Mostrando as garras

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Ji-chul

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Ji-chul


— O Jungkook nunca saiu do quarto? — Pergunto para minha mulher que está me ajudando a colocar a gravata. 

— Ainda não, passou o dia ontem trancado e não quis sair quando eu chamei ele hoje. — Ela finaliza o que estava fazendo. — Não sei mais o que fazer com ele. — Seus ombros caídos demonstram sua frustração. 

— Isso é só drama, quando ele perceber que essa implicância não leva a nada, ele para com esse teatro. — Fico parado de frente para o espelho, olhando o quanto o terno que estou usando caiu bem em meu corpo.

— Você podia chamar ele pra sair, não é? Fazer um passeio entre pai e filho. — Ji-woo diz assim que se posiciona atrás de mim. 

Minha vontade mesmo era poder dar uma surra naquele garoto, fazer ele voltar a ser homem de verdade. — Acho uma ótima ideia. — Falo dando um sorriso sutil. 

— Você tá lindo. — Seu elogio é acompanhado de um abraço apertado. 

— É tão surreal pra mim poder estar aqui com você desse jeito, parece que eu tô vivendo um sonho. Amo tanto você, Ji-chul.

Beijo o dorso de sua mão que está repousada em meu ombro. — Vamos? Eu deixo você no hospital e fico com o carro. 

— Mas querido, você precisa renovar sua carteira de habilitação, seus documentos foram cancelados quando… Você sabe quando, não quero ter que lembrar daquele dia. — Seu alerta me faz recordar de um dos maiores problemas de quando se forja a própria morte, no entanto, quando planejei tudo isso já tinha ciência de que as coisas não seriam tão fáceis quando eu voltasse.

— Não tem problema, um pedaço de papel sem validade não vai me fazer esquecer de como se dirige. Vou usar o carro só hoje, amanhã renovo a carteira, satisfeita? — Na verdade não vou precisar fazer nada disso, meus documentos não foram cancelados, mas Ji-woo nem imagina. E o único que pode explicar como conseguiu fazer isso, é o amigo que me ajudou todo esse tempo enquanto eu estava escondido. 

— Tudo bem. — Ela corre para pegar a bolsa em cima da cama. E eu vou até o armário para pegar minha pasta de trabalho. 

— Ji-chul… Você tem mesmo que voltar a trabalhar naquela empresa? Porque a gente não segue nossa vida sem se envolver com aquela família outra vez? 

— Eu não vou falar sobre isso de novo. — Me direciono para a porta. — Vamos. — Ela vem logo atrás. Paro em frente ao quarto de Jungkook e dou duas batidas na porta. — É melhor descer pra tomar café da manhã antes que a comida esfrie. — Não ouço nada vindo do outro lado da porta, então decido seguir com meu caminho.

 

[•••] 

Paro com o carro em frente ao hospital onde Ji-woo trabalha.

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