31 Um novo capítulo

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Voltei!!!
 
Divirtam-se!!!
 
 
 
Quase dois anos se passaram desde o dia que Lena abraçou sua filha e não soltou mais. Depois do nascimento de Lizzie, aquele foi o momento mais emocionante de toda a sua vida.
 
Depois daquele dia, pode aproveitar o aniversário da pequena com uma festa com as pessoas que acabaram se tornando parte da sua família. Naquele dia, percebeu que Lizzie era muito amada por Kara, Eliza, Alex e Sam. Não tinha nada que a garotinha não quisesse que elas não fariam. E Lizzie, adorava todas, mas tinha um carinho muito maior por Kara.
 
Quando se mudou para National City, Lena mudou o nome da Luthor-Corp para Fundação Lena Luthor e fez sua cede naquela cidade. O Cadmus Hotel, foi vendido para uma rede hotéis por um valor muito alto tornando, assim, Lena alguns milhões mais rica. As coisas que envolviam a Thurol Industries — empresa de faixada criada por Lex — foram usadas para quitar as dívidas dos outros Luthor com o governo. Os 55% que tinha na Lord Technologies, também foram vendidos. De maneira alguma Lena queria se envolver em produções de armas.
 
Ao assumir o controle da empresa que pertencia a sua família, Lena limpou a imagem da organização. Não demorou muito para ela começar a sair em capa de revistas, jornais, em sites sendo a mulher mais popular do país e a que mais fazia doação para obras de caridade. A imprensa não falava mal dela, pois ela fazia questão de ser transparente em todos os passos que dava em seu trabalho. Seu sobrenome, não a levou para lama como aconteceu com os outros. Todos diziam que ela era uma Luthor diferente.
 
Por agora ter muito mais visibilidade na imprensa, seu relacionamento com Kara e a descoberta de Lizzie não demorou a virar pauta. Isso aconteceu quando as três foram passar um dia no parque. Mesmo que Lizzie não fosse mais um segredo, Lena ainda presava pela discrição da filha. Ela só era uma criança e não queria a expor demais.
 
Outra coisa que tinha mudado é que, quando Kara saiu do FBI e se mudou de Nova Iorque, não demorou muito para Alex e Sam irem atrás dela. E quando chegaram a cidade, já estavam até noivas. Foi então que Lena teve a ideia de fazer de Alex sua chefe de segurança e, assim que descobriu que Samantha era formada em administração de empresas, a tornou sua CFO.
 
Já Kara, ela abriu uma empresa de investigação particular. Continuaria fazendo o que sabia fazer de melhor, mas não correria tantos riscos quanto corria no FBI. Ganhava bem por cada trabalho realizado e tinha muito tempo para aproveitar com Lena e Lizzie.
 
A mudança de Lena e Kara para National City foi feita na mesma época. Mas nos primeiros nove meses, elas não moraram na mesma casa e isso foi muito mais por causa de Kara do que de Lena. Para a loira, era importante Lena se adaptar com tudo em relação a Lizzie e terem um tempo só para elas. Além disso, queria que a pequena se acostumasse com a ideia de que ela e sua mãe tinham um relacionamento antes de darem um próximo passo.
 
Obviamente, que por conta das duas pessoas mais importantes estarem em um outro lugar, Kara ficava mais tempo na casa de Lena do que em seu apartamento. Ainda assim, dava as duas o tempo e espaço necessário até que a própria Lizzie começou a pedir para Kara não ir mais embora para casa.
 
E foi assim que o casal juntou as escovas de dentes.
 
Durante esse tempo, o julgamento dos Luthors aconteceu. Foram longos dias de depoimentos e exibição de provas. Lena depôs contra a família sobre o que faziam com ela e Lizzie, e Kara por causa de Lucy. Como o previsto, a pena dos três foi alta assim como os outros envolvidos em todo o esquema.
 
Assim que o julgamento chegou ao fim e as penas foram decretadas, Lena e Kara nunca mais voltaram a Metrópolis ou tocaram no nome de qualquer um dos três.
 
O dia mal havia começado e Lena se esgueirava para fora da cama silenciosamente. Kara estava em um sono profundo e não queria acordá-la de maneira nenhuma.
 
Nas pontas dos pés, foi até o banheiro tomar seu banho matinal e antes de sair, pegou no cofre algo muito importante o colocando no bolso do pijama e se encaminhou para o quarto de Lizzie.
 
Lena e a filha tinham um plano muito importante para aquela manhã sábado. Era um dia especial e Lena esperava o tornar mais especial ainda para Kara.
 
Chegando no quarto de Lizzie, antes de acordá-la, ficou a observando por alguns minutos. Fazia aquilo todas as manhãs antes de acordá-la para ir para escola. Precisava fazer aquilo para saber que sua presença diária era real. Não importa quantos anos Lizzie tivesse e quanto tempo tivesse passado desde o reencontro, sempre faria aquilo.
 
Se aproximando da cama da garotinha, sentou na beirada começando a passar delicadamente o dedo pelo seu rosto.
 
— Lizzie, meu amor — a chamou em um tom amoroso — acorda. Nós temos um plano.
 
O chamado teve que ser feito mais algumas vezes até que Lizzie preguiçosamente despertou.
 
— Bom dia, mamãe — disse em um bocejando se levando só para se jogar nos braços da mãe.
 
— Está pronta para a nossa surpresa?
 
— Estou — respondeu quase adormecendo novamente agarrada a Lena.
 
Aquilo sempre acontecia pela manhã. Lizzie só acordava elétrica quando Kara ia despertá-la. Mas quando era Lena, a garotinha ficava muito mais manhosa.
 
— Então vai escovar os dentes que eu vou estar te esperando lá em baixo.
 
— Só mais cinco minutos, mamãe.
 
Abraçando Lizzie forte e carinhosamente, ficou com ela bem mais do que cinco minutos.
 
— Vamos, meu amor — depositou um beijo nos cabelos escuros. — Você quer que sua mãe acorde?
 
— Não — bocejou mais uma vez então se afastou um pouco para olhar Lena.
 
— Então se apressa — a beijou no rosto antes de Lizzie sair do seu colo.
 
Observando a filha até ela sumir de seu campo de visão, Lena se agachou e pegou em baixo da cama dela uma caixa quadrada. Havia a colocado ali na noite anterior com intenção de Kara não a achasse. Rapidamente, a abriu e colocou o que estava em seu bolso dentro dela. Lizzie sabia da existência daquela caixa decorada, só não sabia o que tinha dentro dela.
 
Saindo do quarto da filha, foi para direto para cozinha onde prepara o café da manhã de Kara.
 
Praticamente todos os sábados, a loira levava café da manhã para ela e Lizzie na cama. Dessa vez, Lena e Lizzie fariam isso para ela.
 
Por uma hora, mãe e filha fizeram tudo o que Kara gostava de comer. Por último, mas não menos importante, Lena colocou bem no canto da bandeja um bolo pequeno com uma vela em cima. Não foi nada fácil esconder aquele bolo de aniversário, mas havia conseguido.
 
Com uma Lizzie já muito eufórica ao seu lado que ao invés de andar estava pulando, as duas subiram de volta a escada até o quarto e assim que entraram a garotinha se jogou em cima de Kara.
 
— Mãe, acorda. Acorda. Acorda — começou a mexer nos cabelos dourados.
 
— Não quero. Hoje é meu dia de folga — murmurou.
 
— Mamãe — começou a beijar o rosto de Kara a fazendo rir.
 
Em pé com a bandeja em mãos, Lena sorria bobamente pela cena que assistia. Seu coração se enchia de alegria por saber que Kara amava tanto sua filha quanto ela mesma.
 
Se lembrava perfeitamente a primeira vez que Lizzie havia chamado Kara de mãe. O casal estava colocando a criança para dormir quando ela disse:
 
— Mãe, me conta uma história.
 
A pessoa que contava história para Lizzie dormir era Kara e não Lena. Naquele momento, as duas souberam a quem Lizzie se referia.
 
 A loira ficou tão emocionada ao ser chamada de mãe que até chorou por vários minutos enquanto dizia a Lizzie o quanto ela era importante em sua vida e o quanto amava. A história até ficou em segundo plano, pois ela se importar mais em listar todos as coisas que faziam Lizzie ser uma criança maravilhosa. Como resposta a tudo aquilo, a garotinha a abraçou e disse que a amava com mil coraçõezinhos.
 
Por mais que visse o quanto Kara considerava Lizzie uma filha e, até mesmo, a chamasse assim, Lena deixou que a garotinha fizesse as coisas no tempo dela. Logo que as três passaram a morar juntas, não demorou muito para a palavra ‘mãe’ sair da boca de Lizzie. Tudo transcorreu naturalmente.
 
— Mãe, acorda, por favor — Lizzie continuava a insistir. — Eu e a mamãe temos um surpresa.
 
Suspirando, Kara agarrou Lizzie a jogando na cama a fazendo gargalhar. Era por saber que aquilo aconteceria, que Lena não colocou a bandeja em qualquer canto do colchão.
 
— Já acordei — falou sonolenta se sentando.
 
— Feliz aniversário! — Lizzie e Lena disseram animadamente.
 
Abrindo um enorme sorriso, Kara viu Lena se aproximar e colocar a bandeja no seu colo. A primeira coisa que a morena fez, foi acender a velinha em cima do bolo.
 
— Faça um pedido, querida.
 
Alternando o olhar entre Lena e Lizzie. Kara negou levemente com a cabeça. Era o seu segundo a aniversário com as duas, mas o primeiro em que realmente estavam juntas como a família que eram.
 
—  Não preciso fazer pedido nenhum — seus olhos azuis pousaram sobre as duas pessoas que mais amava de forma mais carinhosa possível. — Eu já tenho vocês. O que mais posso querer?
 
— Pede um vídeo game novo pra mim, mãe — Lizzie comentou arrancando risadas de Kara e Lena.
 
— Sopra a vela — Lena pegou o bolo e o aproximou mais de Kara.
 
Sorridente, Kara soprou a solitária velinha.
 
— Obrigada por isso — disse as duas.
 
— Lizzie, vai pegar o presente que a mamãe comprou.
 
Como um foguete, a pequena saiu correndo do quarto.
 
— Bom dia, meu bem — Kara finalmente desejou. — Como se sente hoje?
 
— Maravilhosamente bem — segurou seu rosto e a beijou. — Sua mãe, Alex e Sam chegam em algumas horas. Sei que elas vão trazer um outro bolo pra você e bem maior que esse, mas eu quis fazer algo só nos três.
 
— E eu amei — enfiou um pedaço de panqueca na boca. — Isso aqui está maravilhoso. Foi muito você ter feito aquele curso de culinária. Hoje você cozinha muito melhor do que eu.
 
— Boba — revirou os olhos.
 
— Uma boba que você ama e cria uma filha — brincou.
 
— Amo até demais.
 
Na mesma rapidez que tinha saído, Lizzie entrou no quarto.
 
Enquanto Lizzie entregava o presente a Kara, Lena retirou a bandeja de perto dela e a colocou em cima da penteadeira do canto do quarto. Não queria correr certos risco, então preferiu se prevenir.
 
— Além de um café servido na cama pelas minhas garotas, eu ainda ganho presente.
 
— Claro, mãe — Lizzie respondeu animada. — Você dá presente pra gente, e a gente te dá um presente.
 
— Eu espero muito que você goste.
 
Sabia que as chances de Kara não gostar do que estava ali eram nulas, mas Lena não pode deixar de se sentir nervosa. O presente seria um divisor de águas na vida das três e estava animada com a nova etapa de suas vidas que estava por vir.
 
Tanto Lizzie quanto Lena olhavam para Lara com extrema expectativa.
 
Cuidadosamente, ela abriu a caixa que tinha vários corações desenhos nela e tirou alguns papéis de seda na cor azul que cobriam o que estava em baixo. Assim que fez isso, seus olhos se encheram de lágrimas.
 
— Isso é...? — pegou na mão o teste de gravidez que marcava três semanas. — Meu Deus — olhou para Lena, mas logo voltou atenção para a caixa tirando de lá um macacãozinho vermelho. — Eu...? Nós...? Deu certo?
 
— Depois de três tentativas. Seremos mães de novo.
 
Arregalando os olhos, foi a vez de Lizzie olhar para as duas.
 
— Eu vou ter um irmã ou irmão?
 
— Vai, sim — Lena respondeu.
 
— Eu vou ser mãe de novo.
 
— Eu vou ser irmã mais velha.
 
Lizzie e Kara falaram ao mesmo tempo euforicamente.
 
Emocionada por aquilo, Kara puxou Lena para um abraço distribuindo beijos desajeitados por seu rosto.
 
— Eu te amo tanto. Tanto. Tanto — puxou Lizzie para se juntar a elas também. — Esse é o melhor aniversário da minha vida. Eu amo tanto vocês três. Vou ter que arranjar um jeito de me expressar melhor, pois palavras já não são suficiente. Talvez eu faça um outdoor dizendo o quanto amo vocês e sou feliz por ter vocês na minha vida.
 
— Eu também te amo, mãe — abraçou a loira fortemente. — Com mil coraçõezinhos.
 
— Eu te amo — Lena a deu um beijo casto antes de voltar a abraçá-la.
 
Aquele foi um dia que Kara mal conteve a sua felicidade. Já se sentia plenamente feliz por tudo o que tinha construído ao lado de Lena e por ter Lizzie, mas foi uma emoção muito maior saber que a família aumentaria.
 
 A sua família.
 
Um dia pensou em ter tudo aquilo, só que quando se fechou para o mundo, desistiu. Não achava que era digna de ter ser sua própria família já que não conseguia proteger quem amava.
 
Quando parava para pensar em quando sua vida tinha mudado tanto, Kara viu que foi nos cinco segundos em que segurou a mão de Lena e a olhou nos olhos que voltou a se abrir para as possibilidades que podiam aparecer. Depois daquele dia, apesar de todas as dificuldades que vieram depois, ela é Lena se apoiaram, se apaixonaram, se tornaram cúmplices e se amaram de uma forma que nunca amaram ninguém.
 
De algum jeito, sentia que seu destino sempre esteve ligado ao de Lena. Alguém em algum canto desse vasto universo, sabia que as duas iriam se fazer bem, que conseguiriam curar as feridas uma da outra, que seriam o porto seguro uma da outra se precisassem e então resolveu juntá-las. E elas, mesmo perdidas na própria dor, se deram essa chance.
 
Trinta e seis semanas depois daquele café da manhã que foi um marco na vida de Kara, Lena e Lizzie, Kiera Luthor-Danvers nasceu para preencher ainda mais as suas vidas. Era mais um novo capítulo de sua vida ao lado de Lena sendo escrito.
 
E Kara, continuou cuidado das suas três garotas, assim como as suas três garotas cuidavam dela.
 
 

E chegamos ao fim dessa história. Quem gostou, bate palma. Quem não gostou, paciência.
Nos vemos na próxima fic que tem o primeiro capítulo disponível.

:)

The BodyguardOnde histórias criam vida. Descubra agora