06 - Ter esperança

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ʜᴏᴘᴇ ғᴇʀʀᴇɪʀᴀ

Minha expectativa era de conseguir ficar sozinha, no entanto, Pedri está aqui comigo. Ele está sendo gentil, oferecendo um ombro amigo. Esta é a segunda vez que ele me ajuda, mas desta vez realmente está fazendo a diferença.

Sua companhia esta fazendo muito bem. Não poso continuar me martirizando por algo que não posso mudar. O passado pode ser doloroso ou um refúgio. Muitas pessoas optam por fugir e fingir que algo nunca aconteceu, quando na verdade a realidade machuca.

Pedri não me conhece e não tem nenhuma obrigação de me ajudar, mas fico feliz por ele ter aparecido. Acredito que ele seja uma pessoa incrível, gentil e amável. É raro encontrar uma pessoa com essa disposição para ajudar sem esperar receber nada em troca, porém ele é uma delas. Esse

— Imagino que você devia estar em outro lugar e peço desculpa por estar te atrapalhando — digo.

— Não está atrapalhando — ele diz. — Imagino que algumas coisas em sua vida estejam complicadas.

— Um pouco — murmuro.

— Tenta acreditar que as coisas irão melhorar. Por mais difícil que seja e independente do tempo que leve, tudo melhora um dia — diz ele.

— Esse é um ótimo conselho — falo.

— Manter os pensamentos positivos ajuda bastante — fala ele.

— Obrigada por tudo — agradeço. — Nossa conversa me fez lembrar que preciso ter esperança.

Ele sorri, e meu coração celera.

— Consigo ajudar a resolver seu problema? — pergunta ele.

— Não sei quando, mas acho que consigo resolver tudo sozinha — digo.

— Fiquei preocupado quando te vi e percebi que você estava chorando — diz ele.

Ouvir que ele ficou preocupado comigo me faz ter um surto interno. Mas como não quero que ele pense que sou uma louca, apenas respiro fundo e sorrio sem mostrar os dentes.

— Não precisa se preocupar — falo. — Estou com algumas probleminhas pessoais, mas te garanto que não envolve o meu estágio aqui.

— Certeza? — ele questiona.

Assinto de imediato.

Não posso permitir que ele ache que estava chorando por algum motivo que envolva o centro de treinamento. Ele poderia conversar sobre isso com alguém. Iriam vir falar comigo, fazer perguntas e isso é algo que quero evitar a qualquer custo.

— Resumidamente, minha vida está uma bagunça — revelo.

— Entendo — murmura ele, pensativo.

— Esse tempo que ficamos juntos me ajudou muito — digo. — Obrigada pelas palavras e pela companhia.

— Aceita minha companhia por mais um tempo? — ele pergunta e sorri.

— Se eu realmente não tiver te atrapalhando, aceito sua companhia sim — falo.

Iniciamos uma conversa, onde ele conta sobre algumas viagens que já fez. Cansado de falar sobre trabalho, ele faz algumas piadas. Acredito que o objetivo dele é me distrair e está dando muito certo. Não estou falando muito, mas estou ouvindo atentamente tudo que ele tem a dizer. Quando fico séria, ele se apressa em fazer uma nova piada e me arrancar uma gargalhada.

Um celular começa a tocar. Ele informa que é o dele, retira o dispositivo do bolso e pergunta se me importo se ele atender a ligação aqui. Falo que não é olho para outros lugares apenas para não prestar atenção na conversa dele, já que isso é falta de educação. Após dizer poucas palavras, ele encerra a ligação e suspira.

𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐀𝐂𝐎𝐍𝐓𝐄𝐂𝐄 - ᴘᴇᴅʀɪ ɢᴏɴᴢᴀʟᴇᴢOnde as histórias ganham vida. Descobre agora