Em nome da paixão - Livro 1

Capítulo 45

Christopher estava completamente de saco cheio. A imagem vívida da chegada do noivo de Emma para buscá-la na escola, repleta de surpresas, parecia uma afronta direta à ele. Cada detalhe da cena se enraizou em sua mente, alimentando sua irritação ao longo do dia. A maneira como ele saiu abraçando Emma de lado, com toda aquela pose como se fosse dono do mundo, ou pior, como se fosse dono dela. Tudo isso se desdobrava diante dos olhos de Christopher como uma provocação pessoal. Essa imagem persistente ocupava seus pensamentos, transformando sua irritação inicial em uma raiva fervente que não conseguia dissipar.

Christopher desceu as escadas com passos pesados, buscando um pouco de tranquilidade enquanto buscava um simples copo de leite. No entanto, seus planos foram rapidamente interrompidos pelo som insistente da campainha. Sua testa se contraiu em uma expressão de irritação enquanto se dirigia à porta, sendo recebido pela visão do aguaceiro torrencial do lado de fora. Ao abrir a porta, se surpreendeu quando se deparou com a imagem de Emma ali, descalça e completamente encharcada pela chuva implacável que caía do lado de fora. Seus cabelos grudavam-se ao rosto, e suas roupas estavam encharcadas coladas em sua a pele.

— Emma, o que aconteceu? — Christopher questionou, sua expressão denunciando uma preocupação evidente diante da condição dela. Ao negar com a cabeça, encolhendo-se diante do frio e da chuva, ele percebeu que a roupa ensopada que ela vestia era um baby-doll, tornando a situação ainda mais preocupante.

— Nada. Não aconteceu nada. — Emma respondeu, seus dentes batendo devido ao frio, enquanto Christopher a conduzia para dentro da casa. Cada passo dela deixando um rastro molhado no porcelanato.

— Céus, você está completamente ensopada. — Christopher se apressou em alcançar o banheiro do primeiro andar, pegando uma toalha antes de voltar até ela. Seus olhos demonstravam preocupação genuína enquanto começava a secá-la, mas Emma permanecia encarando-o, parecendo um pouco desconectada da situação. — O que aconteceu com você, Emms? — Perguntou novamente, tentando entender. O silêncio persistente de Emma alimentava ainda mais a preocupação dele, enquanto Christopher continuava a secá-la.

— Eu precisava te ver. — Emma admitiu, os dentes batendo pelo frio.

— Emma, são mais de meia-noite, está caindo uma tempestade lá fora, você veio aqui somente porque precisava me ver? — Christopher questionou, parecendo atordoado diante da revelação, ao vê-la assentir prontamente. — Está congelando, pelo amor de Deus. — Concluiu, dirigindo-se apressadamente ao banheiro. Ele retornou com um roupão e uma outra toalha seca, movendo-se com urgência para protegê-la do frio impiedoso que a envolvia.

Ele dedicou-se a secá-la com extremo cuidado, removendo delicadamente o baby-doll encharcado e cobrindo-a com o roupão branco e felpudo. A toalha seca deslizava suavemente pelos cabelos dela, enquanto Christopher, concentrado, procurava proporcionar conforto e alívio a ele. Emma permaneceu em silêncio, somente o encarando durante todo o processo. Apenas se encolheu ligeiramente quando Christopher secou sua barriga, mas ele não pareceu perceber, totalmente imerso em sua missão de cuidar dela.

— Desculpa chegar assim, sem avisar. — Emma falou, encolhendo-se ainda mais no mesmo lugar. Ela nunca havia aceitado visitar a casa de Christopher, mesmo com suas insistentes tentativas, e agora estava ali em um ato totalmente inconsequente. — Eu só não conseguia mais ficar sozinha em casa hoje. — Admitiu, encolhendo-se visivelmente diante dele, revelando uma vulnerabilidade que talvez explicasse a urgência por trás de sua visita. O silêncio na sala era quebrado apenas pelo som suave do atrito da toalha seca sobre a pele molhada, enquanto Christopher absorvia as palavras dela.

— Eu adorei a sua visita, meu amor. — Christopher garantiu, forçando um sorriso tranquilo, embora ainda demonstrasse certa preocupação em seu olhar. — Vem comigo, sim? — A chamou, guiando-a sutilmente em direção ao seu próprio quarto, em um gesto acolhedor que buscava proporcionar à Emma um refúgio reconfortante. A atmosfera no ambiente estava carregada de uma mistura de ternura e preocupação, enquanto Christopher tentava criar um espaço de segurança para Emma enfrentar o que quer que a tivesse impelido a buscar abrigo em sua casa.