Em nome da paixão - Livro 1

Capítulo 4

— Então, você quer seguir a carreira de seu pai e ser engenheiro de software? — Um dos sócios da Herrera Eletronic Company questionou Alfonso, observando-o assentir com um sorriso contido. — Deve ser uma grande honra para o seu pai ter um filho que deseja seguir os seus passos em sua profissão. — Elogiou o sócio.

— Creio que sim. — Alfonso sorriu evasivo, enquanto outro sócio iniciava uma conversa sobre as expectativas do mais novo lançamento da empresa. De canto de olho, ele conseguiu notar o momento exato em que Dulce entrou na festa. Ela estava acompanhada de seu irmão caçula, Matthew, (que também era o melhor amigo de Brianna), ambos se dirigindo até à mãe deles, Chiara, que era diretora executiva de Marketing da HEC.

Dulce estava deslumbrante em um vestido preto sem alças, justo até a sua cintura, onde se abria em uma saia esvoaçante até acima de seus joelhos. O vestido tinha detalhes de pedrarias no decote, que cintilavam quando a luz os atingia, brincando com a visão. Seus cabelos vermelhos estavam presos em uma trança lateral, e ela usava sandálias prateadas com um pequeno salto. Parecendo alheia à própria beleza enquanto cumprimentava os convidados com simpatia.

— Com licença. — Alfonso se afastou dos sócios de seu pai, se aproximando dela ainda parecendo cauteloso. — Dulce. — A chamou com um sorriso no rosto, olhando-a erguer o olhar enquanto fechava o sorriso, como se estivesse considerando se o ignorava ou não.

— Não vim aqui por sua causa, ok? Minha mãe me obrigou a vir com ela. — Ela explicou, olhando para suas unhas, pintadas com uma francesinha simples, uma escolha incomum para ela, que geralmente usava cores vibrantes nas unhas, principalmente o vermelho. — E só vou ficar por alguns minutinhos. A festa de aniversário da Kat vai começar, e marquei com ela para chegar até a meia-noite. — Ela especificou.

— Ok, não precisa me tratar com tanta frieza. — Alfonso falou, vendo-a olhá-lo como se nitidamente não concordasse. — Você está certa, fui um verdadeiro idiota com você ontem, mas ando com a cabeça cheia de problemas ultimamente. — Ele se desculpou, mas ela apenas cruzou os braços, parecendo cética.

— Não justifica. — Ela respondeu, pegando um copo de suco que um garçom ofereceu.

— Eu sei que não justifica. — Alfonso segurou as mãos dela e a levou para um canto mais reservado da sala, sentindo-a se soltar quando pararam de andar. — Você é especial para mim, Dulce. Eu quero que a nossa primeira noite seja tão especial quanto, não daquele modo, de qualquer maneira. Às vezes, acabo sem saber como agir porque não consigo me negar quando se trata de você. — Ele falou, seu rosto passando suavemente pelo ombro dela, sentindo o perfume feminino.

— Tudo bem. — Ela concordou, abrindo um sorrisinho. — Podemos ficar juntos a noite inteira na festa de aniversário da Kat, e eu esqueço de vez esse episódio insuportável. — Ela decidiu, e ele suspirou, coçando a cabeça de maneira um tanto sem jeito. — O que foi?

— Não vou conseguir ir ao aniversário da Kat hoje. — Ele avisou, com um sorriso sem graça, parecendo genuinamente desapontado com isso. A assistindo suspirar, parecendo ainda menos satisfeita.

— Vai dizer que seu pai marcou outro compromisso inadiável, Alfonso?

— Não, mas meu pai ainda acredita que tenho cinco anos e me pôs de castigo. Por isso não vou poder sair nos próximos dias. — Ele avisou, revirando os olhos, a escutando rir, claramente divertida. — Não ri, é sério. — Alfonso alertou.

— Oh meu Deus, você é um bebezinho. — Ela zombou, e ele revirou os olhos ao afastar-se quando ela tentou apertar suas bochechas. — Bom, vou ver se seu irmão consegue me dar uma carona então. — Ela deu de ombros, e ele arqueou uma sobrancelha, mas Dulce não estava nenhum pouco disposta a mudar seus planos de ir ao aniversário de sua melhor amiga por causa do castigo dele.