89 - Abre a porta

3.5K 273 194
                                    

ʜᴏᴘᴇ ғᴇʀʀᴇɪʀᴀ

Continuo observando a janela e tento me convencer que fiquei louca. Ele balança a mão, e percebo que tem algo nela. Quando olho com mais atenção, entro em choque ao ver uma arma. Notando meu desespero, ele começa a gargalhar.

O som começa a fazer eco. Ele para, fica com um semblante sério e aponta a arma na minha direção. Penso isso até Pedri parar em minha frente. Sei que pode acontecer uma tragédia. Tento afastar meu namorado, mas ele não se move. A arma é apontada para outro lugar. Meu coração erra as batidas por saber que Gavi está na mira dele.

— Entra e vem me dar um abraço, amor.

Escutar a voz dele me faz lembrar dis piores momentos da minha vida.

— Prefere entrar agora ou quando os dois idiotas estiverem com um tiro na testa? — ele pergunta.

— Ela não vai para lugar algum — diz Pedri.

— Fica na tua. Estou falando com minha mulher. Não quero ouvir nada que não venha dela. Seu gosto para homens já foi melhor, Hope — diz Rodrigo.

— Você é mais perturbado do que imaginei — Pedri comenta.

— Repete. Garanto que vai ser a última coisa que você vai fazer — Rodrigo fala.

— Você é surdo?

Pedri pergunta e tenta se aproximar da janela ainda mais. Entro em pânico e seguro seu braço.

— Fica quieto, amor — digo.

— Vou matar ele agora. Nunca ouvi nenhum morto falando — Rodrigo diz, destravando a arma.

— Não fala nada, González — peço, em seu ouvido.

— Lembro daquele teu amigo metido a investigador. Ele era esperto, mas não aceitou dinheiro para sumir. Fui obrigado a silenciar ele — diz Rodrigo.

— Você fez o quê? — pergunta Pedri, incrédulo.

— O mesmo que vou fazer com você. Sai de perto da minha mulher antes de levar um tiro na testa!  — Rodrigo grita.

— Não precisa fazer nada. Abre a porta que vou entrar — digo, sabendo que estou decidindo o melhor para todos.

— Sempre soube que você não duraria com ele. Sabia que iríamos voltar, meu amor. Estou indo abrir a porta, mas você tem que entrar sozinha — Rodrigo fala, antes de sumir da minha vista.

Quando viro para os meninos, vejo que Gavi está em uma espécie de transe. Pedri abraça o amigo. Olho para ele e vejo seus olhos lacrimejados.

— Não entra, gatinha — pede ele.

— Lembra que eu amo você — digo, beijando sua bochecha.

A porta é aberta e busco forças de onde não tenho para dar o primeiro passo. Pedri tenta me convencer a ir para o carro, entretanto sei que isso resultaria em algo pior. Quero evitar uma desgraça a qualquer custo. Rodrigo não está brincando e mais do que ninguém, sei do ele é capaz.

Olho na direção do meu namorado e não consigo continuar quando vejo o semblante dele. Rodrigo aparece na porta e começa a gritar, impaciente com minha demora. Sou envolvida em um abraço e inalo o cheiro do meu amor.

Sinto alguém pegando em minha mão. Viro um pouco e vejo Gavi do nosso lado. Aperto a mão do meu amigo e observo Rodrigo se aproximando. Ele vem em passos lentos e balança a arma prateada. Saber que pode tirar nossas vidas, faz com que ele fique com um sorriso diabólico. E de repente, Pedri desbloqueia o celular e mostra para ele.

𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐀𝐂𝐎𝐍𝐓𝐄𝐂𝐄 - ᴘᴇᴅʀɪ ɢᴏɴᴢᴀʟᴇᴢOnde as histórias ganham vida. Descobre agora