101 - Complicado

2.4K 260 400
                                    

ʜᴏᴘᴇ ғᴇʀʀᴇɪʀᴀ

— Heitor me ligou e explicou que você não está comendo muito bem — Pedri explica.

Dou mais alguns passos, saio da sala e começo a caminhar no corredor visando controlar a raiva que estou sentindo, mas não dá muito certo. Ele vem em minha direção, me fazendo dar alguns passos para trás. Cruzo os braços e não me preocupo em deixar evidente que estou irritada.

— Daí você resolveu me procurar e agir como se não tivesse acontecido nada? — questiono.

— Vim te procurar porque estou preocupado com você e com sua saúde — ele fala.

— Não quero e não preciso da sua preocupação — falo. — Volta para o treino e me deixa em paz.

— Não posso fazer isso — diz ele, baixo.

— Mas pode terminar comigo no dia do meu aniversário sem nenhum motivo? — pergunto, erguendo minha voz.

— Quer sentar um pouco? — pergunta ele. — Acredito que você não esteja muito bem.

Balanço a cabeça negativamente e me arrependo de imediato, pois minha vista fica turva. Encosto-me na parede, tento controlar o mal-estar e digo:

— Já que você teve coragem de me procurar, seja homem para dizer o porquê de ter terminado nosso namoro.

— Você está passando mal? — ele questiona, se aproximando.

Começo a ver tudo girando, suar frio e minhas pernas fraquejam. Minha respiração se torna irregular. Fecho os olhos e tudo que estou sentindo piora. Sinto braços fortes em volta da minha cintura e não demora para que meu corpo seja impulsionado para cima. Deito a cabeça no ombro dele, e ele começa a andar para algum lugar que não faço questão de tentar saber qual é.

Sinto um enjoo repentino que me faz pular dos braços do Pedri. Tento vomitar, entretanto, não consigo. Passo a mão no rosto e quando me desequilibro, ele me segura outra vez. Pedri me abraça e fala algumas palavras que são capazes de me ajudar. Informo que estou me sentindo melhor e pergunto se ele pode me soltar, mas acontece o oposto.

Ele me coloca no colo novamente, deita minha cabeça em seu ombro e volta a andar. Pedri para e sem me soltar, senta em algum lugar. Levanto um pouco a cabeça e identifico que estamos na sala que eu estava há alguns minutos. Ele fala algumas coisas que não consigo identificar muito bem. Procuro aconchego nos braços dele, e ele dá alguns beijos no meu rosto.

Não esqueci que terminamos e sei que não devíamos estar assim, mas não consigo me afastar. Estou precisando de carinho, e ele está aqui me dando. Quando ele começa a acariciar meu cabelo, sinto que estamos bem, o que é mentira. Fecho os olhos, e ficamos em silêncio apenas apreciando a companhia um do outro. Escuto passos após alguns minutos. Pedri diz obrigado a alguém, o que me deixa confusa.

— Tem mais alguém aqui? — questiono, sem soltar ele.

— Estamos sozinhos de novo — ele diz.

— Você precisa voltar para o treino? — pergunto, baixo.

— Preciso, mas não vou — diz ele. — Vou ficar aqui cuidando de você. Acabaram de trazer seu almoço.

— Não quero comer — falo, escondendo a cabeça no pescoço dele.

— Por que não? — ele pergunta.

— Porque você terminou comigo sem nenhum motivo — respondo, baixinho.

— Mas você não pode ficar sem comer, meu bem — argumenta ele. — Vai acabar ficando doente.

— Por que você não me quer mais? — pergunto, erguendo a cabeça e olhando nos olhos dele.

𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐀𝐂𝐎𝐍𝐓𝐄𝐂𝐄 - ᴘᴇᴅʀɪ ɢᴏɴᴢᴀʟᴇᴢOnde as histórias ganham vida. Descobre agora