🐫 Capitulo 12 🐫

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Layla Nabih

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Layla Nabih

Tenho estado com uma sensação estranha ultimamente. Não sei explicar. É como se estivessem me seguindo. Mas deve ser impressão da minha cabeça. Desde que o sheik foi embora, retornando ao seu país, eu voltei à minha rotina normal. E isso já tem quase 1 mês. Espero não o ver, nunca mais.

Não mencionei para minha mãe o ocorrido no quarto, já que não queria preocupá-la. E como não vi mais a ‘vossa alteza real” — pensei com desdém —, não encontrei motivos para contar essa história para ela. Até mesmo porque Laura descreveu a “vossa majestade” como um verdadeiro cavalheiro que nos resgatou naquela noite, na boate. É certo que ele pode até ter me salvado daquele incidente com o Beto, entretanto suas intenções também não eram das mais honradas comigo. Bufo frustrada quando me lembro que esse sheik insolente desejava me fazer sua amante, como se eu fosse uma qualquer. Sinto raiva quando penso na sua proposta descarada.

Sou tirada das minhas divagações quando ouço a porta da sala sendo aberta.

— Layla, meu amor! Cheguei. — minha mãe falou quando entrou.

Termino de me arrumar e vou ao seu encontro.

— Oi, mãezinha mais linda do mundo. — Abraço-a e beijo carinhosamente o seu rosto. — Já estou indo para o trabalho, mamãe. E quando eu sair de lá, vou ao cinema com a Laura. Mas, não se preocupe! Volto cedo.

— Tudo bem, meu amor. Volte cedo mesmo para o jantar! Vou fazer seu prato preferido hoje: aquele de carne moída e berinjela, o mussacá.

— Uhhh! Assim não vale. A minha mãezinha sabe que eu amo tudo que ela faz, mas ao mussacá, simplesmente, eu não resisto. — Ela ri do meu comentário. — Já estou indo, senão vou perder a condução.

— Deus te proteja, minha filha! — disse antes de eu sair.

Vou apressadamente para o ponto de ônibus, onde já tem algumas pessoas aguardando a condução. Não sei porque aquela sensação ruim continua persistindo.

Noto um carro preto do outro lado da rua. Parece o mesmo que estava no mercado hoje de manhã cedo, quando fui fazer compras. Meu Deus! Eu só posso estar ficando paranoica com isso. É óbvio que é somente uma coincidência. Quantos carros pretos com os vidros fumês existem no Rio de Janeiro? Vários, é óbvio. Sou uma simples recepcionista que não tem nem onde cair morta. E o meu avô árabe, com certeza, já deixou de me procurar há muito tempo, pois já faz mais de 10 anos desde a nossa fuga daquele país. Portanto, não há a mínima probabilidade de ser ele. Tento me convencer desse fato. Além disso, o sheik está há quilômetros de distância de mim; praticamente do outro lado do mundo, no lugar onde sempre deveria ter estado, junto à sua esposa e filho. Outro fato que me deixa muito animada. 

Esqueço momentaneamente do assunto quando meu ônibus chega ao ponto. Eu me sento em uma cadeira, próxima a uma senhora, enquanto me recordo do acontecido com Beto. Ele teve a ousadia de me procurar na minha casa para pedir desculpa e a minha mãe praticamente o chutou para fora. Eu não conseguirei mais ficar próxima dele novamente, por mais que ele tenha se desculpado e dito que não queria me fazer mal naquela noite. Assim, optei por não retornar à associação mais. O Bruno ainda tentou me convencer a ficar, mas eu disse para ele que, por agora, seria melhor eu dar um tempo, pois estou precisando. Só fiquei com muita dó das minhas pequenas e lindas dançarinas árabes. Tive que lhes dizer que precisarei me afastar por motivos pessoais e que, talvez, retornarei algum dia. A Carol é quem vai continuar com as minhas pequeninas. No entanto, sempre que der, eu vou lá para as visitar, junto com a Laura, depois de me certificar de que o Beto não vai estar por perto. Não quero mais ter contato com ele. Precisei, inclusive, mudar de chip, devido à sua insistência em conversar comigo. Isso já estava me causando medo.

Sob O Domínio do sheik Where stories live. Discover now