45 || HORCRUX

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Com uma pequena ajuda de Felix Felicis, Harry ficou na frente de Aimée e Dumbledore com um frasco de líquido prateado em sua mão. Ele lentamente esvaziou seu conteúdo na penseira, o prata se tornou preto no segundo em que atingiu a superfície, girando com tinta, ou sangue, na piscina reflexiva.

Os dois grifinórios submergiram suas cabeças, encontrando-se no escritório de Slughorn, exceto que seu professor era mais jovem, com bochechas vermelhas e uma bebida na mão.

— Estava na biblioteca numa noite, na Seção Reservada, e li alguma coisa estranha sobre uma magia bem rara. Se entendi bem, se chama... hocrux.

Naquele era quando a verdadeira memória diferia da antiga que eles haviam visto anteriormente. Em vez de Slughorn jogar Riddle pela nuca depois de ouvir a palavra anteriormente incoerente, ele empalideceu ligeiramente.

— Como é que é?

— Horcrux — continuou Riddle — Encontrei o termo enquanto estava lendo e eu não entendi muito bem.

— Não sei bem o que você estava lendo, Tom, mas isto é magia das trevas, realmente das trevas.

— E por isso... eu procurei o senhor.

— Uma horcrux é um objeto em que a pessoa oculta parte de sua alma — Slughorn visivelmente enrijeceu enquanto falava.

— Mas eu não entendo como se faz isso, senhor.

— A pessoa divide a alma e oculta parte dela num objeto. Fazendo isso, você está protegido, caso seja atacado e seu corpo destruído.

— Protegido?

— Essa parte de sua alma que está oculta continua viva. Em outras palavras, você não pode morrer.

Riddle, com um brilho curioso nos olhos, moveu-se para a lareira ardente.

— E como alguém divide a alma, senhor?

— Acho que você já conhece a resposta, Tom.

— Matando.

— Sim. Matar rompe a alma. É uma violência contra a natureza.

— Só se pode dividir a alma uma vez? Ou se poderia dividi-la em sete? — Riddle brincou com seu anel.

— Sete? — Slughorn perguntou incrédulo — Pelas barbas de Merlin, Tom. Já não é bastante ruim pensar em matar uma pessoa? Repartir sua alma em sete. Isso é só uma hipótese, não é, Tom? Questão acadêmica?

— É claro, senhor. Será o nosso segredinho.

A sala se dissolveu na escuridão, flutuando até o topo da penseira enquanto Aimée e Harry se endireitavam, olhando para Dumbledore. Seu rosto estava vazio de emoção quando ele se virou e sentou-se nos degraus.

— Vai além do que eu imaginava.

— O senhor acha que ele conseguiu? Fazer uma Horcrux? — Harry perguntou.

— Oh, sim, com certeza. E não só uma vez — Dumbledore assentiu gravemente.

— O que pode ser, exatamente? — Aimée perguntou.

— Poderia ser qualquer coisa. O mais comum dos objetos — Dumbledore correu até sua mesa — Um anel, por exemplo, um livro.

— O diário de Tom Riddle — Harry olhou para o diário, percebendo o grande corte que percorria todo o couro.

— Sim, é uma horcrux. Há quatro anos, quando você salvou a vida de Gina Weasley na câmara secreta, me trouxe isso. Eu sabia que era uma magia diferente, magia das trevas, poderosa, mas até essa noite eu não fazia ideia do quanto.

𝐀 𝐖𝐄𝐀𝐒𝐋𝐄𝐘 || 𝐜𝐞𝐝𝐫𝐢𝐜𝐨 𝐝𝐢𝐠𝐨𝐫𝐫𝐲Where stories live. Discover now