Capítulo 49

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— É verdade. — Alfonso afirmou, sua voz soando clara tentando se manter firme em sua decisão, enquanto evitava olhar diretamente para Anahí naquele momento. Tudo o que havia planejado saíra errado, e ele não teve tempo nenhum de conversar com ela. Sabia que estava quebrando o coração dela naquele momento, de uma maneira que talvez fosse irreparável. — Eu sou o pai do bebê que Emma espera.

— SEU MOLEQUE! — A voz de Michael ecoou totalmente furiosa, enquanto ele avançava impetuosamente em direção a Alfonso.

Um murro preciso atingiu Alfonso no rosto, bem no canto de sua boca, fazendo-o cambalear em resposta. Os gritos de Brianna e Emma ecoaram no ar, diante do susto com a súbita violência. Alfonso, sacudindo o rosto e torcendo a mandíbula, se preparou para tomar o próximo golpe, no entanto Emma tomou a iniciativa, se interpondo entre os dois, deslizando habilmente para frente de Alfonso, e encolhendo-se como se estivesse disposta a suportar o soco no lugar dele. Contudo, Michael hesitou, ao mesmo tempo em que Daniel avançava, posicionando-se defensivamente para proteger o filho.

— E você ainda o defende? — Questionou, a incredulidade estampada em seu rosto, enquanto a fúria transbordava em suas palavras. — Você vai ter que virar homem, seu moleque, e se responsabilizar por isso. — As palavras de Michael ecoaram, enquanto o seu olhar acusatório fixou-se no rosto de Alfonso, apontando para a barriga de Emma com total desprezo.

— Certo, Michael, vamos nos acalmar, por favor. — A intervenção de Daniel surgiu como uma tentativa de restabelecer a ordem, suas mãos nervosas percorrendo o rosto, expressando incredulidade diante do cenário de guerra que se desenrolava em sua sala de estar. — Vamos ao escritório. Lá, podemos nos sentar e conversar como duas pessoas civilizadas, buscando a melhor solução possível. — Ele assegurou, indicando o corredor que conduzia ao seu escritório.

Michael lançou um último olhar de desdém na direção de Emma e Alfonso, seus olhos irradiando desprezo enquanto avaliava os dois, antes de virar as costas e seguir em direção ao corredor indicado por Daniel. Seu passo era firme e determinado, como alguém familiarizado com aquele caminho, deixando para trás a sala de estar.

— Vocês dois, por favor, se acalmem que eu irei resolver toda essa bagunça. — Daniel assegurou, virando-se ainda parecendo totalmente perplexo com a situação. — Margot, por favor, sirva um copo de água com açúcar para a menina. Ela está grávida e não deveria estar passando por toda essa situação. — Ele orientou, antes de desaparecer atrás de Michael no corredor. Margot se apressou em atender às instruções, buscando proporcionar um breve alívio a Emma diante de toda aquela situação.

— Emms, sente-se aqui. — Alfonso instruiu, conduzindo-a em direção ao sofá com cuidado, orientando-a para que ela se acomodasse. Ela se encolheu ligeiramente ao sentir o toque do tecido do sofá em suas costas, mas não protestou. — Como esse monstro teve acesso a você no hospital? — Questionou, exibindo uma expressão confusa, enquanto tentava compreender os detalhes da perturbadora situação que os envolvia.

— Eu tive alta, logo após o café da manhã, depois que você saiu de lá. — Admitiu, os olhos se enchendo de lágrimas. — Eu não sei como, ele estava esperando do lado de fora, minha mãe tentou argumentar, mas ele não quis escutar. Ele nunca escuta. Me mandou entrar no carro e me arrastou até aqui. Me desculpa Poncho. — Pediu novamente, bastante constrangida.

— Shh. Não precisa pedir desculpas. — Ele dispensou, suavizando o rosto em um gesto tranquilizador. — Como está essa bebê? — Questionou, levando a mão delicadamente à barriga dela, observando-a murmurar um "bem" em resposta.

— Está com quanto tempo de gestação? — A pergunta surgiu dos lábios de Anahí, seus olhos azuis brilhando com uma intensidade gélida, enquanto finalmente Alfonso se erguia, reunindo coragem para encará-la de frente.

Em nome da paixão - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora