Capítulo 47

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— Você deseja colocar a menina que espera para adoção, Emma? — Questionou a obstetra, parecendo levemente confusa diante da pergunta. O olhar da médica refletia a sensibilidade para abordar um tema tão delicado, buscando compreender a intenção por trás da indagação de Emma.

— Eu... Eu não sei ainda. —Emma admitiu, encolhendo os ombros. Sentia como se ainda pudesse ouvir o incessante "Tun Dun, Tun Dun, Tun Dun" ecoando em seus ouvidos. Mesmo diante desse turbilhão emocional, ela reconhecia a necessidade de pensar sobre a situação com seu lado mais racional. A sombra da possível descoberta por parte de seu pai pairava sobre seus pensamentos, deixando-a perdida em meio a uma encruzilhada de decisões complexas, seu pai a mataria se descobrisse. — Eu só preciso saber como funciona, se eu colocar a minha menina para a adoção, ela irá parar em um daqueles abrigos horríveis que falam por aí? — Emma questionou, expressando sua preocupação com o destino que aguardava sua filha. A ansiedade permeava suas palavras, revelando o desejo genuíno de garantir o melhor para o bebê, mesmo considerando a difícil decisão da adoção.

— Não é uma possibilidade impossível, Emma, mas existem outros meios de adoção, como a adoção privada. — Explicou a obstetra parecendo receosa. — A adoção privada é uma opção onde você, como mãe biológica, pode ter mais controle e envolvimento no processo de adoção. — Esclareceu.

— Como assim? — Emma questionou, o cenho se franzindo.

— Nesse caso, todo o processo é mediado por uma agência de adoção e você pode ajudar a escolher os futuros pais para o seu bebê, estabelecer critérios e estar mais presente durante todo o processo de adoção. — Listou pacientemente. — Isso proporciona uma abordagem mais personalizada e, muitas vezes, oferece uma transição mais suave para a criança. Durante a adoção privada, você e os pais adotivos ainda podem estabelecer um plano de comunicação para manter um vínculo ao longo do tempo, se for do desejo de ambas as partes. Isso pode incluir cartas, fotos ou até mesmo visitas, dependendo do que for acordado entre vocês. — Lembrou vendo Emma erguer o rosto surpresa. — O objetivo é criar uma transição suave e positiva para a criança, permitindo que ela conheça sua história e tenha a segurança de que foi amada desde o início.

— Então, isso significa que ela pode ir para um lar que já está preparado para recebê-la desde o início? — Maite questionou, franzindo a testa com uma expressão confusa. A obstetra assentiu com um gesto compreensivo.

— Sim, exatamente. Se ambos concordarem, a transição pode ocorrer imediatamente após o nascimento, antes mesmo da saída do hospital. — A médica assegurou, enfatizando a possibilidade de estabelecer um plano de adoção privada que proporcionasse à criança um ambiente acolhedor e amoroso desde os primeiros momentos de sua vida. — Se essa for a sua escolha, posso te encaminhar para uma agência de adoção de confiança. — A obstetra reforçou, oferecendo a Emma uma rota segura e orientada para dar os próximos passos.

— Eu preciso pensar primeiro. — Emma disse, levantando-se da cadeira. Ela se encolheu brevemente, sentindo-se trêmula diante de todas aquelas informações, e a médica somente assentiu concordando. Enquanto Emma saía da sala, a médica ofereceu um aceno suave, afirmando que estaria disponível quando ela estivesse pronta para continuar a conversa ou buscar novas orientações.

— Emms, calma. — Maite a chamou, tentando alcançá-la, só conseguindo ficar próxima quando alcançaram a calçada da clínica. Emma tinha gastado quase toda a sua mesada naquela consulta, e ainda havia uma lista enorme de exames para fazer. A preocupação transparecia no rosto de Maite enquanto ela tentava confortar a amiga. — Olha, a gente pode tentar dar um jeito. O seu pai não irá fazer nada com você sabendo que você está grávida. — Maite sugeriu, buscando soluções para a situação.

Em nome da paixão - Livro 1Where stories live. Discover now