𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐀𝐂𝐎𝐍𝐓𝐄𝐂𝐄 - ᴘᴇᴅʀɪ ɢᴏɴᴢᴀʟᴇᴢ

114 - Uma noite inesquecível

ʜᴏᴘᴇ ғᴇʀʀᴇɪʀᴀ

Estar em minha formatura da faculdade com minha família e meu namorado vai além de tudo que sonhei. Não tive dificuldade para proferir meu discurso e estou orgulhosa por perceber minha evolução. Poderia facilmente descrever esta noite como uma das mais felizes e marcantes de toda minha vida.

Durante a festa de formatura, um garçom derrubou comida em meu vestido acidentalmente. Pensei que iria me queimar, mas para minha surpresa, o alimento estava frio. Fiquei intrigada com esse fato, visto que deveriam esquentar as comidas antes de começarem a servir. No momento em que o garçom se desculpou, ele aparentou estar envergonhado com o ocorrido.

Me compadeci do moço e fiz questão de ser gentil quando falei que já estava pensando em ir embora. Não consegui ficar chateada, afinal era bem desastrada no tempo que fui garçonete e sei que acidentes acontecem. Lembrei que neste andar tem um banheiro próximo ao local da festa e decidi ir até lá com minha mãe, para tentarmos tirar o excesso de sujeira do meu vestido.

Como um bom cavalheiro, meu namorado se ofereceu para nos acompanhar. Após o garçom reaparecer e confidenciar que estava com medo de ser demitido, convenci meu amor a fazer a gentileza de acompanhar o homem, explicar ao chefe dele que o que aconteceu na nossa mesa foi um acidente e disse que irei voltar para perto do pessoal após limpar minha roupa.

Esperei eles se afastarem e agora estou seguindo meu caminho. Entro no corredor e decido tirar os saltos, que estão machucando meus pés. Agacho e me sinto aliviada quando tiro meus calçados e peço para minha mãe segura-los. Faço uma rápida massagem no tornozelo que se encontra mais dolorido e levanto. Ando devagar, chego ao banheiro e encontro uma mulher com uniforme de faxineira parada em frente a porta.

— O banheiro está ocupado? — questiono.

— Não, — a mulher responde.

— Então você pode fazer a gentileza de sair da frente da porta para que possamos entrar? — pergunto.

— Alguém passou mal lá dentro e sujou tudo, moça — ela revela. — Estou aguardando trazerem os materiais de limpeza para fazer meu trabalho.

— Jurei que conseguiria limpar meu vestido e voltaria para casa apresentável, mas tudo bem — comento.

— Acredito que o outro banheiro que tem neste andar esteja limpo e desocupado, já que fica um pouco afastado e a primeira opção das pessoas é procurar o lugar mais próximo — fala ela. — Por que você não limpa o vestido lá?

— O outro banheiro é próximo ao estacionamento — falo e viro para minha mãe. — Podemos esperar o pessoal lá para irmos para casa.

— Você está com o tornozelo dolorido, filha — minha mãe diz. — Fique aqui me esperando. Irei procurar Pedri e perguntar se ele pode ir conosco. É bom que ele te ajuda a andar ou faz a gentileza de te levar no colo.

— Esqueceu que ele foi ajudar o garçom? — questiono. — E outra, o estacionamento não é longe daqui. Consigo ir até lá andando.

— Vamos? — ela questiona.

Assinto, me apoio na minha mãe e ando devagar. Assim que viramos no corredor, ela comenta que percebeu os olhares entre Heitor e a maquiadora e não vê a hora dele arrumar uma namorada, se casar e ter filhos. Revelo que o nome da moça é Sophie e achei ela simpática. Combinamos de ir ao salão de beleza nos próximos dias e dar um jeito de levar Heitor conosco.

Falo que estou pensando em passar mais um tempo descansando antes de tentar conseguir uma vaga de emprego em algum hospital. Ela diz que passei anos estudando e trabalhando sem reclamar e agora terei um descanso merecido. Sou pega de surpresa quando minha mãe pergunta se quero passar uma semana no Rio com ela e meu pai.