Capítulo 65

30 3 2
                                    

Caleb Nolasco
Isabella me olhava sorrindo. Estava nevando e o dia estava congelando até a minha alma. Isabella estava linda. Usando luva e touca. Me mostrava um monumento lindo. Um prédio muito grande, na verdade um castelo, vermelho com telhado branco.h Seguimos andando por outros cantos da cidade. Ela me olhava sorrindo e mostrando tudo, então me dei conta de que ela conhecia o lugar, ela morava ali. Mas não era o bairro dela. Olho as placas e vejo que está em outra língua, não era inglês, espanhol, italiana. Nada que eu já tenha visto.

Eu faço ela parar de andar e ela me olha ainda sorrindo. Eu beijo ela com vontade e retribuí o beijo. Ela me abraça com força e se afasta. Olha algo atrás de mim e o sorriso some. Tudo fica em câmera lenta e eu perco o controle do corpo. Isabella fala algo em outra língua e  faz um sinal pedindo calma. Eu olho pra trás e vejo um homem. Loiro, de olhos azuis. Ele tinha uma pinta que me chamou atenção, no queixo, no lado direito.

O homem tira uma arma de dentro do casaco e grita algo. Eu seguro a mão de Isabella e peço pra ela se afastar. Isabella continua falando mas eu não entendo nada. O homem aponta a arma pra mim e Isabella começa a chorar. Eu nunca tinha visto esse homem antes. Mas ele parecia me conhecer. Eu tento me mexer ou pedir calma, mas meu corpo estava paralisando. Em questão de segundos. O homem gritou algo e Isabella pulou na minha frente, ele atirou e eu senti algo queimando no meu peito. Isabella caiu no chão.

Eu me abaixei e alguns policiais apareceram segurando o homem. Eu olhei para Isabella, deitada no chão, com um tiro no peito, sem vida. Comecei a gritar o nome dela mas o som não saia. Senti o pânico tomar conta de mim. Perdi as forças nas penas. Os sangue tomava conta da roupa dela. Eu colocava em cima mas o sangue não parava de sair.

Eu não conseguia respirar. Chamava por Isabella mas ela não respondia. O homem estava no chão com três policiais em cima dele. O homem me olhava com raiva, ele nem olhava para Isabella. Provavelmente era um inimigo meu. Eu podia sentir a raiva dele. Eu devia ter protegido Isabella e não consegui.

Acordo com falta de ar. Olho em volta procurando Isabella mas ela não estava lá. Isabella estava viajando faltavam dois dias para acabar a viagem dela. Olho meu telefone, três e vinte e sete da manhã. Não tinha como ligar ou mandar mensagem. Me levanto ainda com fraqueza no corpo por causa do susto. Vou andando até a cozinha. Abro a geladeira, pego a garrafa de água e encho um copo, sento na cadeira e bebo de uma vez só.

Termino e vou para o sofá. Fico sentado olhando pela janela. Eu estava a pouco tempo com Isabella mas o sentimento era muito forte, o que era estranho. Mas sempre falam que não tem tempo certo, não tem como contar com quantos dias podemos amar alguém.

Olho para o meu telefone. Três e trinta e três. Olho as últimas fotos que Isabella postou. Ela estava linda. Ela e Marina com uma praia linda ao fundo. Outra foto da voando de paraglider. Quando ela me contou desse passeio me deu medo. Ela é extremamente corajosa. Eu tenho vontade de voar, mas assim... Sei lá. Marina concorda comigo. Ficamos rindo por horas conversado e falando do quanto achamos perigoso e o quanto Isabella e André acham tranquilo. Foi a vídeo chamada mais engraçada que tivemos.

Ligo a televisão e busco alguma série para assistir. Estava sem cabeça para trabalhar. Queria apenas estar com Isabella. Mas não seria justo pedir pra ela voltar ou acordar ela as... Três e quarenta e seis da manhã. Não queria deixar uma mensagem com medo do barulho do telefone acorda-la.
Encontro uma série que Matheus me indicou a alguns meses. Coloco o primeiro episódio e vou assistindo. Acabo o primeiro sem vontade nenhuma de assistir o segundo. Matheus tinha um péssimo gosto para tudo. Mas eu só tinha isso para ver. Começo a assistir o segundo e começa a melhorar dois porcento. Mas se eu tivesse qualquer outra coisa melhor para fazer eu já tinha desistido dessa série. Na metade do terceiro episódio meu telefone toca. Passo e olho a tela. Raul e são seis e dezessete da manhã. Atendi o telefone.

- Oi Caleb. Muito cedo ? Bom dia. – Ele fala sem graça.

- Não. Já estou acordado a um tempo. – Falo rápido.

- Então. Está ocupado hoje? – Ele fala nervoso.

- Não.... Precisa de algo? – Falo curioso.

- Vou encontrar as meninas. Em Maragogi. Comprei duas passagens. Quer ir comigo? – Ele fala rápido.

- Como assim? – Fico confuso.

- Eu não aguento mais ficar sem a Marina. Você não está com saudades da Isabella? Eu ando pela casa toda e ela não está aqui. Já vi filmes e séries. Mas não tem ela pra assistir junto. Eu quase comprei um cavalo. Mas me seguirei. – Ele fala e não deixo ele terminar.

- Aonde colocaria o cavalo Raul? – Pergunto nervoso.

- Na fazenda que eu comprei... – Ele fala triste.

- Raul. Comprou uma fazenda agora ? – Recrimino ele.

- Não. Foi ontem a noite... Mas eu não comprei o cavalo. E Isabella ama fazendas. Ele sempre disse que queria ter uma para passar as férias. Daqui a pouco vocês casam, vão ter filhos. Eu pesquisei e fazenda é ótimo para crianças. – Ele fala de forma atropelada.

- Calma Raul. Tem como devolver a fazenda?  - Falo respirando fundo.

- Não. – Ele responde e espera.

- Tá bom. Toda vez que pensar em comprar algo grande assim, se a Marina não estiver por perto, você pode me ligar e conversar sobre? – Falo como se fosse uma criança.

- Posso. Então... Sobre Maragogi? – Ele pergunta animado.

- Vamos. Me passa o valor da passagem e a sua conta. Vou te transferir o dinheiro. – Falo me levantando.

- Não precisa. Me manda seu endereço. Minhas malas já estão arrumadas. – Ele fala animado.

- Vou te mandar por mensagem. – Falo e ele desliga o telefone.

Me levanto. Cansado mas animado. Eu iria ver Isabella, isso era ótimo. Sem dúvidas seria uma surpresa. Eu duvido que Raul avisou a Marina que estava indo pra lá acabar com as férias que ela estava tirando dele.

Destinada ao Amor Where stories live. Discover now