The Bodyguard

7 Estou tentando te proteger

Voltei!!!

Divirtam-se!!

Lena estava deitada na sua cama olhando para o teto. Segundo o cronograma da família Luthor, em menos de duas horas todos estariam indo para Gotham para o enterro da família Bertinelli.

No dia anterior quando viu no Daily Planet o que tinha acontecido, soube no mesmo instante que seus pais e seu irmão, iriam querer aparecer no enterro para fingirem que se importavam. Lionel, Lilian e Lex não se importavam nem com ela, quem dirá com uma família que há anos eles destetavam. O único motivo deles quererem tanto estar lá era para fingirem serem a família perfeita e solidária ao próximo independente se o próximo fosse seu rival.

Se não tivesse o que perder, já teria sumido há muito tempo no mundo para não ter que lidar com aqueles que chamava de pais e muito menos com Lex.

Tinham dias, principalmente quando tinham que fingir que eram o exemplo perfeito família, que se perguntava que pecado havia cometido na vida passada para ter Lionel e Lilian como pais. Ainda de quebra, ter Lex, que se sentia o próprio dono do mundo, como irmão, e Lilian e Lionel sempre o deram poder para se sentir assim. Com certeza seu pecado foi grande para merecer aquilo.

Agora, mais uma vez, iria fazer em poucas horas algo que não queria por medo — ou covardia, nunca sabia qual das duas palavras era a mais correta para usar nessa situação. Estava com 32 anos de vida e sentia que nunca viveu como gostaria. Talvez, essa fosse a sua sina. Uma sina horrível por sinal.

Com um suspiro pesado, se levantou da cama e foi direto para o banheiro tomar um banho. Enquanto a água quente do chuveiro caia sobre suas costas, seu pensamento vagou até Kara.

Foi muito significativo o que a loira tinha feito no dia anterior. Não sabia se ela tinha ouvido as asneiras que Lex a disse, mas se sentiu acolhida quando foi abraçada sem questionamentos sobre o que havia acontecido. Se sentiu mais acolhida por Kara a conhecendo há três dias do que pela sua família com quem vivia desde os quatro anos.

Assim que viu a guarda-costas, além de ver em seus olhos sinceridade e confiança, percebeu que ela também era uma alma solitária. Não sabia ainda qual era a história de vida dela, mas percebia que carregava essa solidão e tristeza no olhar, não muito diferente de si mesma, só que ninguém nunca reparou isso, pois todos deduziam que sua vida era perfeita.

Desligando o chuveiro, se enrolou na toalha. Antes de sair do banheiro, acabou parando em frente ao espelho.

— Só mais oito meses e o acordo termina — disse para seu reflexo. — Só mais oito meses e estarei com você e longe de todos eles. Só duzentos e quarenta e quatro dias nos separam.

Repetia todos os dias isso para si mesma tentando ser otimista.

Após se trocar para ir ao enterro, desceu para tomar seu café da manhã e encontrou sua família. Sem dizer nada, se sentou no seu lugar de costume se servindo uma xícara de chá.

— Vejo que pensou bem e decidiu ir conosco, irmãzinha — Lex disse com um sorriso maldoso nos lábios ao ver a irmã toda de preto assim como os outros membros da família. — Eu disse, mamãe, que a convenceria a ir.

— Pena que você não sabe conversar que nem gente para convencer alguém de alguma coisa, você sempre tem que apelar — encarou o irmão com certa raiva.

— É só um enterro, Lena — Lilian disse após tomar um gole de café. — Várias pessoas influentes também comparecerão, assim como os Rojas, Spheer, Lar Gand... Não seremos nós a não ir.

— Eles são suspeitos de tentarem me matar por causa da rixa que vocês têm, e isso só faz uma semana — olhou inconformada para a mãe. — Eu nunca entendi por que tanta briga e nem faço questão, mas eles tentarem me matar, mais de uma vez, não faz diferença para vocês?