Serendipity of a dream

Apenas Continue

Jimin

Quando chego em casa, encontro minha mãe sentada no sofá da sala folheando uma revista de moda qualquer. — Oi, filho, chegou rápido, achei que você só voltaria mais tarde. Cheguei faz pouco tempo também. — ela comenta assim que me vê passando por ela. Mas eu continuo meu caminho sem nem ao menos prestar atenção em suas palavras. 

Subo as escadas que me levam para o corredor do andar de cima, sentindo o peso de um mundo sobre os meus ombros. Minha respiração se intensifica à medida que me aproximo da porta do meu quarto, anunciando que não irei conseguir segurar o choro por muito mais tempo. Assim que entro no cômodo, a primeira lágrima escorre. Deixo que meus joelhos se enfraqueçam e com as costas apoiadas na porta, deslizo até que eu esteja sentado no chão. 

— Por quê ele disse aquilo?... Tudo que eu fiz esse tempo todo foi tentar ajudar, eu fui forte porque queria ajudar. — Com meu punho direito fechado dou batidas em meu peito, enquanto sinto meu choro aumentar. “Eu não amo você, eu nunca amei” essas palavras difíceis continuam torturando o meu coração. Minha cabeça é bombardeada por nossas boas lembranças juntos. Nosso primeiro encontro, o primeiro beijo e olhar, tudo me atinge de uma só vez. — Aquilo não pode ter sido uma mentira… Não pode. — Meus soluços já ocupam mais espaço no quarto, e meu choro não cessa mesmo que eu tente impedir usando o dorso da mão para limpar as lágrimas pesadas que caem.

Fecho meus olhos sentindo o choro quente molhar minhas bochechas. E por ironia do inferno que está sendo minha vida, começo a lembrar do dia em que ele me pediu em namoro: “Príncipe Park Jimin, você aceita ser namorado do lindo príncipe Jeon Jungkook?” 

Se tudo isso foi uma mentira, então porque ele parecia tão feliz quando estava comigo?

Porque ele disse que eu sempre seria o único em sua vida, se no fundo nunca me amou de verdade? 

Quer dizer que esse tempo todo meu pai estava certo? Eu nunca deveria ter me aproximado de Jungkook? 

Mais uma vez é por ele que eu estou chorando, assim como eu chorei há dez anos atrás quando ele foi embora sem se despedir de mim. Talvez eu só devesse esquecer que o Jungkook existe, afinal é isso que ele quer, mas não posso simplesmente fingir que é fácil, porque por mais que seja difícil amar tanto alguém que não me quer por perto, eu ainda continuo o amando. 

Abraço meus joelhos com minhas mãos trêmulas, e com a face escondida em meus braços continuo a despejar toda a dor que se apossou de mim. 

Tudo que eu queria indo até a casa do Jungkook era que ele lesse minhas cartas, mas agora que estou aqui, jogado nesse chão, com o coração destruído e me sentindo o cara mais burro de todo o mundo, só queria poder voltar no tempo e desejar nunca ter conhecido Jeon Jungkook, e mesmo que doa pensar isso eu sei que seria muito mais fácil se depois de tanto tempo eu não tivesse voltado a encontra-ló.