Capítulo 66

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Caleb Nolasco

Entro no quarto e pego a minha mala. Começo a colocar as roupas dentro. Da casa de Raul até a minha casa daria quase uma hora. Eu teria tempo. Termino de arrumar a mala e vou tomar meu banho. Saio do banho e meu telefone toca. Isabella me mandando mensagem de bom dia, eu respondo a mensagem dela sem contar da surpresa, até porque eu não sabia se Raul tinha contado algo e se queria contar.

Conversamos sobre o futuro. Ela. E conta que amou as casas de lá e que no futuro queria morar em uma casa bem tranquila. Era algo que eu também queria. Nossa vida era muito corrida e no futuro, tendo filhos eu queria um canto tranquilo para viver.
Me sento a mesa e tomo meu café da manhã. Isabella me manda uma foto dela em alguma praia. O lugar era lindo. Eu realmente precisava de férias. Seria bom esses dois dias para eu relaxar.

O interfone toca e o porteiro me avisa que meu sogro estava no portão, se eu autorizava subir. Eu confirmo e vou para a porta. “ Sogro “ eu nem tinha pedido Isabella em namoro. Queria fazer o pedido. Abro a porta e segundo depois Raul aparece no elevador. Ele vem andando na minha direção sorrindo como sempre.

- Vamos ver as meninas. Ainda bem que você concordou. – Ele fala apertando a minha mão.

- Também estou com saudades de Isabella. – Falo e entramos.

- Gostei do apartamento. Me lembra um que eu tive quando comecei a minha vida. – Ele fala com um tom de nostalgia.

E então eu me dou conta. Raul tem uma casa enorme e eu aqui com meu pequeno apartamento. E nem estava preparado para recebê-lo. Sinto um pouco de nervoso mas ele se senta no sofá como se estivesse em casa.

- Raul... Estou pensando... Quero pedir Isabella em namoro. – Falo e ele me olha espantado.

- Não fez isso ainda? – Ele se levanta.

- Não... Tudo aconteceu muito rápido. – Falo e ele olha o telefone.

- Precisamos de um anel. – Ele fala mexendo no telefone.

- Calma. Não vai comprar nada. – Falo e ele me olha.

- Verdade. Você que tem que comprar. Desculpe. – Ele fala e desliga o telefone.

- Raul..  Já parou para pensar sobre essa sua questão com compras? – Falo com cuidado.

- Você também reparou.... Você é atento.... Estou fazendo terapia.... Marina pediu... Se não ia pedir o divórcio... Estou tentando... Mas não é fácil. – Ele fala e respira fundo.

- Toda vez que pensar em comprar algo, me liga. Toda vez. Tá bom? Vou tentar te ajudar. Isso é vício. Me desculpe falar. – Ele fica me olhando atentamente.

- Eu sei... As passagens... A fazenda... Uma bolsa para Marina.... Eu nem posso dar esse presente.... Ele vai me matar. Com razão. Nunca faltou dinheiro em casa... Mas eu perco muito dinheiro atoa... É o que ela fala..  Eu não posso ficar sozinho, se fico com saudade , compro , se fico triste , compro, se aparece algo legal eu compro.  – Ele fica preocupado.

- Bem... A viagem... É culpa minha. Vou pedir Isabella em namoro. Agora a fazenda e a bolsa vamos ter que pensar em algo. – Falo pegando a minha mala.

- Sim... Vou pensando no caminho. Vamos que precisamos estar no aeroporto em duas horas. – Ele fala indo para a porta, Ele se anima - Eu começo uma loja que vende anéis perto do aeroporto. – Ele fala animado.

- Raul... Eu não sei se tenho dinheiro... – Ele não me deixa terminar.

- O dono é meu amigo, vai te fazer um desconto. Fica tranquilo. – Ele fala e pisca.
Saímos e eu tranco a porta. Descemos e na recepção Raul pede um carro para a loja. No caminho vamos conversando sobre família, empresas e ele me conta algumas histórias de Isabella. Ele dizia que ela sempre foi uma mini adulta. Tanto pela altura quanto pela personalidade.

Depois de longos minutos chegamos a loja. A entrada já me dizia que ali não era meu lugar. Raul vai entrando como se fosse dono da loja. Todos param e falam com ele. Um vendedor parecia ser extremamente íntimo dele.

- Fala Raul. O que você aprontou para estar aqui fora de uma data comemorativa ? – Ele fala rindo.

- Dessa vez nada. Esse é meu genro. – Ele fala animado.

Ele abraça o cara e o homem vem na minha direção. Aperta minha mão e fica me analisando por alguns segundos, mas eu sinto maldade no olhar dele. Ele não me olha como se eu não devesse estar lá, e só estava porque eu estava entrando com Raul.

- Então Isabella vai se casar? – Ele fala animado.

- Ainda não. É um pedido de namoro. Mas quem sabe em breve. – Raul me olha rindo.

- Então vamos ver. Eu já sei o número dela. – O vendedor vai andando.

- Então só mostre anéis que podemos levar agora. O pedido vai ser hoje. Daqui a pouco. – Raul continua animado.

Eu estava animado, mas Raul e o vendedor estavam muito mais do que eu. Eu fui me deixando levar e esqueci que não pensei em nada. Nenhuma surpresa além do anel, nem mesmo um discurso. Vou jogar o anel no colo dela e esperar o Sim?

- Eu já sei o gosto de Isabella. Posso te mostrar alguns ? – Ele fala animado.

- Pode. Claro. – Falo de maneira fria.
Me incomodava um pouco esse cara saber mais do que eu sobre a minha namorada.... Futura namorada. Ele sabia o tamanho do dedo e o gosto dela. É claro que isso estava facilitando a minha vida e tornando a surpresa mais fácil. Imagina eu ter que ligar e tentar descobrir o tamanho do dedo dela com ela ou Marina.

O homem me mostra alguns anéis com pedras tão grandes que eu acredito que ela pode até perder o equilíbrio. Ele dizia que esse era o gosto de Isabella. Mas nada me lembrava ela. Eu queria um anel diferente, mas tudo era igual. Eram anéis que eu podia encontrar na mão de qualquer mulher.

- Desculpe. Nada tem a cara de Isabella. – Falo desanimado.

- Esses são exatamente ela. – Ele aponta um. – Esse ela tem um igual, mas com a pedra rosa. É o gosto dela. – Ele fica me olhando.

Eu tinha pouco tempo e nada me agradava. O vendedor já tinha perdido o sorriso e Raul estava apenas observando. Me levanto e olho outras vitrines. Vejo um pequeno anel com a pedra rosa rajada com algumas linhas brancas irregular. Me lembro de um dia na obra, ainda na África, ela ver uma pedra dessa e dizer que ela ficaria linda em um anel.

Destinada ao Amor Donde viven las historias. Descúbrelo ahora