84 - O preço do meu silêncio

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ʜᴏᴘᴇ ғᴇʀʀᴇɪʀᴀ

— Você estava me procurando e agora está tão pálida que parece que viu um fantasma — ele fala.

— O que você quer, João? — pergunto.

— Vou te falar o que quero para não contar ao Xavi o que vi no quarto do Pedri — ele diz.

— Quanto você quer? — questiono.

— Não é quanto e sim o quê — diz ele.

— Tanto faz — falo, impaciente. — Só fala logo o que você quer.

— Quero que você termine com Pedri — revela ele. — Ainda te deixo escolher se quer terminar com ele antes ou depois do jogo.

— Não vou terminar com meu namorado de jeito nenhum — falo, firme.

— Você queria saber o preço do meu silêncio e agora já sabe — ele diz, se aproxima e segura nas laterais do meu rosto. — Se não fazer o que estou pedindo, você vai se arrepender.

— Já disse que não vou fazer o que você quer! — exclamo.

Assim que termino de falar, sinto uma ardência no rosto e viro o rosto devido ao impacto da tapa. Tento revidar, mas não consigo porque ele segura minhas mãos.

— O que te faz pensar que tem direito de me bater? — pergunto, alterada.

— Fico me perguntando o que eles veem em você — diz ele, elevando o tom da voz. — Você é tão insignificante!

— Como assim eles, João? — pergunto, no mesmo tom.

— ELE! — se corrige ele. — O que Pedri vê em você? Você é insignificante e não merece estar com ele.

— Posso ser insignificante, mas diferente de você, não sou desequilibrada — falo.

— Vou falar bem devagar para você entender — diz ele. — Se você não terminar seu relacionamento, irei procurar o presidente do Barcelona e contar que peguei você e Pedri fazendo sexo no CT diversas vezes. Pedri vai ficar encrencado, e você vai perder seu estágio.

— Você vai contar uma mentira — falo. — Ninguém vai acreditar.

— Vi Joan há alguns minutos — diz ele. — Quer ir procurar ele comigo e descobrir se ele vai acreditar ou não?

Abro a porta do banheiro e fecho após entrar, fazendo com João fique falando sozinho. Paro em frente ao espelho, vejo que meu rosto está vermelho devido ao tapa e deixo algumas lágrimas caírem. Penso em voltar para o hotel, ir para o aeroporto e antes de ir embora, mandar mensagem para Pedri e dizer que não quero continuar namorando com ele.

Fico pensativa e concluo que o melhor a se fazer é esperar o jogo acabar para conversar com Pedri e descobrir o que podemos fazer e não agir sem pensar. Limpo meu rosto, respiro fundo e saio do banheiro. Caminho para o lugar onde meus amigos estavam e vejo que todos ficaram me esperando. Heitor vem em minha direção em passos largos e com os braços cruzados.

— Para onde você foi e por que não avisou a ninguém? — ele pergunta. — Só faltei enlouquecer quando te procurei e não te achei.

— Fui ao banheiro — revelo.

— Você sabe que não pode sair sozinha, principalmente quando está em um lugar com tantos desconhecidos — diz ele.

— Desculpa por ter saído sozinha e sem avisar, mas não quis preocupar ninguém — falo.

— Diz isso ao seu namorado — ele diz. — Ele está no vestiário super preocupado e disse que não vai jogar se você não aparecer.

— Por que você ligou para ele? — questiono.

𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐀𝐂𝐎𝐍𝐓𝐄𝐂𝐄 - ᴘᴇᴅʀɪ ɢᴏɴᴢᴀʟᴇᴢOnde as histórias ganham vida. Descobre agora