Capítulo 37

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— Eu amo você. — Ele afirmou, sem hesitar. As palavras reverberaram no ambiente, carregadas de um significado profundo, provocando a queda de algumas lágrimas nos olhos de Anahí. Nesse instante, ele delicadamente colocou uma mecha do cabelo dela para trás da orelha, como se esse gesto simbolizasse a ternura que envolvia suas palavras.

— Você me ama? — Ela confirmou, observando-o assentir enquanto delicadamente depositava um beijo em seu rosto. Ela fechou os olhos como se a confirmação causasse alguma espécie de dor profunda.

— Eu te amo. — Ele repetiu, sussurrando próximo ao ouvido dela. — Eu te amei o tempo inteiro, Anna. — Concluiu, suas palavras carregadas de sinceridade, preenchendo o momento com uma intensidade avassaladora.

Ela se lançou nos braços dele, percebendo a forma como os braços masculinos a envolviam, circulando a sua cintura em um abraço tão apertado que quase era capaz de a erguer do chão. Anahí afundou o rosto no pescoço dele, aspirando o perfume que conhecia tão bem. Por fim, encostou a testa contra a dele, os dois se encarando fixamente e permanecendo assim por um momento, enquanto uma complexa mistura de emoções os envolvia, causando mais dor do que eles conseguiam calcular.

Anahí ainda fechou os olhos, condenando-se interiormente por desejar intensamente que ele a beijasse naquele momento, ansiando por uma imprudência dele, ao ponto de ele arrancar suas roupas e fazerem amor novamente no chão do borboletário, como se fosse a primeira vez. No entanto, nenhum dos dois ousou se mover, permanecendo abraçados como se aquele gesto pudesse milagrosamente unir todos os pedacinhos quebrados deles. O silêncio que se estabeleceu entre eles era carregado de uma tensão palpável, onde as palavras não ditas falavam mais alto do que qualquer confissão.

Anna... Eu não queria que fosse assim. — Alfonso murmurou contra os cabelos dela, como se tentasse absorver o perfume feminino para guardar em sua memória, preservando aquele momento de uma maneira tão vivida. — Meu pai não tinha o direito de esconder isso de nós dois. Eu não posso ser apenas seu irmão, Anahí, não quando sinto um amor tão profundo assim por você, não enquanto eu te desejo como um louco. — Ele confessou de maneira dolorosa.

Anahí ergueu o rosto na direção dele, encontrando o olhar profundo de Alfonso. As palavras dele pairavam no ar, carregadas de uma sinceridade que mexiam profundamente com ela. Uma mistura de emoções tumultuando os seus pensamentos, enquanto tentava processar tudo.

— Alfonso, eu... — Anahí começou, mas as palavras se perderam em sua garganta. A proximidade entre eles tornava a atmosfera eletricamente carregada, e ela se sentia dividida entre o desejo avassalador que compartilhavam e as barreiras que existiam agora.

Os olhos de Alfonso mostravam uma mistura de tristeza e intensidade, como se estivesse ciente das dificuldades que enfrentariam. Ele acariciou suavemente a bochecha dela com o polegar, buscando conforto na conexão entre eles.

— Eu sei que é complicado, Anna. Mas não posso simplesmente ignorar o que sinto por você. Somos mais do que as circunstâncias que nos cercam, mais do que qualquer laço consanguíneo. — Ele declarou com determinação, seus olhos buscando os dela. Ela segurou o rosto de Alfonso entre suas mãos, olhando em seus olhos.

— Eu não sei como lidar com isso, mas sei que o que temos é real. — Confessou, a voz carregada de emoção. Alfonso assentiu lentamente, como se cada gesto fosse uma aceitação da complicada realidade que agora enfrentavam. Ele envolveu Anahí em seus braços novamente, como se quisesse protegê-la de todas as incertezas que existiam entre eles.

Alfonso e Anahí se afastaram levemente, ainda mantendo aquele contato visual que falava mais do que as palavras jamais poderiam expressar. Uma tensão pairava no ar, misturada com a dor da descoberta de serem irmãos biológicos, um fato que não poderiam ignorar. Anahí sentia seu coração dividido entre a força irresistível do amor que nutria por Alfonso e a realidade sombria que a relação de Daniel havia causado entre eles. Ela deslizou suas mãos para longe do rosto dele, a sensação de perda se aprofundando a cada segundo que passava.

Em nome da paixão - Livro 1Where stories live. Discover now