𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐀𝐂𝐎𝐍𝐓𝐄𝐂𝐄 - ᴘᴇᴅʀɪ ɢᴏɴᴢᴀʟᴇᴢ

97 - Boa viagem

ᴘᴇᴅʀɪ ɢᴏɴᴢᴀʟᴇᴢ

Queria que a semana que passei em Roma não chegasse ao fim, entretanto voltei para Barcelona no começo da manhã. A parte mais satisfatória da viagem foi ver minha gatinha nadando. Passei os últimos dias dando algumas aulas a ela, e o resultado superou minhas expectativas. Voltei do treino há alguns minutos e agora estou esperando Hope sair da casa do Enzo para levá-la a consulta com a ginecologista.

Ela sai da casa, entra no carro e me dá um selinho demorado. Espero ela colocar o cinto e começo a dirigir. Passo minha mão na coxa dela por cima do vestido e aperto. Ela dá uma tapa leve em minha mão e fala que preciso prestar atenção na estrada. Dirijo por mais alguns minutos e estaciono o carro em frente à clínica ginecológica.

Tiro o cinto de segurança. Inclino a cabeça para cima e solto um suspiro cansado. Procuro algum remédio no carro e não encontro. Sempre que não durmo bem, fico com enxaqueca. Deito no ombro da minha gatinha, fecho os olhos. Ela acaricia meu cabelo e pergunta se estou bem. Tudo que passa em minha mente é: daria tudo para estar dormindo agora.

— González? — ela chama.

— Oi — murmuro.

— O que foi, meu amor? — questiona ela.

— Estou um pouquinho cansado — respondo, escondendo a cabeça no pescoço dela.

— Quando minha consulta acabar, vai para casa descansar — sugere ela.

— Prefiro ficar com você — digo, bocejando.

— Você vai viajar exausto, neném — ela diz.

— Sem problema — falo. — Descanso quando chegar em Madrid.

— Você vai estar muito ocupado amanhã? — pergunta.

— Tenho treino pela manhã e à tarde — informo, olhando para ela. — Devido aos treinos, só vou conseguir ligar para te desejar feliz aniversário à noite. Espero que você entenda.

— Entendo sim, González — diz ela. — Você volta depois de amanhã mesmo?

— Sim, meu amor — respondo. — Assim que o jogo acabar, me organizo para voltar para casa.

— A ginecologista deve estar me esperando — ela diz. — Precisamos entrar.

Desço do carro, espero Hope fazer o mesmo, entrelaço nossos dedos e entro na clínica com ela. Ela se afasta, fala algo com a recepcionista, que faz uma rápida ligação. A recepcionista levanta, me cumprimenta e pergunta se podemos acompanhá-la. Pego na mão da minha mulher e ando preguiçosamente.

Adentramos em um corredor e paramos em frente a uma porta branca. A mulher abre a porta e autoriza nossa entrada. Dou alguns passos e entro na sala de consulta. Vejo a médica ao lado de uma mesa e recordo ser a ginecologista da Hope. Ela sorri, pede para sentarmos nas cadeiras. Sento ao lado da Hope. Escuto a médica falar sobre métodos contraceptivos e fico calado.

Hope informa que será examinada, levanta e acompanha a médica até uma porta que fica no canto da sala. Pego o celular para mandar mensagem para Gavi, mas lembro que ele informou que iria dormir assim que chegasse em casa. Como acordamos cedo e iremos viajar novamente, precisamos estar descansados.

Visualizo a porta fechada e concluo que vai demorar um pouco. Levanto e ando um pouco pela sala. Sinto um cansaço no corpo, me fazendo concluir que preciso dormir. Volto para cadeira, procuro uma posição confortável e tento descansar um pouco.

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Escuto algumas vozes e não consigo identificar quem está falando. Abro os olhos devagar e passo as mãos no rosto. Percebo que minha namorada está sentada na cadeira ao lado da minha e me desculpo por ter dormido. Ela fala que não tem problema e sorri gentil.