Capítulo 22

29 6 0
                                    

Caleb Nolasco

Sai da casa de Isabella preocupado, a porta tinha ficado aberta, eu senti que Bomani estava enrolando e ficaria na porta, mas mesmo assim. E se eu ficasse esperando-a acordar, o que eu deveria falar ou fazer?
Volto correndo para a casa. Em algumas horas eu precisava estar na obra acompanhando e explicando alguns detalhes. Essa obra, sem dúvidas, era a que estava me dando mais trabalho. Mas não era algo ruim, eu estava começando a gostar. Decidi voltar para o Brasil porque eu tinha minhas responsabilidades, mas não seria ruim ficar até o final da obra.

Tomo meu banho e começo a me arrumar. Me lembro da noite anterior, a conversa com Isabella. Essa conversa mudou tudo. Não estou justificando nada, mas hoje entendo algumas atitudes dela. Já dizia a minha mãe: “nunca julgue uma pessoa antes de conhecer a sua história.”

Termino de me arrumar e vou direto para direto para a canteiro. Fico conversado com os nativos por algumas horas até que decido entrar na sala, minha primeira visão é de Isabella, ela estava linda. Quando nossos olhos se cruzam eu automaticamente acabo sorrindo e Isabella retribui com um sorriso lindo. Olho em volta e vejo que o encarregado nos olhou de forma estranha e Isabella ficou sem graça.

Conversamos por mais um tempo, Isabella repassou o cronograma da semana, ela era muito organizada, posso dizer eu até um pouco controladora. Disse a Isabella que eu voltaria para o Brasil em cinco dias, ela já estava aprendendo tudo, não precisava de mais tempo. Matheus estava animado com a volta para casa, mas tinha gostado do vilarejo, ele entrou em uma espécie de luto. Tirava foto em todos os lugares e com todas as pessoas. Comprava todas as lembranças que via, estava disposto a pagar excesso de bagagem se fosse necessário. Ele  estava mais insuportável que o normal.

 Ele  estava mais insuportável que o normal

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Faltando quatro dias para o meu retorno. Passo acompanhando os detalhes e tirando dúvidas, tentamos furar o solo e não deu certo. Essa era a parte mais importante. Era a única coisa que tinha chance de dar errado, e deu. Amanhã seria a nossa segunda oportunidade, então precisaríamos de toda atenção. Esbarro com Isabella algumas vezes, mas no meio do dia percebo o quanto o ombro dela está vermelho.

Isabella é muito branca, tinha que trabalhar com aquelas blusas térmicas. Ela estava parecendo um camarão. Vejo que ela estava sentindo dor e não estava aguentando. Ela inventa uma desculpa qualquer e vai para casa. É obvio que ela não conseguiria dormir com a pele desse jeito.

Vou até uma loja que parecia com uma farmácia. Compro um hidratante, vou andando até a casa de Isabella. Bato na porta e ela demora um pouco para atender, quando ela aparece na porta eu paraliso. Ela estava com o corpo um pouco molhado ainda, a toalha estava enrolada na cabeça, a blusa estava quase transparente e ela estava sem sutiã, o short era curto e apertado.

Porque ela estava me recebendo dessa forma? Será que ela receberia qualquer pessoa desse jeito? Será que ela quer me provocar? Tento respirar fundo e me acalmar. Tento não reparar no corpo dela. Estava me sentindo um babaca, mas não conseguia parar de olhar. Nunca imaginei que Isabella iria mexer comigo dessa forma. Sinto meu corpo começar a acordar. Eu precisava sair da frente dela.

- Vai te ajudar com as queimaduras na pele. Espero que fique bem. – Falo rápido e saio andando.

 – Falo rápido e saio andando

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Faltam três dias. Hoje era um dia importante, tentaríamos furar o solo outra vez. Isabella não assumiu, mas ela se sentiu culpada, ela que fez o projeto, o erro foi dela. Os nativos ficaram preocupados, achando que poderia ser culpa deles de alguma maneira, os mais idosos acharam que era um sinal do Deuses.

Isabella estava trabalhando acelerada como sempre. Ela estava se cobrando e era nítido. Estava reavaliando todo o projeto, tentando achar o erro. Em poucas horas ela encontrou o erro. Depois disso ela começou a refazer o projeto e concertar o erro.
Depois de tudo finalizado, Zuri se aproximou dela e conversou por alguns segundos. Logo depois ela reuniu todo mundo e explicou que foi uma fatalidade, que não tinham culpados. Ela mesmo não conseguia assumir a culpa, mas não queria que ninguém assumisse no lugar dela.

E por alguns segundos eu pensei que ela estava me olhando. Mas de outra forma. Com desejo. Sei lá. Eu estava no sol. Todo suado. Me sentindo um lixo. Mas ela estava me olhando. Quase babando. E então ela mordeu os lábios. Ela acabou comigo.


Faltam 2 dias

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Faltam 2 dias. Passei o dia todo com Isabella, parte de mim queria ficar ao lado de Isabella e parte de mim não tirava aquela imagem dela da cabeça. Eu tentava me concentrar, tentava explicar os detalhes importantes sobre tudo. Em um determinado momento eu percebi que as pessoas nos olhavam de forma diferente. E logo depois percebemos que Ayo estava nos analisando de longe e chegamos à conclusão que ela não gostava de nenhum de nós dois. Foi engraçado a situação. A risada de Isabella é muito gostosa. Não sei explicar.


Faltando um dia para o meu retorno

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Faltando um dia para o meu retorno. Hoje eu acordei de bom humor e como não poderia estar? Catarina me ligava pedindo que eu retornasse, voltando para o Brasil, acabaria essa perturbação. E minha mãe estava preocupada com tudo.
Eu olhava as vezes para Isabella e ela me olhava sorrindo, não sei quem sorrio primeiro, mas sei que o sorriso surgia das duas partes. No meio da tarde Isabella mudou, parou de sorrir e ficou seria, estava nitidamente incomodada com alguma coisa. Não sei se foi algo que eu fiz ou falei, então resolvi me afastar um pouco. Fiquei com as caras na obra. Eles não paravam de falar merda.

-Duvido que não está rolando nada. Todo mundo está vendo. - O primeiro nativo fala.

- Claro que está. Ele acha que somos idiotias. - O segundo nativo complementa.
Escuto os caras falarem. Mas é obvio que nada estava acontecendo. O que mudou é que agora estamos nos dando bem, apenas isso. Volto para a tenda e descubro que Isabela não estava se sentindo bem então resolveu ir para casa.

Fico andando por alguns minutos perto da tenda, começo a me afastar aos poucos, quando percebo, me vejo parado na porta de Isabella. Demoro alguns segundos, mas bato na porta. Não demora muito e ela me atende, seria, sem nenhum sorriso.

Destinada ao Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora