Capítulo 7

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Alfonso desejava apenas acalmá-la, optando por um tipo de "beijo de contenção". Era como aqueles tapas que se dão no rosto de alguém histérico para trazê-lo de volta à realidade e acalmá-lo. Era para ser somente isso, e sinceramente, ele esperava que ela o empurrasse no segundo seguinte e tentasse bater nele em seguida. No entanto, Anahí reagiu de forma totalmente inesperada. Céus, ela sempre o odiara, mas retribuiu o beijo da maneira como um beijo deve ser retribuído.

Anahí entreabriu os lábios, primeiro pela surpresa, mas logo em seguida sua língua deslizou junto com a de Alfonso, em um beijo repleto de desejo, tornando-se ávido e faminto. Suspirando quando Alfonso a segurou em seus braços, os braços masculinos envolvendo a sua cintura, trazendo-a para mais perto, encaixando-a perfeitamente em seus braços, pequena como ela era. O calor do momento fez Anahí arfar entre os lábios dele, sentindo-os se tornarem mais exigentes, consequentemente mais agressivos.

Tudo era novo ali, embora não existisse falta de experiência nesse quesito para nenhum dos dois. Ambos sabiam exatamente o que fazer e como fazer, mas sempre haviam sido como dois polos que se repeliam constantemente. No entanto, o toque era firme, arrepiando seus corpos e fazendo-os desejar mais do que somente aquilo. Anahí soltou uma das mãos da camisa que ele usava e a levou diretamente para a nuca de Alfonso, seus dedos encontrando os fios de cabelo dele, sentindo a textura e as unhas arranhando levemente o local, deixando um rastro quente, a sensação se tornando... Indescritível. A boca de Alfonso era simplesmente inebriante, com um leve sabor de menta, refrescante. Suas línguas se entrelaçavam com paixão, e apesar de a respiração ficar cada vez mais custosa, nenhum dos dois parecia disposto a interromper aquele contato.

As pernas de Alfonso pareciam se mover automaticamente, enquanto Anahí erguia os calcanhares, ficando na ponta dos pés para ficar na altura exata do beijo. No entanto, quando suas pernas colidiram contra a cama, Alfonso pareceu ser tragado de volta à realidade. Ele segurou um punhado de fios chocolates em sua mão, sentindo a textura das mechas, enquanto freava aquele beijo tão delicioso. Anahí suspirou, recuperando o fôlego, sentindo a testa de Alfonso encostar-se à sua. A proximidade os deixando inquietos, mas ela permaneceu daquele modo, com os olhos ainda fechados, inebriada pelo perfume masculino tão próximo assim, enquanto respirava suavemente. Alfonso, por sua vez, a observava em silêncio, seus olhos verdes atentos a qualquer reação dela.

— Por que você fez isso, Poncho? — A voz feminina soou suave, quase rouca, quando ela lentamente abriu os olhos e encontrou o olhar dele, parecendo ainda menor nos braços dele. Embora sua pergunta não carregasse agressividade, Alfonso recuou, em uma mistura de desejo e constrangimento estampados em seu rosto. Seu braço afrouxou suavemente em torno da cintura dela, seus dedos deslizando delicadamente pelos fios cor de chocolate do cabelo dela antes de dar alguns passos para trás.

— Você é capaz de atrair qualquer homem, Anahí, qualquer um. — Ele declarou com gentileza, ainda perto dela. Observando como Anahí ergueu os olhos azuis, claramente surpresa com a sua afirmação. Ela recuou mais um passo, como se estivesse tentando entender os seus próprios pensamentos.

— Eu... — Ela tentou, lutando para organizar seus pensamentos.

— O que há em você que qualquer homem não desejaria, Anahí? — Ele retrucou piscando para ela, e um sorriso tímido surgiu lentamente em seus lábios quando ela abaixou o rosto timidamente, assentindo brevemente, compreendendo seu ponto.

Anahí terminou de se afastar dele, desviando o olhar da intensidade que existia nos olhos de Alfonso naquele momento. Ela precisava evitar se entregar novamente ao desejo avassalador que a consumia, algo que era tão novo para ela.

— O copo quebrou. — Ela constatou, ainda tentando organizar sua mente. Ele assentiu, seus lábios se curvando em um sorriso meio travesso.

— Eu vou limpar. — Alfonso decidiu, indo até o banheiro em busca de um pano e voltando com uma toalha. Ele se abaixou para recolher os cacos de vidro espalhados pelo chão de porcelanato, permitindo que Anahí se sentisse mais à vontade.

Em nome da paixão - Livro 1Donde viven las historias. Descúbrelo ahora