Sob O Domínio do sheik

🐫 Capitulo 42 🐫

Layla Youssef

Há alguns dias venho suspeitando de umas conversas íntimas entre Jade e seu primo. Em uma manhã, quando eu estava passeando pelo jardim, avistei eles conversando algo baixinho e discretamente sob a sombra de uma das palmeiras. Mesmo que sejam primos, acho suspeita essa aproximação entre ambos. 

Eu poderia ser aquele tipo de pessoa que não tem curiosidade com nada e que nunca pesquisa algo no Google quando não sabe o significado, entretanto tudo o que envolve Jade e sua família, sempre me parece suspeito. Ou pelo menos passou a ser depois que sofri aquele atentado. Desde então, fico constantemente em alerta com essa naja. Sei que não tenho como provar nada, muito menos acusá-la sem provas, pois meus insultos e acusações seriam sem fundamentos ou valor algum. Sem provas, sem culpados. Somente por esse fato, ela ainda está impune.

Nada me tira da cabeça que Jade está por trás do incidente. Ela sempre deixa muito claro sobre sua soberania de primeira esposa neste casamento. Além disso, não me suporta e vez ou outra está tentando envenenar meu relacionamento com o Zyan, armando situações desconfortáveis para mim. Até me queimou com chá quente, não uma, mas duas vezes. E eu ainda fingi que foram acidentes. Ela também tenta me envergonhar durante os jantares em família e, principalmente, orgulhar-se por ter dado um filho ao sheik e estar prestes a lhe dar outro herdeiro. Se é que realmente está grávida. Se essa for mais uma de suas mentiras, logo será descoberta.

Não duvido que ela tenha armado todo esse incidente com a cobra somente para se livrar de mim. Esse foi um ato desesperado e cruel da parte dela. Aquela naja planejou tudo por me considerar realmente uma ameaça nesse casamento, pois percebeu que o Zyan não me devolveria e está apaixonado por mim. E olha que isso foi antes de ele tomar a decisão de se divorciar dela!

Tudo o que sei é que a presença de Jamal no palácio em um lugar pouco movimentado e escuro é suspeito. Não sei quando, nem como, mas irei provar que Jade é cínica e fingida. E quando conseguir, irei apresentar todas as provas para a família. Terei o prazer de desmascará-la pela primeira vez na vida. Não desejo que ela fique na rua da amargura, porém sua presença aqui é, simplesmente, intolerável.

Escondo-me atrás de uma pilastra quando percebo que Jamal está observando disfarçadamente os arredores. Apesar de ele ser parte da comitiva de Zyan, não gosto dele, pois sua aura sombria me causa arrepios desde aquele dia em que fui segurada pelos seus braços possessivos e recebi seu olhar lascivo e cobiçoso sobre o meu corpo. Então, não me sinto bem em sua presença.

Vejo-o entrar em um dos quartinhos afastados e trancar a porta em seguida. Aproximo-me sorrateiramente do lugar e avisto uma janela de vidro que está parcialmente coberta por uma cortina velha e desgastada pelo tempo. Realmente, esse lugar é esquecido do restante do palácio, e se parece mais com um sótão ou depósito. Encolho-me abaixo da janela para ter uma visão privilegiada sem ser vista. Lá dentro está parcialmente escuro, e meus olhos se adaptam aos poucos à pouca claridade do ambiente. Logo foco na figura sombria de Jamal. Neste momento percebo outra silhueta surgir da penumbra, entrar em meu campo de visão e se aproximar dele, recepcionando-o com um beijo. Penso que deve ser só um encontro de amantes.