Traição

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- O que foi agora...? - Kaya levantava os olhos do portátil, contrariada por ter sido mais uma vez interrompida. Estava há mais de duas hora a tentar ler um único relatório, mas as constantes interrupções para os mais diversos assuntos que careciam da sua atenção, impediam-na de terminar essa tarefa.
- Bom dia, imperatriz! - Sorria abertamente um demasiado animado Hunio. Kaya levantou o sobrolho... Desde o pequeno encontro dos dois, há quatro noites, que não o via, e muito menos o esperava encontrar tão depressa e com tamanho sorriso. - Posso entrar? - Hunio fechava a porta atrás de si.
- Já entraste! - Bufou. Tinha zero paciência para o sujeito. Apesar de ser quase meio dia, sabia que o miserável tinha acordado há pouco tempo, enquanto ela já levava várias horas de trabalho e treinos.
- Venho propor-te um desafio... - Ele sorria matreiro e Kaya não evitou fazer uma careta. Fosse o que fosse, tinha a certeza ser pouco interessante. Ela respirou fundo e colocou o seu sorriso mais charmoso.
- Para vires ao meu escritório com essa cara de pau, é porque já estás totalmente recuperado do teu pequeno ferimento... - Ela saboreava as palavras. Notou-o a engolir em seco, mas o rei Gobi não vacilou.
- Estou. E é mesmo por isso que gostaria que viesses comigo numa missão. - Definitivamente ela agora estava interessada.
- Que missão?
- Ao planeta Fujik. Já tencionava entregar os estudos de prospecção ao teu pai, digamos, como um presente pela recente aliança dos nossos povos. Mas, assim é melhor, posso apresentar este projecto à minha noiva.
- Muito bem, deixa a documentação comigo e assim que possa irei verificá-la.
- Gostava que fizéssemos esta missão juntos... Penso que nos iria aproximar.
- E eu penso que isso está fora de cogitação. O império precisa de mim aqui. Mas, como eu disse, irei analisar... Agora, se não te importas... - Kaya fez-lhe um gesto para que se retirasse, o que Hunio acabou por fazer, com um sorriso amarelo. Conquista-lá nunca seria fácil...

Kaya tinha de admitir que estava curiosa. O que seria o planeta Fujik?! Era o primeiro relatório de prospecção que teria nas mãos, e se realmente o planeta fosse valioso como Hunio deu a entender, seria sem dúvida uma boa forma de mostrar o seu valor ao pai... Iria analisar a documentação mal terminasse a tarefa que tinha em mãos.

Duas batidas na porta, Kaya podia suspeitar de quem se tratava...

- Com licença, imperatriz? - A ruiva entrou vagarosamente na divisão e o seu perfume adocicado fez-se sentir de imediato, de tal forma que Kaya até tossiu. Caramba, era forte... Analisou-a de cima a baixo. Mediu-lhe as curvas, entreabrindo ligeiramente a boca, era bonita. Muito... No entanto, Akane não conseguiu evitar de fazer o mesmo, quando a imperatriz se levantou para a cumprimentar. O seu cheiro, não doce, mas selvagem, cortou-lhe a respiração, inebriou-a e Akane não evitou um suspiro. A imperatriz era de longe a mulher mais bonita que já vira. O seu sexappeal era palpável.
- Já ouvi falar de ti. Devo dizer que não desiludes... - Kaya constatou, observando-a altivamente, fazendo Akane corar.
- Se me permite, a sua beleza é comentada, mas... Eu não imaginei...
- Que a filha do Freeza tivesse esta aparência? Não te preocupes, não és a primeira. Eu chamei-te aqui porque sei que fizeste parte de um planeta colónia durante muitos anos, e quero saber se o teu poder se mede à tua beleza. Gostaria de te convidar para um treino privado comigo, amanhã, na sala de treinos 1, às 5 horas da manhã.
- É um grande privilégio. Lá estarei. - A ruiva sorriu. Não contava com este convite inesperado, mas certamente estava curiosa.

Akane fez uma vénia e saiu, deixando Kaya sorrindo perante os seus planos.

- Chega por hoje? - Kaya entrou no laboratório, passava das dez da noite. Bulma estava de tal forma imersa no seu computador que apenas quando a imperatriz falou, ela deu conta da sua presença.
- Oh... Eu estava a rever o teu equipamento... Falta muito pouco. Penso que mais um dia e estará a funcionar em pleno.
- Perfeito! Hoje conheci a Akane. - Bulma respirou fundo e virou a cara. - Ela é bonita. Muito. Amanhã veremos se é forte. - Bulma levantou a sobrancelha, exprimindo dúvidas. Kaya, percebendo, continuou. - Sim, combinei um treino com ela para amanhã. Diz-me exactamente qual é a parte da cara dela que queres ver desfigurada, posso fazer isso por ti! - Kaya soltou uma gargalhada maléfica.
- Nenhuma. A Akane não tem culpa de nada...
- Certamente a sua presença não ajudou...
- Sim, mas sabes que mais? Eu não quero estragar a felicidade do Vegeta. Se ele está bem com ela, então tudo óptimo. Eu só quero... Enfim, nada.
- Diz! É uma ordem!
- Só queria voltar à Terra, rever os meus amigos... - Bulma baixou a cabeça e Kaya olhou-a atentamente. Não sabia lidar com sentimentalismos, nunca soube. O que deveria dizer nesta situação?!
- Ouve... Tu és uma colaboradora muito importante para o império... E a caminho da Terra está o meu pai...
- Eu sei... - Bulma suspirou. - Eu sei... A verdade é que eu e o Kuririn tínhamos um sonho quando fomos a Namekusei e depois saiu tudo errado...
- Consigo relacionar-me com isso. - Kaya encolheu os ombros. - Mas, se te fizer sentir melhor, posso arranjar uma missão bem longínqua para a Akane. Que me dizes?
- Não... - Bulma sorriu condescendentemente. Sabia que a princesa até tinha boas intenções, mas isso não iria resolver nada.
- Como queiras. - Kaya revirou os olhos, mas certamente lembrar-se-ia de outra solução...

Amor Proibido - Dragon BallWhere stories live. Discover now