41 - Pressentimento

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Pᴇᴅʀɪ ɢᴏɴᴢᴀʟᴇᴢ

Após tudo que Nathy me contou, não consigo deixar de admirar o quão forte ela e Hope são por conseguir seguir após passar por tudo que passaram. Elas encontraram forças uma na outra e com ajuda do Enzo, refizeram suas vidas.

Senti muito medo do que Rodrigo pode fazer com as meninas se realmente estiver na cidade e agora que o medo passou, estou com tanta raiva que não sei do que seria capaz de fazer se ele aparecesse em minha frente. Aquele covarde não foi denunciado e escapar impune depois de tudo que fez.

Independente de ter visto minha foto com Hope, Rodrigo deveria deixá-la em paz. Entretanto, ele é tão psicopata que deve estar planejando machucar minha mulher de novo, e isso é algo que não posso permitir sob hipótese alguma.

— Qual o endereço do Enzo, Nathy? — pergunto, após passar um tempo em silêncio.

— Faz tempo que sai de casa e não posso te levar para conversar com Hope agora porque não sei como as coisas estão por lá — ela fala. — E devido a tentativa de suicídio, conversamos com nossa psicóloga hoje de manhã. Hope foi encaminhada para uma psiquiatra.

— Vocês internaram ela numa clínica psiquiátrica? — pergunto, preocupado. — Pensei que ela estivesse na casa do Enzo.

— A psiquiatra examinou ela e nos deixou levá-la para casa após receitar alguns remédios — ela conta. — Hope já começou a tomar os medicamentos, mas está com o psicológico muito fragilizado. Só sai de perto dela porque Enzo ficou lhe fazendo companhia, e eu precisava te contar tudo que aconteceu conosco.

— Ela sabe que você veio falar comigo? — questiono.

— Sabe — ela responde. — Ela não queria me deixar conversar contigo e falou que você só irá procurá-la depois por estar com pena.

— Quero muito ver Hope, mas não é apenas porque estou com dó dela — falo. — Preciso me desculpar por ter insistido para ela me contar a história dela e ter ficado tão impaciente quando ela falou que não estava preparada para tocar no assunto. Sei que fui um idiota e sinto muito por te fazer reviver algo tão doloroso.

— Não precisa se preocupar comigo. — Ela pega a bolsa e se levanta. — Agora preciso mesmo ir embora.

— Posso te levar? — pergunto, levantando.

— Muito obrigada, mas vou não precisa — ela diz. — Vou chamar um táxi. E sei que você quer ver Hope, mas espera ela ficar bem primeiro, daí vocês conversam com calma.

— Então vou continuar aqui mais um pouco e depois irei para casa.

— Se cuida e dirige com cuidado — pede ela. — Prometo que mais tarde te mando mensagem informando como Hope está.

Fico em silêncio e observo Nathy sair da lanchonete. Volto para cadeira, abaixo a cabeça e repasso em minha mente tudo que conversamos. Quando lembro que Hope tentou se suicidar, sinto um bolo se formar em minha garganta. É difícil saber que ela poderia estar morta e o último momento que tivemos juntos foi quando terminamos.

Mesmo tendo amor das duas partes, precisamos pôr um ponto final no que tínhamos porque não estávamos prontos para ter um relacionamento sólido. Foi esse pensamento que me fez terminar com ela e tudo que queria agora era poder voltar no tempo. Não teria insistido para saber sobre o passado dela, aproveitaria muito mais os momentos que passamos juntos e nas vezes que ela falou que me ama, eu diria eu te amo também.

A verdade é que nunca cheguei a admitir por estar esperando o momento certo, mas eu amo Hope. Sei que estamos mal resolvidos e espero ter a oportunidade de olhar nos olhos dela e lhe dizer que ela é a mulher da minha vida. Deixo algumas lágrimas caírem ao pensar no quão assustada ela ficou quando percebeu que Rodrigo está na cidade e sem sombra de dúvidas, planeja lhe machucar.

𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐀𝐂𝐎𝐍𝐓𝐄𝐂𝐄 - ᴘᴇᴅʀɪ ɢᴏɴᴢᴀʟᴇᴢOnde as histórias ganham vida. Descobre agora