26 Meu porto seguro

2.4K 311 47
                                    

Voltei!!!
 
Estamos chegando ao fim dessa fic.

Divirtam-se!!!
 
 
 
Sam estava na cozinha preparando o almoço de domingo quando viu Kara se aproximar. A loira ainda estava de pijama e com uma ruga bem no meio das sobrancelhas, um sinal claro que estava pensando demais em alguma coisa.
 
— Só acordou agora?
 
— Não — respondeu enquanto se sentava em um dos bancos da ilha da cozinha. — Mal consegui pregar os olhos, na verdade. Precisa de ajuda?
 
— Só estou terminando isso aqui, mas você pode por a mesa, se quiser.
 
— Não quero.
 
— Vai logo por a mesa — falou em um tom de ordem e depois voltou a prestar atenção nas batatas que fritava.
 
Revirando os olhos, Kara se levantou começando a andar pela cozinha para pegar pratos, talheres e copos.
 
— Cadê a Alex? Era a sua esposa que deveria estar te ajudando.
 
— Ela foi buscar uma coisa. E se você come e dorme nessa casa, você também tem que ajudar — deu tapa na mão da amiga quando ela tentou pegar uma batata frita da travessa.
 
— Grossa.
 
— Porque está com essa cara? Está com fome? Foi você que não desceu para tomar café da manhã.
 
— Não desci porque não estava com fome. E essa cara é de preocupação mesmo.
 
— Eu vou perguntar com o que você está preocupada, mas acho que já até sei a resposta — voltou a olhar por alguns instantes. — Porque está preocupada com a Lena dessa vez?
 
— Não estou gostando nada dessa coisa da festa — bufou. — Passei a noite pensando nisso. Acho que vou falar com a Diana e tentar tirar a Lena da mansão no dia. Se ela não aparecer, não há riscos.
 
Tirando as últimas batatas da panela, Sam as colocou na travessa e logo depois levou a travessa até a mesa. Após fazer isso, se virou para Kara que estava imóvel.
 
— E se a Diana não aceitar?
 
— A tiro de lá sozinha — fitou a morena. — Não vou deixar fazerem com ela o que fizeram com a Lucy. Não posso falhar com ela. Eu fiz o que fiz com a Lizzie pra ela não ter que aceitar tudo que vem deles. Ela não precisa está nessa festa se não quiser. Eles não vão encontrar a Lizzie pra poder ameaçá-la.
 
— Não vai acontecer com ela o que aconteceu com a Lucy — levou as mãos até os ombros de Kara. —  Com a Lucy, nem você, nem eu, Alex ou qualquer outra pessoa sabia com o que ela estava se metendo. Não tínhamos como prever o que aconteceu. Com a Lena, a gente já viu que estamos no caminho certo. Podemos protegê-la.
 
— Isso não me deixa mais calma, Sam. É da vida dela que estamos falando.
 
— Eu sei, tá legal? A Alex iria te falar isso no café da manhã, mas como você não apareceu, ela iria falar mais tarde — puxou a cadeira para sentar e Kara fez o mesmo.
 
— É sobre a operação?
 
Samantha assentiu enquanto se ajeitava melhor na cadeira.
 
— Diana ligou mais cedo e disse conseguiu convencer a Lance a colocar a Alex como segurança no dia do atentado — revelou. — Melhor que isso, Dey aceitou que ela fique. Isso significa que a identidade dela ainda está intacta, diferente da sua.
 
— E no que isso me ajuda? No que isso ajuda a Lena? Ela ainda continuará lá dentro correndo o risco de algo acontecer com ela.
 
— Lance vai conseguir pra gente a lista de convidados. Diana a deu até terça pra ela fazer isso — coçou a sobrancelha antes de voltar a falar. — Com essa lista em mãos, nós vamos saber cada um que estará dentro da mansão com antecedência.
 
As duas ficaram em silêncio por poucos segundos. Era uma grande coisa saber com antecipação cada pessoas que iria entrar na mansão, até porque uma delas poderia ser a responsável pelo possível futuro ataque. Porém, Lena ainda continuaria correndo perigo e Kara não estava contente com isso.
 
— Eu ainda não estou vendo vantagem no que você está me dizendo — sua expressão se enrijeceu mais.
 
— Diana vai cruzar a lista de nomes do pen drive com a que Lance enviar. Assim poderemos ver se algum capanga estará na festa — explicou calmante. — Além disso, provavelmente na terça iremos falar com o Schott. Quando colhermos o depoimento, Diana vai falar com a Isley. Se tudo der certo, na festa a gente já vai ter um mandado de prisão, busca e apreensão, e todo o resto.
 
— E pra pegar eles, eu tenho que aceitar por a Lena em perigo?  — arqueou as sobrancelhas esperando uma resposta. — Se o mandato não sair? Se Isley achar que não é o suficiente pra agirmos nessa festa? Eu perco mais uma pessoa que amo? Lizzie fica sem mãe? Os Luthors vencem de novo?
 
— Eu entendo a sua preocupação, mas acho que você não está pensando no que pode acontecer com ela depois — viu a expressão de Kara ficar confusa. — Você pode não deixar ela estar naquela festa, mas Lex pode fazer algo depois e talvez a gente nem preveja. Ele quer matar a irmã por causa de herança, ele tá com raiva por causa da filha dela. Ela ainda volta para aquela casa todos os dias depois do trabalho. Ela não estará livre da família enquanto não os prendermos.
 
— Sam... — tentou interrompê-la.
 
— Kara, me escuta — segurou as mãos da amiga. — Alex vai estar lá dentro, ela te fez uma promessa de proteger a Lena. Você pode mentir de todas as formas pra ela, como vem fazendo, mas ela vai cumprir o que te prometeu.
 
— Você sabe porque eu minto pra ela — disse com certo pesar. —Tem coisas que se ela soubesse, ela não iria aceitar. Eu não posso ser afastada desse caso. Eu preciso ir até o fim.
 
— E mesmo com todas as burradas que você fez e que ela soube, ela não te dedurou. Tirando a Diana, todos estamos colocando nossas carreiras na reta por sua causa — a olhou no fundo dos olhos. — Mais cedo ou mais tarde, Diana vai ligar os pontos, vai saber que você estar nessa operação é um conflito de interesse, vai saber que você matou Mercy como vingança, que Lex sabe a sua identidade e vai saber da sua relação com a Lena.
 
— Eu sei — abaixou a cabeça. — Todos os dias eu torço pra que isso só aconteça quando eles já tiverem presos.
 
— E eles podem acabar presos no próximo sábado. A gente tem uma grande chance de pegá-los nessa festa. E você, finalmente, vai por as mãos em quem tanto quer e livrar a Lena daquela família. Não faça burrada a essa altura da investigação — pediu ao mesmo tempo que tentava convencê-la. — Essa chance pode ser única. Nunca chegaram tão longe. Se eles escaparem, vai ser pior pra todo mundo.
 
Era difícil dar o braço a torcer para aquela situação. Lex podia mais uma vez tirar alguém importante da sua vida, mas Sam tinha razão; a festa seria a melhor chance de pegar toda aquela gente.
 
Se levantando da cadeira, Kara se afastou um pouco da amiga processando toda aquela conversa. Podia dar um jeito de Lena não estar naquela mansão no sábado a noite, mas o que faria depois? Diana já havia dito que não a colocaria sob proteção do FBI, não confiava em mais ninguém para protegê-la, pois Kane e Wilder já estavam com Lizzie. Não dava para colocar Lizzie e Lena no mesmo lugar, os Luthors poderiam descobrir e ter novamente as duas nas mãos. O jeito era prendê-los na primeira chance.
 
Soltando com força o ar dos pulmões, Kara começou a balançar a cabeça levemente se virando novamente para olhar Sam.
 
— Não vou me perdoar se algo acontecer com ela.
 
— Você tem uma equipe inteira do seu lado. Confia na gente. Se não confiar em mim, na Bárbara ou no Brainy, que você conhece há um tempo, confia na Alex. Ela confia cegamente em você — se levantou ao ouvir um barulho vindo da garagem. — Alex chegou. Termina de arrumar aqui que eu vou ver se ela precisa de ajuda.
 
— Tá bom.
 
Ainda bastante pensativa, Kara voltou a arrumar a mesa sem prestar muito atenção a sua a volta. Assim que se virou para pegar um bowl salada em cima da bancada, sentiu um par de braços enlaçar a sua cintura.
 
— Adorei o pijama de ursinhos — apoiou a cabeça nas costas da loira.
 
— Está ficando complicado manter a minha reputação de bad girl na sua frente.
 
— Depois da Lizzie, você é a pessoa mais doce que eu conheço, Kara. Você pode ser séria às vezes, mas não tem nada de bad girl.
 
— Droga! — disse em um falso lamento fazendo Lena rir.
 
— Senti sua falta. Está sendo torturante não te ver com frequência.
 
Um sorriso radiante tomou conta do rosto de Kara. Seu coração logo acelerou de felicidade e até se esqueceu de suas preocupações de poucos minutos atrás.
 
— Pra mim também está sendo — se virou para ficar cara a cara com Lena. — Estava quase ficando doente de saudades. Essa distância é para o nosso bem. Principalmente o seu.
 
— Eu sei que é — deixou um beijo simples nos lábios rosados da loira.
 
— Como senti falta disso — segurou o rosto da morena o cariciando com o polegar. — Porque não me avisou que vinha? Eu podia ter me arrumado melhor. Separado uns filmes do seu gosto para gente assistir.
 
— Eu quis te surpreender — respondeu em um tom amoroso. — Pedi para Alex me buscar mais tarde, mas ela disse pra vim e almoçar com vocês. Queria passar um tempo com você e não iria rejeitar ficar algumas horas a mais do que eu pretendia. Gostou da surpresa?
 
Como resposta, singelamente, Kara grudou seus lábios uma, duas, três vezes e então abraçou Lena do jeito que ela tanto gostava.
 
— Caso não tenha ficado claro, eu adorei a surpresa. Agora vai ter que passar o dia assim comigo.
 
— Não vou reclamar nenhum pouco — apertou Kara um pouco mais.  — Estou precisando disso.
 
— Hoje vou te encher carinho até você reclamar.
 
— Eu não vou reclamar por receber de você uma coisa que mal tive minha vida inteira.
 
Sempre que Lena falava alguma coisa assim, Kara se sentia muito mal por ela. Assim como a morena, tinha perdido sua mãe ainda muito nova, mas Eliza Danvers foi a pessoa que sempre se dedicou muito a ela com carinho, amor e atenção. Além disso, tinha ganhado Alex como irmã. Já Lena, infelizmente, recebeu um combo de pessoas horríveis a sua volta e nem podia ser a mãe que queria para Lizzie.
 
— E eu não vou reclamar por dar a você o que você merece.
 
O som de uma garganta raspando tirou as duas da bolha que haviam criado.
 
— Não queria interromper o momento — Alex disse entrando na cozinha com Sam logo atrás —, mas estou morrendo de fome. Vocês podem ficar se abraçando depois, mas peço que não façam isso com muita frequência na minha frente.
 
— Brincadeira de irmã mais velha — Kara sussurrou apenas para Lena ouvir. — É melhor se acostumar — depositou um beijo no rosto da morena e então a soltou. — Você sabe que ela é sua chefe, não é? — perguntou para Alex enquanto pegava as coisas para por mais um lugar a mesa para Lena. — Ela pode te colocar no olho da rua.
 
— Lena, por favor, não mande a Lexie embora — Sam pediu se sentando a mesa ao lado da ruiva. — Não consigo aguentar sozinha as duas juntas o dia inteiro.
 
— Não vou despedir a Lexie. Até gosto um pouquinho dela.
 
— Então é a única — Kara provocou e acabou levando um empurrão da irmã que quase a fez cair da cadeira. — Não sabe nem brincar.
 
O almoço entre as quatro foi bastante tranquilo e cheio de risadas. Lena se sentia à vontade na presença de Alex e Sam, e gostava das conversas aleatórias que surgiam. Quando pensava em família, era naquilo que estava pensando. Era em simplesmente se sentir bem, se distrair e se sentir acolhida.
 
Estava contente por aquele momento, mas não podia deixar de pensar que queria momentos como aquele com Lizzie. Enquanto não tivesse ela ao seu lado e sem preocupações, nunca estaria inteira, sempre faltaria uma parte de si, mesmo que a sua volta tivessem pessoas boas como as que estavam em sua companhia.
 
Depois do almoço, Lena e Kara começaram a arrumar a arrumar a cozinha. Enquanto Lena lavava as louças, Kara ia secando e guardando.
 
— Está tão caladinha — deixou um beijo no ombro de Lena. — Não gostou do almoço? Quer que eu bata em Alex pelas brincadeiras sem graça? Ela é mais velha, mas eu acabo com ela rapidinho.
 
— Não quero que agrida a sua irmã por mim — respondeu risonha. — E não ligo para as brincadeiras dela. 
 
— Então porque está tão quieta?
 
— Lizzie — encarou a loira que estava parada ao seu lado. — Sinto muita falta dela. Queria ter mais momentos assim, só que com ela junto.
 
— Você vai ter. Quer dar um bolo na jogatina sugerida pela Alex e ir falar com ela agora?
 
— Prefiro fazer isso mais tarde — a entregou o último prato. — Quero falar com ela perto da hora dela dormir pra eu ter a sensação de que estou a colocando na cama. Sei que é ilusão da minha parte, mas...
 
— Eu sei que é o que você fazia com ela todos os dias quando ela estava na Irlanda — terminou de secar o prato e o colocou de lado na pia junto com o pano que usava. — Só me dizer quando quer falar com ela, e eu faço a ligação. Porque está me olhando assim?
 
Não tinha uma vez que Lena a olhava que não sentia tocada por aqueles olhos verdes intensos. Só que dessa vez se sentiu muito mais atingida.
 
— Assim como?
 
— Assim.
 
— Como se fosse a mulher da minha vida? — sorriu ao ver Kara abaixar um pouco a cabeça envergonhada. — Consegui te deixar envergonhada?
 
— Conseguiu — voltou a olhar. — Se esse era o seu objetivo, foi atingido com sucesso.
 
— Não era meu objetivo, mas foi bom alcançá-lo mesmo assim — segurou o queixo de Kara levantando a sua cabeça com delicadeza. — Você tem sido meu porto seguro no meio de tudo isso. Sei que falo muito isso em todas as nossas conversas, mas é muito bom saber que posso contar com você.
 
— Vai por mim, você tem sido muito mais o meu porto seguro do que eu o seu. Estou feliz por estar aqui hoje — encostou sua testa na de Lena.
 
— Estou feliz por ter vindo e ter visto seu pijama de ursinhos — a deu um selinho entre um riso.
 
— Pronta pra fazer a Alex chorar por ganhar dela no poker?
 
— Pronta.
 
Antes de irem para onde Sam e Alex já as esperavam, elas pegaram quatro garrafas de cervejas. Ao chegarem na sala, encontraram o casal sentado no chão próximo à mesa de centro. Se juntando a elas, Kara e Lena se sentaram do lado oposto apoiando as costas no sofá.
 
— Como vai ser? As três vão perder para mim? — Alex perguntou animada embaralhando as cartas.
 
— Eu passo — Kara respondeu dando um gole em sua cerveja e passando um braço pelos ombros de Lena. — Vou só apostar minhas fichas na minha garota.
 
— Você sempre arrega.
 
— E você sempre rouba.
 
— Temos visita em casa — Sam interviu. — Ao menos finjam que são educadas. Eu vou preferir ficar olhando e também vou apostar minhas fichas na Lena. Se você ganhar dela, eu vou ser muito grata.
 
— Sammy! — a ruiva disse surpresa. — Você disse essa manhã que me amava.
 
Lena e Kara se olharam no instante seguinte do que Alex falou. A loira apertou os lábios tentando não rir da indignação da irmã, mas Lena acabou rindo quando ela moveu as sobrancelhas com rapidez.
 
O contato visual das duas não passou despercebido por Sam. Já tinha visto elas conversarem na troca de olhares no dia que Kara chegou naquela casa depois de ter sido raptada por Lex.
 
— Vamos começar? — Sam chamou a atenção das duas?
 
— Eu preciso dar um aviso antes para a Lena. O que acontece no jogo, fica no jogo.
 
— Como quiser, Lexie — sorriu intimidadoramente.
 
O carteado que era para ser apenas diversão, se tornou algo muito maior. Alex e Lena eram muito boas no poker e nenhuma das duas sabia perder. A discussão que ocorria a cada partida arrancava gargalhadas de Kara e Sam.
 
Pela primeira vez em quase três meses daquela operação, Kara, Alex e Sam estavam realmente se divertindo com algo e não preocupadas com cada passo da investigação.
 
A jogatina acabou chegando na rodada de desempate depois de dez rodadas consecutivas. Havia uma grande tensão entre as duas jogadoras e entre as torcedoras — no fundo, Sam estava torcendo para Alex.
 
Straight flush — a Danvers mais velha anunciou colocando as cartas na mesa. — Supera essa, Luthor.
 
Royal flush — mostrou as suas cartas. — Supera essa.
 
— Você roubou e a Kara te ajudou.
 
— Para de graça, Lexie — Sam se levantou puxando Alex pela mão. — Estamos há horas jogando, vamos pegar algo para comer.
 
— Tá bom — disse bufando e seguindo a falsa esposa.
 
— Alex sempre faz tudo o que a Sam quer? — perguntou quando o casal saiu da sala.
 
— Tudinho. Eu sabia que você iria ganhar dela — a puxou pelos ombros um pouco mais para perto.
 
— Não ganhei todas as vezes para não causar um clima estranho. 
 
— Você é incrível — sorriu se inclinando um pouco para deixar um beijo no rosto de Lena. — Eu te amo — falou baixinho.
 
Assim que Kara se afastou um pouco, Lena a olhou quase desacreditada do que tinha ouvido. Somente Lizzie dizia aquelas palavras para ela, ouvir isso de outra pessoa era até estranho, mesmo que essa pessoa fosse Kara.
 
Achando que tinha ouvido errado, ia pedir para Kara repetir suas palavras, mas Alex e Sam voltaram com salgadinhos e refrigerantes, então desistiu.
 
Dessa vez, a rodada de jogos não durou muito. Kara queria ficar um tempo sozinha com Lena, pois sabia que não demoraria muito para ela ir embora, e Lena queria o mesmo.
 
Chegando no quarto, Kara fechou a porta e foi em direção a janela para fechar as cortinas.
 
— Quer falar com a Lizzie agora ou daqui a pouco? — olhou para Lena que estava parada perto da porta olhando para nada. — Meu bem? — foi até ela. — Tem algo de errado?
 
— É que... você me disse uma coisa, e eu não sei se ouvi certo.
 
— O que eu disse?
 
— Nada — sorriu de leve. — Deixa pra lá.
 
— Está falando sobre eu ter dito que te amo? — os olhos de Lena congelaram nos seus. — É isso que acha que ouviu errado?
 
— É.
 
— Eu amo — confirmou. — Eu tive certeza hoje quando você me olhou de um jeito que... nem sei explicar.
 
— Como pode ter certeza que é amor?
 
Dando um passo para frente, Kara levou as mãos até a cintura de Lena.
 
— Você sabe que já amei uma vez, não é? — Lena assentiu. — Não é igual. Não é na mesma proporção, nem na mesma intensidade e não tem o mesmo peso. Com você é maior, mais intenso e muito mais pesado. Mas o sentimento é o mesmo. É amor. Te amo com mil coraçõezinhos.
 
— Pode repetir? — começou a sorrir abertamente. — É bom ouvir isso.
 
— Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo — cada frase foi dita entre um beijo. — Mil vezes te amo.
 
Sentido tudo dentro de si se remexer com aquelas três palavrinhas, Lena passou os braços pelo pescoço de Kara e a abraçou.
 
— Eu também te amo.
 
— Vamos falar com a nossa menina. Depois eu repito mais mil vezes o quanto te amo.
 

:)

The BodyguardWhere stories live. Discover now