Viagem atribulada

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Um banho gelado. Era o que Kakaroto precisava urgentemente neste momento, mas ele sabia que não era o único.... Sua erecção absurda ainda estava bem visível no tecido do uniforme que perigosamente demonstrava todos os contornos do seu corpo. Ele estava quente e necessitado, mas tinha a certeza que Kaya também estava ardente. O cheiro da excitação dela não abandonava os seus sentidos, contribuindo para que continuasse cheio de vontade de possuí-la. A maldita cheirava bem demais, era gostosa demais, seu beijo era intenso demais... Porra! Tudo nela era demais. E Kakaroto teve a certeza, depois de beija-la, que ela lhe despertava todos os seus instintos saiyajins. A mais inacessível de todas as mulheres, a filha do maior inimigo do seu povo, a imperatriz que tinha tanto de bela quanto de cruel... não havia dúvidas, era ela. Kakaroto, que nunca pensou em se juntar, formar família e todas essas coisas desnecessárias, sentia agora um desejo absurdo de marcá-la, de tê-la só e apenas para ele.
- Merda!!! – Gritou no duche, e não se apercebendo da força que fez, esmurrou a parede da nave, e acabou estragando-a. Levou as mãos à cabeça... aquela mulher estava a deixá-lo à beira da loucura. Nunca uma mulher lhe resistiu, ele era puro afrodisíaco, tudo nele fora feito para estimular ao máximo o sexo oposto. E ele sabia que Kaya também o desejava, era notório o clima e as faíscas entre eles... Então, porque é que ela o evitava a todo custo...?
Perdido nos seus pensamentos, nem sentiu Vegeta chegar...
- O que fizeste, idiota?!
- O quê...?- Kakaroto virou-se para o príncipe, que o interpelava, e agora virava a cara perante a visão do amigo nu, na cabine envidraçado do banheiro da suíte.
- A parede!! Acordaste-me com o barulho! – Vegeta cruzava os braços, bem irritado.
- Ah, isto... Eu... Não importa, Vegeta, amanhã eu conserto.
- É bom mesmo... quero é ver onde é que vais arranjar material!!
Kakaroto não tinha pensado nisso mas também não estava disposto a gastar a sua energia com esse problema. Agora precisava de relaxar o seu corpo ainda carente.

Kaya enxaguava o cabelo após o banho relaxante que tomara. Precisou de encher a banheira de espuma e sais de banho, permitir acalmar-se e enganar os instintos selvagens que habitavam o seu corpo. A saiyajin estava a ficar mais e mais descontrolada... Aquele beijo foi para si uma surpresa, não esperava que fosse gostar tanto de beijar Kakaroto... Mesmo não admitindo, Kaya sabia que Kakaroto a atraía irremediavelmente, sendo que ela estava disposta a lutar arduamente contra esses sentimentos. É claro que ela já tinha fantasiado sobre a que saberia um beijo dele... Mas isto... Foi muito para além da fantasia... O beijo que partilharam teve o condão de a transportar para outra dimensão, fazer o seu corpo sentir o que nunca havia sentido, um estímulo complexo dos seus cinco sentidos, um desejo abrasador que a percorria completamente... Ela gostou do beijo... Não. Ela amou... As sensações prazerosas, desconhecidas e excitantes, tinham o apelo de um fruto proibido. E Kakaroto representava em tudo uma proibição. Ele fazia-a sentir-se vulnerável, fora do controlo. E ela odiava essa sensação. O sangue frio tinha de vencer sempre. Se Kaya já fazia tudo para evitar a presença de Kakaroto, a partir de agora ela iria fazer o impossível. Ele era perigoso. Demasiado perigoso...

- Bulma, é maravilhoso! Mais um dia e chegamos ao planeta Namek! – Kuririn estava optimista. Tinha treinado bastante, sentia-se mais forte e estava muito animado com a aventura pela busca das esferas do Dragão num planeta desconhecido. Já Bulma estava um pouco circunspecta. Algo lhe dizia que a viagem não iria correr exactamente como eles planearam. Bulma não sabia explicar o sentimento de insegurança que lhe acometia, provavelmente não era nada, apenas um receio bobo por nunca ter saído do seu planeta natal e saber que dependia apenas de Kuririn e dela própria. Mas afastou esses pensamentos pessimistas e concentrou-se em finalizar o novo radar que estava a construir, que dava com maior precisão a localização das esferas, bem como informações sobre essa mesma localização, nomeadamente se seria debaixo de água, de terra, quantas pessoas estavam ao seu redor, os níveis de energia das mesmas, etc etc. Um dia... um dia e eles chegariam ao seu destino.
Voltou a recordar-se dos seus tempos de juventude, da busca inicial pelas esferas...
E nesse momento ela teve a certeza que não amava mais Yamcha. Claro que ele tinha sido muito importante para ela, o seu primeiro namorado a sério. No entanto, nesta nova aventura na qual ela e Kuririn agora embarcavam, ela pôde perceber que a sua preocupação em ressuscitar Yamcha era a de um amigo, o sentimento que partilhava também com Chaos e Tien. Subitamente reprimiu uma vontade de chorar. Quase trinta anos e sem marido, sem filhos, sem planos e projectos. Mas mesmo tudo isso se afigurava como se correspondesse a outra vida, à qual ela agora não poderia dar atenção. Eles tinham uma missão pela frente. Tinham de a realizar e ser bem sucedidos, depois teria tempo para cuidar da sua vida sentimental.
Finalizou a construção do radar. Suspeitava que ter aprimorado as capacidades tecnológicas do aparelho ainda lhes seria muito útil...

Amor Proibido - Dragon BallWhere stories live. Discover now