Serendipity of a dream

Arrependimento

Fico sem chão ao ver Jungkook se afastando de mim e saído pela porta. 

— JUNGKOOK. Meu senhor amado, eu achei que só ia ser um jantar, mas aqui teve sobremesa e tudo. Pode deixar que eu vou atrás dele, tia. — Ouço a voz de Yoongi soar bem baixo, porque toda a minha atenção está concentrada em uma única pessoa, a mãe de Jungkook. 

Como ela pôde dizer tudo aquilo para mim? 
Acusar o meu pai de assassinato e jogar toda a responsabilidade nos meus ombros como se eu fosse culpado também. Eu ainda não sei o porquê ela acha que meu pai foi o responsável pela morte do marido dela, mas eu não posso acreditar que o meu pai tenha feito isso, o homem que eu conheço nunca faria algo assim, jamais. O meu pai não é, e nunca vai ser um assassino. 

Eu vim até a casa de Jungkook achando que seria só um simples jantar em família, mas essa mulher armou tudo isso. Ela não tinha o direito de contar sobre nós dois. Eu ia contar toda a verdade na hora certa, eu só não sabia quando e como dizer isso, mas eu ia encontrar um jeito de resolver as coisas. No entanto, agora que a verdade foi revelada, eu não sei o que fazer, e tudo por culpa dela.

— COMO A SENHORA TEVE A CORAGEM DE FAZER ISSO? A SENHORA NÃO TINHA O DIREITO DE INTERFERIR NO MEU RELACIONAMENTO COM O JUNGKOOK! PORRA! SE A SENHORA FICOU COM RAIVA DE MIM, PORQUE NÃO ME CHAMOU PRA CONVERSAR? PRECISAVA MESMO ARMAR TODO ESSE CIRCO? — Eu deixo todo o respeito que um dia já tive por ela de lado e grito a todo pulmão como se minha vida dependesse disso. — EU NÃO TENHO CULPA SE A SENHORA ODEIA O MEU PAI, MAS NADA LHE DÁ O DIREITO DE ACABAR COM O MEU RELACIONAMENTO, NADA! A SENHORA TÁ FELIZ AGORA? — A cada palavra que eu expulso da garganta um soco é desferido contra a mesa.

— VOCÊ ACHA QUE SÓ PORQUE NÃO TEVE CULPA NA MORTE DO JI-CHUL ACHA QUE ISSO FAZ DE VOCÊ DIFERENTE DO SEU PAI? POIS FIQUE SABENDO QUE VOCÊS SÃO TUDO DA MESMA RAÇA, SÃO UM BANDO DE MENTIROSOS, HIPÓCRITAS QUE COLOCAM A MERDA DO DINHEIRO ACIMA DE TUDO. O QUE EU FIZ HOJE AQUI FOI PELO BEM DO MEU FILHO, O MEU MARIDO TINHA RAZÃO QUANDO DIZIA QUE VOCÊ ERA UM VENENO PARA O JUNGKOOK. E O QUE VOCÊ ESTÁ ESPERANDO PARA SAIR DA MINHA CASA?! VÁ EMBORA DAQUI AGORA! 

Suas últimas palavras me acertaram como lâminas afiadas, das quais não consigo ter forças para tentar desviar. Não aguentando ficar nem mais um segundo sendo humilhado, saio correndo casa a fora. 
Meu pai também é o responsável por tudo isso! Se aquele homem não fosse um lixo nada disso teria acontecido. Preciso saber da boca dele se o que aquela mulher disse é verdade. 

Pego um táxi para que me leve até a minha antiga casa, pago o moço lhe dizendo que fiquei com o troco. Assim que o segurança me vê ele me reconhece e diz que seu chefe proibiu minha entrada. Mas o homem parece notar o quanto estou prestes a surtar de vez, e acaba liberando a passagem.  Assim que passo pelo portão vou em direção a porta, abro a mesma com tanta força que tenho certeza que se fosse menor, havia quebrado. 

— PAI, PAI, CADÊ O SENHOR?... PAI! — Começo a gritar até que ele apareça, sei que nesse horário ele está em casa, provavelmente trancado em seu escritório. Não preciso continuar gritando por muito tempo, porque assim que ele me ouve, vem rápido pelas escadas pergunta o motivo de eu estar na sua casa.