Capítulo 14

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Caleb Nolasco

- Desculpe Raul. Mas é o nome da minha empresa. Não posso fazer isso. Te garanto que nunca vai ter problemas com os meus materiais. Não posso assumir o erro de outro. – Falo tento não parecer grosseiro.

- Eu sei... Você está certo. É o seu nome. Não pode se vender assim. Você é um cara de caráter. – Ele dica pensativo por alguns segundos. – Só não comenta nada, se Isabella te perguntar... Não vai ter o que fazer, o erro foi meu. O outro fornecedor é um amigo meu. Já tivemos problema em duas obras, mas ele tinha trocado o material e disse que ia melhorar. Comigo é mais fácil, mas Isabella não perdoa, diz que é a vida de outras pessoas que estão em risco. – Ele fala e para.

- Ela está certa. Mas tudo bem. Não vou comenta, mas se ela perguntar vou ter que dizer. – Falo bocejando.

- Muito obrigado. Prometo que vou passar setenta porcento das obras que eu tenho pra você. Boa viagem Caleb. – Ele fala animado e desliga o telefone.

Então a filha dele é louca mas trabalha direito. Ela está certa, é a vida de outras pessoas. Se você constrói um prédio com material de pessoa qualidade duvidosa, muitas coisas podem acontecer, até  mesmo um desabamento. A empresa precisa trabalhar de maneira responsável e Raul não parece se preocupar muito com isso, na verdade ele não parece se preocupar com nada. Parece que está sempre a passeio, sem muitas responsabilidades. Será que Isabella é louca por causa disso?
Acabo dormindo enquanto crio teorias sobre uma pessoa que eu nem conheci.

Acordo no dia seguinte com o despertador

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Acordo no dia seguinte com o despertador. Levanto correndo e começo a me arrumar. Tomo apenas um suco e Matheus já me liga por vídeo chamada super animado. Parece uma criança indo para o parque aquático.
- Vamos viajar. – Ele grita quando eu atendo.

- É a sua primeira vez viajando ? – Pergunto sério.

- Pra África sim. E você? – Ele pergunta com ironia.

- Você sabe a resposta... Bem, outra coisa. Não podemos falar que nós não somos a empresa que levou o material ruim. Raul me pediu isso. – Falo enquanto pego minha mala.

- Vamos assumir a culpa pela outra empresa? Esse não é você. – Ele fala desconfiando.

- Não vou assumir. Os boatos eram verdade. O amigo dele entrega material ruim. Ele já encobriu isso outras vezes. Mas agora a filha dele pegou. Eu não vou falar, mas se a filha dele perguntou vou contar. Ele já está ciente. – Falo e fecho a porta de casa.

- Estranho. Mas tudo bem. Vou desligar. Estou saindo de casa. – Ele fala e desliga.

Depois de quase uma hora chego no local marcado

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Depois de quase uma hora chego no local marcado. José já estava nos esperando impaciente do lado de fora do avião. Não era um jatinho particular e eu nem esperava por isso. Parecia mais um pequeno avião de transporte de carga. Mas estava ótimo, não estava pagando por isso e chegaria rápido. Matheus já estava dentro do avião como uma criança , escolhendo o melhor lugar, mexendo nas coisas e tirando foto. A viagem sem dúvidas seria cansativa.

Depois de longas horas que pareceram dias. Nós chegamos a África. O lugar era extremamente quente, abafado o ar era pesado. Não tinha asfalto era só barro. A pista de vôo era perto da cidade, perto das casas. O que era extremamente perigoso. E as casas era feitas provavelmente de barro, não sei como estava em pé. Pego minha mala e Matheus desce animado.

Um homem aparece com uma arma e vem nos receber. José entrega algo a ele e o homem faz um sinal para segui-lo. Entramos em um carro antigo que era movido a pedais, como as bicicletas. Eu e Matheus ficamos no banco de trás e os homens na frente. Pedalamos em silêncio por alguns minutos até que os homens começaram a falar em algum dialeto.

Nesse momento eu me toquei que aceitei, sem pensar, em viajar pra África sem saber o idioma deles. E falo muito mal o inglês e Matheus muito mal português. Nesse momento Matheus deve ter pensado a mesma coisa que eu, porque me olhou assustado. O homem falou algo em um rádio e eu me forcei, mas não entendi nada. Depois de alguns minutos um homem apareceu. Ele ficou nos olhando e fez um sinal pra gente descer.

- Quem são vocês e o que querem aqui? – O homem perguntou apontando uma faca e com um sotaque carregado.

- Sou Caleb e esse é o Matheus. Viemos encontrar Isabella Bacelar, estamos trazendo os materiais para o projeto. – Falo demonstrando calma. Enquanto Matheus estava quase morrendo.

- A merda do projeto. – Ele reclama com raiva. – Aquela riquinha de salto nem avisa que vai receber pessoas. Ela está no pais dela? – Ele faz um sinal pra gente seguir.

- Ela também está de salto aqui? – Matheus  pergunta sem pensar.

- Está. Ela não vê que não tem como andar de salto aqui? Qual o problema dela ? – O sotaque fica mais carregado.

- Lá no Brasil ela estava de salto em uma obra. Ficamos com medo dela cair. Mas ela não cai. – Matheus continua.

- Eu não gosto dela e desse projeto. Porque vocês querem nos ajudar? O que vão pedir em troca? Não temos nada a oferecer. – Ele para e nos olha apontando a faca.

- Nos queremos nada. Somos apenas funcionários. Eu nem sabia desse projeto até dois dias atrás. Viemos fazer uma entrega e vamos embora. – Falo levantando as mãos.

O homem nos olha e abaixa a faca. Continuamos andando até que chegamos ao centro. Tudo era muito simples. As casas eram de barro com muitos desenhos, extremamente pequenas. As pessoas ficavam nos olhando fixamente. Até que eu escutei uma voz familiar.

- Caleb Nolasco? – Isabella fala um pouco irritada.

- Sou eu. – Falo andando na direção dela.

- Onde está o material? O projeto está atrasado. – Ela continua irritada.

Nem um bom dia ou boa tarde, eu já tinha perdido a noção de tempo. A voz irritada pelo telefone estava mais irritada ainda.

- Está vindo. José informou que vai chegar em alguns dias. – Falo tentando ser educado.

- Alguns dias? – Ela repete. – Não tenho alguns dias. Porque veio se o material não está aqui? E porque veio? Eu precisava do material, não precisava de você. – Ela fala e sai andando.

- Vim para assegurar que o material estaria em perfeito estado, pra acompanhar de perto. Não estou cuidando da entrega do material, não foi feita pela minha empresa. Então não tenho como adiantar a chagada. – Falo um pouco irritado e ela para.

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