Capítulo 50

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Caleb Nolasco

O dia estava sendo péssimo. Ontem Isabella tinha falado muito pouco comigo. Parecia que eu tinha feito algo se errado. Mas eu não quis forçar nada. A gente só estava ficando e já tinha muita pressão. Mas hoje... Hoje de manhã ela nem me respondeu. Ela sempre manda mensagem de bom dia primeiro. Mas hoje acordei sem mensagens.

Catarina brigou com o marido de novo então dormiu ontem aqui e os meninos ficaram na casa da minha mãe. Era sempre assim. Não entendo porque Catarina se casou com ele. Ela é uma mulher forte, independente. Se casou com um cara que não corre como ela. Ele é acomodado. Os dois vivem brigando por causa disso. No início eu achava que ela cobrava demais dele. Mas depois entendi o lado dela.

Hoje ela dormiria aqui outra vez. Seria a festa do pijama como ela mesmo tinha falado. Ela sentia falta dos filhos, mas precisava de tempo para colocar a cabeça em ordem. Os meninos gostavam, minha mãe fazia todas as vontades. Dizia que tinha que fazer já que eu não daria netos a ela e Catarina já tinha decidido que não teria mais nenhum.

Catarina por sua vez fazia o drama dela dizendo que os meninos não teriam primos por parte de mãe. Que ela nunca seria tia de verdade e que não poderia estragar os meus filhos e ser a tia boa. É claro que eu queria ter filhos, mas não queria ter com qualquer uma.

Não queria ter filhos e me separar. Ou ficar em um casamento ruim como Catarina. Isabella poderia ser a pessoa. Mas sei lá. Passei o dia todo mandando mensagem. Depois das 7 primeiras Catarina percebeu e começou a me interrogar. Ela não ajudava em nada principalmente porque estava de mau humor por causa do relacionamento dela.

Ouvia o tempo inteiro. “ Ela já te esqueceu. Para de mandar mensagens. “ “ Ela provavelmente te bloqueou. Você já perdeu a graça pra ela. “ “ Eu disse que ela te faria sofrer. Nunca gostei dela. “ isso só me irritava. Mas eu tentava não arrumar briga. Era isso que ela queria. Brigar com alguém por causa da briga dela com Jonathan. Eu não vou entrar nesse jogo dela.

Passo o dia trabalhando em casa e ouvindo Catarina falar de como o casamento dela era ruim. Tento ao máximo me distrair e parar de pensar em Isabella, mas era impossível. A cada hora que passava sem eu ter notícias dela só me deixava mal. Pesquisei nas redes sociais tentando achar alguém da África mas não achei. Perguntei a Matheus e dessa vez ele não pegou o contato de ninguém nem entrou em nenhum grupo.

O cenário todo era ruim. O dia não passava. Catarina reclamava o dia todo. Eu estava a horas lendo a mesma página do mesmo documento. Eu já tinha rezado, implorado aos Deuses, barganhado e nada.

Três e quarenta e um da tarde ela começa a receber as mensagens, se estava sem sinal voltou. Se estava se bateria carregou o telefone ou na pior das hipóteses, se tinha me bloqueado , desbloqueou. O que já era um começo. Quando percebo já estava mandando mais uma mensagem.

“ Você está viva. Bem... Voltou o sinal no seu telefone. Só me diz se está viva. “
Logo depois vem uma resposta. Seca e rápida.

“ Está tudo bem. Não se preocupe. Dia corrido na obra. Daqui a pouco falo com você. “

Eu apenas respondo “Tudo bem.” Eu passei o dia inteiro preocupado, pensando nela, com saudades e ela apenas me responde isso. Catarina entra no quarto reclamando de Jonathan outra vez e eu acabo explodindo.

- Catarina. Porque você está com ele? Se separa logo. – Falo irritado.

- Você não sabe o que é um casamento... Ter filhos.... Não é assim. Não é tão fácil assim. – Ela fala no mesmo tom.

- É fácil. Procura um advogado e separa. Você não precisa dele. Você trabalha. Nossa mãe vai te ajudar. Eu vou te ajudar no que precisar. Mas separa dele. Eu te vejo sempre infeliz. Você queria ter ficado com seus filhos quando eles nasceram e você não pode, teve que voltar a trabalhar. Eu como seu marido teria segurado as pontas nesse momento. Mas ele não fez. E nem se preocupou. Você merece mais CaTah. – Falo e ela me olha quase chorando.

- Você acha que tudo é fácil assim? Espera para ter a sua família. Não é fácil Caleb. É muito difícil ser mãe solteira. Dar conta de tudo. Você não tem ideias de como é. – Ela fala segurando as lágrimas.

- Você já é mãe solteira Catarina. Sabe disso. – Falo e ela sai do quarto.

Ela sabe que é a verdade. Mas eu não precisava ter falado desse jeito. Ela me deixa sozinho e vai para o outro quarto. Passamos o resto da tarde separados. Catarina ficou em silêncio provavelmente falando com Jonathan por mensagem.
Eu olhava o telefone e nenhum mensagem de Isabella chegava. O dia só ia piorando. Eu queria mandar mais mensagens mas tinha desistido. Bato na porta do quarto de Catarina e aviso que vou tomar um banho. Entro no chuveiro e sinto um no na garganta. No meio do banho olho meu telefone outra vez. Seis horas da noite e nenhuma mensagem. Na África já eram nove horas da noite. Ela não estava trabalhando a essa hora.

Catarina devia estar certa. Ela cansou de mim. Eu mandei muitas mensagens e pronto. Bomani estava lá com o caminho livre. Provavelmente deve estar “vigiando” a casa dela. Termino o banho e começo a secar o corpo. Escuto a campainha tocar, Catarina provavelmente tinha pedido comida. Escuto. Porta abrir e logo depois ela grita “ Querido estava esperando alguém?

Porque ela insiste em me chamar de querido ? E quem eu estaria esperando? Saio do banheiro e vou enrolado na toalha a sala. Peço mentalmente para Catarina parar de me chamar assim e quando olho o elevador vejo Isabella chorando e a porta se fechar.
Demoro a processar. O que Isabella estava fazendo aqui? Porque ela estava chorando? O que Catarina tinha falado pra ela? Entro no elevador de serviço rápido. Desço na recepção e vejo Isabella chegando no portão.

- Não abre o portão por favor. Não deixa ela ir embora. – Falo para o porteiro.

- Senhor Nolasco. O senhor está de toalhas na recepção. – Ele grita.

- Isabella.... Isabella. -  Grito me aproximando.

- Abre o portão. – Ela fala olhando para o porteiro.

- Ei. Me escuta. O que foi? O que aconteceu? Você está no Brasil... Quando chegou? – Falo sorrindo.

- Me deixa ir embora. – Ela fala e outra lágrima cai.

- O que aconteceu? O que ela falou pra você? – Falo e seguro a mão dela. Mas ela puxa.

- Você está com visita. Me deixa ir. – Ela tenta abrir o portão.


Destinada ao Amor Where stories live. Discover now