59 || AQUI JAZ DOBBY

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Um apelo fraco ecoou pela praia, quase inaudível sobre as ondas quebrando. Dobby se afastou dos outros, segurando o peito, os olhos arregalados com a triste realização.

— Dobby! — Harry engasgou, correndo até o pequeno elfo, pegando-o quando ele caiu na areia molhada. Arfadas pesadas saíram de seus lábios, uma adaga ensanguentada foi puxada de sua carne e colocada na praia — Dobby. Não, não... aguenta firme. Aguenta firme, tá?

Gui, que saiu correndo da cabana com Luna, abraçando sua irmã, ambos observando tristemente a cena diante deles.

— Nós vamos te ajudar — Harry continuou, incapaz de esconder o desespero de sua voz trêmula — Hermione, deve ter alguma coisa... na bolsa, Hermione! Hermione? Olha, ele tá... me ajuda!

— Que lugar mais lindo — Dobby murmurou — Para estar com os amigos. Dobby está feliz por estar com seu amigo.

Harry, com lágrimas nos olhos, abraçou o elfo com mais força contra o peito, como se pudesse mantê-lo vivo com pensamentos positivos.

— Harry Potter... — Dobby sorriu, antes de seus olhos ficarem vidrados, suas mãos caindo de seu pano encharcado de sangue.

Luna gentilmente se ajoelhou ao lado deles, seu cabelo despenteado e olhos com olheiras.

— Temos que fechar os olhos dele. Você não acha? — ela gentilmente moveu as pálpebras do elfo — Pronto. Agora ele está só dormindo.

— Eu quero enterrá-lo — Harry exclamou — Devidamente. Sem usar magia.

Gui passou um braço por baixo da perna de Aimée, cuidadosamente conduzindo-a pela areia até a casa. Fleur sorriu tristemente quando a viu, colocando-a gentilmente em um dos quartos de hóspedes e acariciando seu cabelo.

— Não pensei que da próxima vez que visse minha dama de honra ela estaria nesse estado — Fleur brincou, lançando um feitiço que aliviou a dor em sua perna ferida.

— Também não imaginei que eu estaria nesse estado — Aimée riu secamente.

Gui reapareceu, com uma caneca fumegante de chá na mão, enquanto se empoleirava na cama e entregava a bebida para a irmã.

— A cura da mamãe para tudo.

Esforçando-se para tomar um gole, Aimée apertou os lábios em uma linha fina.

— Tem algumas coisas que nem a mamãe pode consertar.

Fleur e Gui trocaram um olhar triste, antes que Fleur se voltasse para a cunhada.

— Cedrico me disse para te dizer que ele foi para o campo e que sente sua falta.

— Ótimo — Aimée tomou outro gole doloroso — Se ele estiver morto, eu o matarei.

Todos eles riram levemente, Aimée se dissolvendo em um ataque de tosse enquanto suas costelas queimavam, estremecendo e afundando ainda mais nas cobertas.

— Você não machucou apenas a perna, não é? — Gui franziu a testa.

Tentando ao máximo sentar-se ereta, antes de Fleur empurrá-la levemente de volta para baixo, Aimée respondeu:

— Não, Bellatrix torturou a mim e a Hermione.

Sua mão levantou timidamente a manga, revelando as palavras marcadas em sua pele, gravadas em vermelho tão brilhante e tão profundo.

— E isso não é tudo — ela suspirou, desviando o olhar de ambos — Ela usou a Maldição Cruciatus em mim.

Enquanto Fleur soluçava, envolvendo seus braços em volta da garota mais nova, Gui explodiu de raiva.

— Ela não vai sair impune a isso!

— Gui... — Aimée engasgou enquanto a tosse fazia seu corpo doer — Por favor...

[...]

Ainda levemente apoiada por um par de muletas, Aimée ajudou Gui e Fleur a preparar o jantar, entregando tigelas e colheres para seu irmão, antes que sua esposa servisse um pouco de sopa.

— É lindo aqui — Luna sorriu, olhando para um carrilhão de vento.

— Era da nossa tia, vínhamos aqui quando crianças — Gui olhou para ela — A Ordem agora usa como um esconderijo. O que sobrou de nós, pelo menos.

— Os trouxas acham que ela afasta o mal — ela refletiu — Mas estão errados.

Harry caminhou para o lado dela, olhando para o casal.

— Preciso falar com o duende.

Depois de obter um aceno de cabeça de Fleur, Gui levou Harry escada acima para o quarto em que Grampo estava hospedado, Rony e Hermione também se juntaram a ele.

— Tudo isso aconteceu quando me escolheram como líder, é tudo culpa minha — Aimée suspirou, apoiando-se em suas muletas.

— Nada disso é sua culpa. Estamos em uma guerra — Fleur timidamente envolveu seus braços em volta dela.

— E agora, estamos do lado perdedor.

— Pode ser — Fleur admitiu — Mas, pessoalmente, sempre favoreci o azarão.

Sorrindo, Aimée sentou-se rigidamente na cadeira ao lado de Luna, movendo-se lentamente sempre que pegava uma colher de sua sopa. Tomate quente queimou sua língua, mas ela o comeu ​​assim mesmo, antes de subir cuidadosamente as escadas até seu quarto.

— Tem certeza que é dela? — ela ouviu Rony perguntar.

— Absoluta — Hermione respondeu.

[...]

O amanhecer havia surgido no Chalé das Conchas, o sol da manhã iluminando o travesseiro de Aimée enquanto ela se mexia lentamente. Abandonando as muletas, ela pegou a gaiola de Fawkes e saiu de casa na ponta dos pés, mancando até a colina onde quatro figuras borradas estavam paradas.

Ela quase gritou, puxando sua varinha quando se deparou com Bellatrix Lestrange, perfeitamente normal ao lado de Harry, Rony e Grampo.

— Espere — Rony gritou, empurrando a bruxa para trás dele — É Hermione. Poção Polissuco.

Suspirando, Aimée caminhou chegando mais perto e apontou para a bolsa de contas em suas mãos — Posso colocar Fawkes dentro?

— Você não vem! — Rony olhou para sua irmã incrédulo.

— Estou ferida, não aleijada. Além disso, alguém tem que mantê-los na coleira — revirando os olhos, ela brincou.

Hermione sorriu ligeiramente, gentilmente abaixando a gaiola para dentro da bolsa, antes que os quatro unissem suas mãos.

— Estamos contando com você, Grampo — Harry disse ao duende enquanto se aproximava — Se passarmos pelos guardas e entrarmos no cofre, a espada será sua.

Sorrindo, uma quinta mão se juntou. A areia borrou para um beco escuro do Beco Diagonal, Gringotes de pé tão resoluto como sempre na frente deles.

Aimée deslizou sob a Capa da Invisibilidade quando Harry a ofereceu para ela.

— Aqui é onde a diversão começa — Aimée riu sombriamente.

𝐀 𝐖𝐄𝐀𝐒𝐋𝐄𝐘 || 𝐜𝐞𝐝𝐫𝐢𝐜𝐨 𝐝𝐢𝐠𝐨𝐫𝐫𝐲Where stories live. Discover now