🐫 Capitulo 31🐫

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Zyan Youssef

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Zyan Youssef

Enfrentei as 48 horas mais tensas da minha vida. Layla está se recuperando bem e, neste momento, está descansando em seu aposento. Todas as orientações médicas estão sendo seguidas à risca, entretanto minha amira ainda se encontra com a aparência debilitada e frágil. Sua face, antes rosada e saudável, agora demonstra sinais de cansaço e vulnerabilidade. Decidi não mencionar nada sobre o bebê. Pelo menos não por enquanto. Não quero deixá-la ainda mais abalada.

Minha expressão muda no mesmo instante em que me lembro do infeliz incidente. Como aquela cobra maldita foi parar no banheiro do quarto da minha esposa? Esse acontecimento me acendeu um alerta. Será que há algum inimigo? Algum opositor ao meu governo? Passo as mãos pelos cabelos, frustrado. Que porra! Tenho que achar os responsáveis por esse fatídico episódio que resultou na perda do meu filho e, ainda, colocou a vida da minha habibti em perigo. Os culpados por esse deslize irão pagar severamente pelos seus atos. 

Não é comum uma cascavel daquele tamanho passar despercebida por todos os funcionários do palácio, e o nosso sistema de vedação é um dos melhores do país. Regularmente, ele passa por um processo de manutenção. Por sorte, a Marília encontrou a Layla antes que fosse tarde demais. Ela será recompensada por ser uma boa serva, enquanto os demais funcionários estarão sob investigações. Por culpa desses incompetentes, quase perdi a minha amira para o veneno da cobra. Foram momentos difíceis.

Por um instante, pensei que a perderia para sempre. Foi tudo muito repentino e assustador. Em um momento, ela estava bem e atrevida, como costumava ser todos os dias; e no outro, fui comunicado da terrível notícia desse incidente. É doloroso saber que minha amira estava grávida e perdeu o nosso bebê. Allah havia nos abençoado com um filho... Um filho da mulher que amo... Um filho que nunca virá ao mundo para alegrar as nossas vidas, por uma infelicidade do destino.

Layla nem sequer havia se dado conta de que estava grávida. Segundo os médicos, ela estava com cerca de 6 ou 7 semanas e o feto tinha mais ou menos o tamanho de um grão de arroz. A dor me corrói por não poder ter feito nada para salvar a vida desse ser indefeso que nem ao menos sabíamos que existia.

Temo que minha amira fique ainda mais abalada se, algum dia, descobrir que eu preferi lhe omitir a verdade neste momento. Mas creio que mediante à situação, essa foi a melhor decisão devido ao seu estado debilitado. Como eu diria algo se ela ainda estava no hospital, onde acordava assustada e delirando? Não tive coragem de contar a verdade naquele instante... De contar que ela carregava um bebê... Nosso bebê... E que o perdeu.

Fico pensando e logo me vem à mente outra perda bastante dolorosa para mim: minha mãe. Perder alguém que ama, não é fácil, principalmente quando não conseguimos nos despedir. Ela partiu repentinamente. Eu a vi pela manhã, com o mesmo sorriso doce e protetor de todos os dias. Havia se recuperado de uma síndrome respiratória e estava perfeitamente bem. Também nunca reclamava de nada da vida. Pelo contrário: sempre agradecia a Allah por todas as bênçãos que ele a deu e pela família maravilhosa que criou. Por isso me penitenciei tanto pelo que houve anos atrás com o Ahmed. Minha mãe sempre nos ensinou a ser unidos enquanto irmãos, defender e ajudar um ao outro. Sinto que falhei com ele, assim como falhei agora com a minha amira.

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