isso cheira a desespero. Salva esse vídeo, com certeza vão tentar destruir essa prova — olhou para Alex que permanecia imóvel. — Eu deveria te tirar do caso até acharmos a Kara, mas não tenho outro agente de campo e essa operação não pode se explanar mais do que já está.
 
— Só quero resolver isso logo — engoliu seco. — Felicty, você consegue usar seu software para procurar outras coisas? — Alex quis saber.
 
— Se eu reprogramar, sim.
 
— Faz com a placa e as característica do carro. Vamos ver por onde ele seguiu com a Kara — viu a loira assentir.
 
— Ótima ideia — Diana disse prestando voltando atenção em todas as telas a sua frente. — Brainy, pega todos os lugares no nome da Thurol Industries e veja se algum se aproxima de onde o sinal do rastreador e do GPS é bloqueado. Quando tivermos essas respostas, vamos cruzar os dados.
 
— Sim, chefes! — Brainy e Felicity responderam ao mesmo tempo.
 
— Onde está, Sam? Porque ela não está?
 
— Ela está com a Lena — a ruiva olhou para Diana que fazia cara de desentendida — na minha casa.
 
— E porque ela está com a Luthor e não aqui fazendo o trabalho dela? Ela também é uma investigadora, preciso dela aqui.
 
Tinha feito uma promessa para irmã e não iria quebrá-la. Era mais seguro Lena estar com Sam do que qualquer outra pessoa. Por isso, iria enrolar Diana para convencê-la de que era melhor continuar assim.
 
— Com Kara longe, eles podem tentar alguma coisa contra Lena. Já sabemos que eles querem matá-la. Lex quer matá-la — ressaltou o que tinham de mais concreto. — Esse pode ser um plano deles em execução.
 
Diana continuava tentando entender as explicações de Alex, mas na sua cabeça parecia sem sentido.
 

— Lex ordenou a troca de segurança, não Lionel como sempre foi — continuou a explicar. — Se Lena estiver com outra guarda-costas menos preparada, o que eu acho que eles pensam que a próxima, ou próximo, guarda-costas será, a chances dela não sobreviver dependendo da intensidade do ataque é maior. Quem a protegeu anteriormente, quando passaram a usar mais força nos ataques, foi Kara. Quem matou os capangas dele, foi ela. Quem feriu Ottis Graves, também foi ela. E ela descobriu sobre a outra herdeira.
 
— Faz sentido — semicerrou os olhos. — Mas eles não fariam nada com a Luthor na casa deles, eles tentariam fazer algo para culpar outra pessoa, tipo Helena Bertinelli, e seria em público. Esse é a o padrão deles.
 
— Mas Lena só tem a motorista até segunda. A guarda-costas foi sequestrada. Ela está sem segurança.
 
— Ok. Não posso enviar Gordon agora, o combinado é segunda e eles podem mesmo tentar algo nesse meio tempo. Lena tem mais valor pra gente viva do que morta. Ela nos levou a algum lugar com Kara estando próxima à ela — respirou fundo. — Então seremos nós quatro a procura de Kara. E tomara que sua suposição esteja certa, se for por que descobriram a identidade dela, ela volta pra Nova Iorque no próximo voo.
 
Sacudindo a cabeça afirmando, Alex soltou o ar dos pulmões força. Também esperava que estivesse certa sobre a sua suposição.

 
******
 
Com os olhos ainda fechados, Kara sentia a luz ultrapassar suas pálpebras. Estava confusa, as imagens em sua mente estavam embaralhadas. Letargicamente, foi abrindo os olhos sentindo a vista doer e vendo tudo embaçado. Parecia que seus olhos não focavam em nada.
 
Quando tentou se mexer, percebeu que suas mãos estavam presas para trás. Como o que sentia em seu pulso era algo gelado, imaginou que se tratava de uma algema. Além disso, ao tentar mover as pernas, também notou que elas estavam amarradas aos pés da cadeira de madeira onde estava sentada.
 
Estava se sentindo sonolenta, com a respiração pesada e seu corpo parecia não responder muito bem aos seus comandos.
 
Olhando em volta, percebeu que estava sozinha. Aquele lugar onde a colocaram estava abandonado, havia caixotes de madeira espalhados, teias de aranhas e não tinha luz, a não ser a do dia que ultrapassava os altos vitrais.
 
Pouco a pouco foi se lembrando do que tinha acontecido. Quando pensou em Lena, quase gritou por seu nome, mas mordeu a língua para não fazer aquilo. O melhor era não chamar a atenção.
 
Abaixando a cabeça, tentou pensar no que podia no que podia fazer para escapar dali. A primeira coisa, era esperar seu corpo acordar. A segunda, saber quem a sequestrou. A terceira, se vingar tanto de quem fez quanto quem ordenou.
 
Imergida nos seus pensamentos enquanto tentava planejar algo, escutou o ranger de uma porta e um fecho de luz atrás de si fazer sua sombra. Ótimo! Estava perto de uma saída.
 
Passos calmos e um objeto sendo arrastado começaram a se aproximar junto com um assobio. Ainda não tinha ideia de quem se tratava, mas não importava, iria fazer pagar por tê-la sequestrado.
 
Erguendo a cabeça, viu a figura mediana com uma cadeira em mãos parar a poucos metros à sua frente e então se sentar.
 
Seu coração estava tão acelerado que parecia que ele estava batendo em seus ouvidos, mas teria que controlar seu nervosismo para pensar com calma. Foi treinada para situações como aquela, poderia sair se pensasse bem.
 
Trincando o maxilar, ergueu o queixo e encarou aquela pessoa nem tão desconhecida.
 
— Olá, Kara Lee — deu um sorriso diabólico. — Ou devo dizer agente especial Kara Danvers?
 
Droga! Havia sido descoberta.
 
 

:)

The BodyguardWhere stories live. Discover now