Capítulo 41

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Caleb Nolasco

Dou um último beijo em Isabella e entro no avião. Vejo a porta se fechar e considero que o piloto não veio atoa. Ele veio deixar material e levaria Matheus de volta. Não seria atoa. Mas minha mãe e Catarina já sabem que estou voltando, não posso desmarcar de novo. Elas combinaram de me pegar no nosso destino.

Sento no meu lugar e fecho os olhos. No início da viagem Matheus ficou me interrogando para saber como estava com relacionamento com Isabella. Eu disse que não era nada ainda e que precisava ficar em segredo. Ele demorou a entender o significado de segredo, mas por fim entendeu.

Depois de longas horas descemos no Brasil. Já era de manhã cedo. Saio do avião, pego minhas malas e vejo minha mãe e Catarina. Elas abrem um sorriso e tenho oque dizer que eu senti falta, mesmo Catarina sendo extremamente irritante, eu senti falta. Vou andando até elas e assim que me aproximo Catarina começa.

- Achei que você não viria de novo. Sua chefe não tem família não? – Ele reclama.

- Estou aqui. Pronto. – Falo sorrindo.

- Estava com saudade meu filho. Deu tudo certo com o trabalho? – Minha mãe fala me abraçando.

- Deu sim. Foi melhor do que eu imaginava. – Falo animado.

- O “projeto” foi ótimo mesmo. – Matheus fala soltando uma piada.

- Sua esposa está te esperando ali na frente. Pode ir. Amanhã nos encontramos. – Falo irritado.

- O que ele quis dizer? O que você quis dizer Matheus? – Catarina pergunta desconfiada.

- Nada. Pode ir Matheus. – Falo irritado expulsando ele.

- Me diz o que é. – Catarina grita vendo Matheus se afastar.

- Esquece Catarina. Vamos para casa ? – Falo andando.

Elas vêm me seguindo. Mas é claro que Catarina não iria esquecer isso. Entramos no carro e elas ficaram me contando as “ultimas fofocas”. Acontecimentos da família e amigas de Catarina. Eu estava no banco de trás com sono e pensando em Isabella. Olhando a tela do telefone e me perguntando se eu deveria mandar mensagem ou não.

- Está me ouvindo Caleb? – Catarina pergunta irritada.

- Estou. Uma amiga fez fofoca da outra. – Falo a última coisa que ouvi.

- Está pensando em que? Estou falando do Cae que quebrou o dente de novo. – Ela fala irritada pelo espelho central.

Olho para o telefone ele toca. Olho o contato na tela “ Sra. Bacelar “ , salvei dessa forma quando ela me ligou pela primeira vez, depois dela me irritar pelo telefone. Catarina fica olhando perguntando com os olhos se eu não iria atender. Eu queria falar com ela, se não atendesse ela poderia ficar preocupada e se eu não atendesse Catarina desconfiaria. Atendo e respiro fundo.

- Oi... – Falo de forma seca.

- Oi... Desculpe... Eu ...Só queria saber se chegou bem. – Ela fala sem graça.

- Cheguei sim. – Respondo olhando para Catarina pelo espelho central.

- Está falando com quem? – Catarina fala em um tom de ciúme.

- Tudo bem então. Me desculpe. – Ela fala rápido e desliga.

Eu fiz merda. Sei que fiz. Mas Catarina começaria o interrogatório e Isabella escolheu não falar disso agora. A culpa não era minha. Eu queria falar. Mas ela não quis. Guardo o telefone no bolso e vejo Catarina me olhando pelo espelho central.

- Era quem? – Ela começa.

- Ninguém. – Fecho os olhos pensando em Isabella.

- Porque desligou correndo então? – Ela continua me olhando pelo espelho.

- Olha pra frente e dirige. – Falo irritado.
- É mulher. Conheceu alguém lá ? – Ela fala implicando.

- Me deixa em paz Catarina se não eu vou pra casa. – Falo mais irritado.

- Deixa ele Catarina. Ele acabou de chegar. – Minha mãe fala nervosa.

Chegamos em casa e vou direto para o meu antigo quarto. Penso em pegar meu telefone e ligar para Isabella mas eu estava exausto da viagem. Deito na cama digitando um texto pra ela mas acabo dormindo com o telefone na mão antes de mandar a mensagem.


Acordo horas depois com minha mãe me chamando

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Acordo horas depois com minha mãe me chamando. Ela estava sentada na cama do meu lado. Ela sempre era muito carinhosa para nós acordar. Diferente do meu pai que nos acordava gritando. Ela me olha com o sorriso que começou a aparecer com a idade e os netos.

- Vamos almoçar? Sei que está cansado. Mas precisa se alimentar.... Como era a comida de lá? – Ela puxa assunto.

- Não era nada comparada a sua. – Falo e beijo a testa dela. – Mas não era ruim.

- E como foi o trabalho lá? Valeu a pena? – Ela tenta chegar no assunto que queria lentamente.

- Sim. Foi um projeto muito bom. Vai me garantir mais oportunidades. Eu vou finalmente chegar aonde eu queria  – Falo sorrindo.

- E sua irmã estava certa? Conheceu alguém lá? – Ela me olha como uma detetive.

- Sabe que eu não escondo nada de você. Mas ainda não assumimos nada. Não conte para Catarina. Pode não dar em nada. Mas conheci uma pessoa. Estou gostando muito dela. Mas a pedido dela, estamos indo com calma. – Ela me olha sorrindo.

- Fico muito feliz, filho. Assim que puder me apresenta. – Ela fala e se levanta.

Minha mãe sai do quarto , eu me levanto e fecho a porta. Pego meu telefone e ligo para Isabella. Ela não atende, ligo mais uma vez e digo que se ela não atender eu não vou ligar mais. E ela não atende. Tento mais uma vez porque a promessa anterior não valeu e no último toque ela atende.

- Oi.. – Ela fala desanimada.

- Hora ruim? – Falo sem graça. – Desculpe...

- Não... Fala. – Ela fala sem vontade.

- Queria te pedir desculpas por mais cedo. Eu estava no carro com minha mãe e irmã. Catarina é insuportável. E não podemos assumir.... Então.... Desculpe. – Falo nervoso.

Isabella fica muda por alguns segundos. Como se estivesse digerindo minha resposta, analisando se eu estava mentindo. Escuto alguém bater a porta.

- Querido vem almoçar. Os meninos chegaram. – Catarina fala.

Ela tinha essa mania. Era extremamente carinhosa, mas era ironia. Dizia que eu tinha que arrumar alguém porque ela não aguentava mais cuidar de mim. Isso era insuportável e eu já tinha perdido as contas de quantas vezes eu tinha pedido pra ela parar de fazer isso e não adiantava.

- Bem. Você está ocupado. Depois falamos. – Isabella fala e desliga.

Destinada ao Amor Where stories live. Discover now