Uma relação difícil

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Narrador

- Minha querida neta...! Estou sem palavras... - O rei baixava-se e beijava as mãos da jovem saiyajin, que o olhava com um ligeiro tom de indiferença e nojo. Na verdade, odiava qualquer contacto físico que não fosse o confronto de um bom combate. Rapidamente ela conseguiu esquivar as suas mãos das do rei. - Estás tão linda...! – O rei a olhava embevecido. – Como cresceste!

- Fiquei muito tempo longe, sim.

- Ainda te lembras da nossa casa? – O rei começava a não conseguir disfarçar alguma emotividade na voz. É verdade que era um saiyajin ríspido, que não demonstrava os seus sentimentos, mas tinham-se passado 17 anos! Permitia-se a um pouco de emoção agora.

- Não. – Ela responde secamente. – Acho que não me lembro de nada daqui. – O rei a olha meio desanimado, tinha esperança que pelo menos uma pequena memória ainda restasse...

- Bom, não interessa, venham, devem estar cansados. Temos um banquete preparado para vocês.

Kakaroto estava a ter sérias dificuldades em retirar os olhos da bela saiyajin. A sua reacção corporal estava extremada, era urgente pensar em outras coisas, desviar a atenção dela. Mas qual quê... Parecia que os seus sentidos tinham ganho um íman para ela, que apenas piorou quando uma brisa lhe trouxe o cheiro selvagem e forte dela. Kakaroto suspirou e sorriu de canto. Seria um desafio um tanto prazeroso, que era ainda mais apetecível precisamente pelo perigo que lhe estava inerente.

A comitiva ia agora rumar ao palácio para apreciar a bela refeição que os esperava. O rei era conhecido por realizar banquetes memoráveis, aliás, todo o palácio estava carregado de luxo. Os adornos em ouro das paredes, pilares e trono. Cadeiras em veludo, dos tecidos mais requintados do universo.

Chegando ao palácio, nova comitiva para receber os visitantes. Os empregados vestiam um fardamento de cor azul escura, e estavam alinhados, dando as boas vindas a todos. Entrando no maior salão do palácio, os funcionários começam a servir bebidas como champanhe, cocktails e outras iguarias como canapés. Na mesa gigante, rectangular e comprida, podia ver-se a imensidão e variedade de comida. Era sem dúvida suficiente para alimentar centenas e centenas de pessoas, apesar da comitiva ser constituída apenas por poucas dezenas. Mas o apetite dos saiyajins era algo absurdo e por isso mais valia comida a mais do que a menos.

- Não há como negar, alteza. Você realmente sabe receber. – Freeza falava com o rei, enquanto comia uma tosta com paté de lagosta. – Depois da refeição iremos para nossos aposentos, mas espero que amanhã possamos falar com maior privacidade.

- Mas claro que sim. Diga-me, grande Freeza, quanto tempo planeiam ficar cá?

- Ahahaha. – Freeza dava a sua gargalhada icónica. – Na verdade eu não sei. Quem sabe se nos estabelecemos de vez por aqui?! Penso que poderia ser benéfico para todos, não concorda?

O rei não concordava, raios, não! Tudo o que ele sempre queria era ver Freeza pelas costas, a presença dele por tempo indeterminado poderia complicar tudo! Mas obviamente não poderia dizer-lhe isso, e apenas consegue responder, um pouco atrapalhado:

- Ah, mas claro! Será uma honra! Eu também sentia falta da minha filha e da minha neta, será muito bom ter-vos por cá... - O rei suspirava. O imperador do mal parecia ter acreditado, enquanto se deliciava agora com uma perna de javali.

- Minha querida, tu nasceste aqui, neste palácio... Estar de volta tantos anos depois, traz-me muitas recordações... - Elizah suspirava, olhando a sala real, querendo mostrar à sua filha as suas origens, e o poder e grandiosidade do sangue saiyajin. Kaya olhava a sua mãe algo entediada. Ela estava ainda mais estranha do que o normal, mais emocional, se é que isso era possível, e Kaya achava ridícula a exposição de sentimentos. Aliás, ela tinha sérias dificuldades para entender sequer esse conceito. Mas Elizah estava alheia à cara de aborrecimento da filha... Estar de volta era revigorante, apesar de se sentir preocupada pelo que esta "permanência por tempo indeterminado" poderia significar para o seu povo. Freeza não dava ponto sem nó, se ele quis voltar a Vegeta com elas para ficar, tanto tempo depois, havia certamente uma motivação ulterior que ela ainda não tinha conseguido descobrir qual era.

Amor Proibido - Dragon BallWhere stories live. Discover now