🐫 Capitulo 10 🐫

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Layla Nabih

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Layla Nabih

Tomo um chá que eu mesma acabei de preparar e as lembranças da noite passada me fazem sentir muita raiva. Por que os homens são todos uns bárbaros? Por que eles se sentem os nossos donos?

Em meu celular, li mais de vinte mensagens que Beto havia me deixado e ignorei todas. Estou muito chateada com ele. Pensei que fôssemos amigos e jamais imaginei que o próprio seria capaz de agir daquela maneira tosca, como um ser asqueroso. Laura tinha razão: Beto, realmente, sempre gostou de mim. E eu pensava que éramos amigos pelo menos. Mas vejo que nem isso somos mais. Não desejo falar mais com ele, muito menos vê-lo na minha frente. 

Respiro fundo novamente, tentando não sentir tanta mágoa. No entanto, quando se trata dos homens, meu coração parece um grande iceberg. O gelo que carrego dentro de mim, nenhum deles conseguirá derretê-lo, jamais.

Resmungo algo me lembrando de tudo o que o sheik fez comigo.

Ontem, realmente, foi uma noite de grandes decepções e muitas emoções. Será que o meu desmaio o fez pensar o quanto ele estava errado sobre mim? Não que isso me importe. Tudo o que mais quero é que ele volte logo para o seu país, para junto de sua família, e me deixe em paz de uma vez por todas. Esse homem é um imoral, um pervertido que só pensa em sexo, em subjugar as mulheres e ter todas aos seus pés. Ele me toma como uma mulher qualquer, beijando-me como se eu estivesse disponível para atender a todos os seus caprichos. 

Sinto uma enorme vontade de não voltar àquele quarto novamente e de não o ver nunca mais, para poder, enfim, sentir-me aliviada por saber que ele não irá me importunar de novo. Mas, infelizmente, não posso simplesmente ignorar o mundo e as pessoas, pois tenho minhas obrigações e deveres a cumprir. O trabalho me chama.

Troco de roupa e visto o meu famoso uniforme vermelho. Depois me direciono ao elevador. Antes de ir para a copa, já me informei com a nova recepcionista: ela me disse que a comissão do sheik não está no hotel. Graças a Deus! Não quero dar de cara com ele depois do que aconteceu ontem.

Entro no quarto de “vossa majestade” e constato que o senhor arrogante não está presente. Limpar esse quarto é algo em vão, já que ele mal fica nele e não há um único grão de poeira dentro do cômodo. Mas, que diabos estou dizendo?! É óbvio que não posso simplesmente esfregar seu rosto sobre o chão do quarto e lhe mostrar que tudo está perfeitamente limpo. Ele não precisa de mim limpando a sua suíte todos os dias. Mas quem eu sou? Como o próprio deve pensar, sou apenas uma simples mulher que está sempre à disposição dos seus caprichos, já que no seu país as mulheres são tratadas como seres inferiores, sem direito à liberdade e direitos femininos.

Tremo só de pensar que ele pode, de alguma maneira, descobrir que eu sou árabe. Se isso acontecesse, minha vida seria um verdadeiro inferno. Nem mesmo a embaixada brasileira poderia me ajudar. Se eu tivesse ao menos nascido na parte ocidental do mundo, sem tantas regras e censuras contra nós, mulheres...

Sob O Domínio do sheik Where stories live. Discover now