A dor que sempre volta

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Volteiii! :) o capítulo de hoje tá bem curtinho, antes quero dizer que ele TODO está bem sensível. Peço que não me julguem, todo capítulo que escrevo faço isso pensando no desenvolvimento dos personagens. (A AUTORA AQUI TAMBÉM SOFRE JUNTO COM VCS 😭).

Eu escutei tantas músicas enquanto escrevia esse capítulo, deixei uma delas aqui em cima pra quem quiser ouvir.

Boa leitura 📚

Boa leitura 📚

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Jungkook

Ouço a voz do meu pai batendo na porta e chamando por mim, no entanto, permaneço em silêncio deitado no chão empoeirado. Uso a pouca força que tenho em meu corpo fraco para me arrastar até que eu consiga sentar com as costas apoiadas nos pés da cama. Observo minhas pernas estiradas sobre a cerâmica fria e em seguida passeio meu olhar sobre meu pulso manchado com meu sangue, que antes pingava como água, mas que agora se tornou seco e sem uma forma definida. Neste instante consigo sentir bem mais a dor que as feridas abertas me causam, dos cortes que fiz três deles continuam abertos, e tenho certeza que se eu me atrever a fazer força instantaneamente eles irão voltar a sangrar.

Subo a mão direita acima do meu ombro esquerdo, alcançando um dos lençóis finos sobre o colchão. Com ele em cima do meu corpo tento rasgar uma pequena parte, porém é inútil. Tudo que ganho com isso são pingos minúsculos de sangue que começam a se formar em minhas feridas expostas. Frustrado, olho para frente e percebo o estilete que usei antes jogado ao chão, me esforço para tê-lo em mãos e assim que o tenho, uso para cortar uma tira de pano larga o suficiente para que eu possa enrolar em meu braço.

Seguro uma das pontas do pano com a boca e com o outro lado em mãos eu começo a enrolar em meu braço. Dou quatro voltas no total sentindo a ardência percorrer nas duas primeiras, fecho meus olhos deixando que um suspiro pesado escape por minhas narinas, ao meu lado noto a carta que amassei, me estico para pegá-la.

- M-me desculpa... - Minha voz sai tão baixa que mal dá para ouvir.

Eu não devia ter amassado a carta da senhora Choi, essa foi a última lembrança que ela me deixou. É a marca que vai me fazer lembrar para sempre o quanto eu deveria ter aproveitado cada segundo ao seu lado. Coloco a carta sobre uma das minhas pernas e passo os dedos sobre as dobras amassadas do papel, tentando deixá-las como antes.

Algum tempo se passa, não sei ao certo se foram minutos ou horas, sentindo meu corpo dormente de estar há tanto tempo em uma mesma posição, me obrigo a levantar o que, por pouco, não acaba falhando. Meu estômago ronca me avisando que ainda sinto fome, passo a língua sobre meus lábios e os sinto secos. Antes de ir para o banheiro, guardo a carta dentro de uma das gavetas da minha escrivaninha. Ligo a torneira e observo a água cair, eu a olho com tanta concentração que julgo dizer que meus olhos percebem cada gota caindo por segundo.

Quando me dou conta que passei tempo demais parado, volto para a realidade, levo minhas mãos para debaixo da torneira e em uma conchinha pequena junto um pouco da água e a uso para matar minha sede. Evito ao máximo encarar meu reflexo no espelho, não quero ter que me olhar como estou, sei que estou horrível tanto por dentro como por fora.

Serendipity of a dream Where stories live. Discover now