Em nome da paixão - Livro 1

Capítulo 52

— Christopher. — Sua voz soou baixa e trêmula no momento em que ele adentrava a suíte. Seu olhar era de urgência, pedindo sua atenção imediata. — Lembra quando falei sobre tomar um banho e ir para a maternidade? — Ela fez a pergunta com uma expressão preocupada, desenhando uma careta em seu rosto. Observou-o assentir de imediato, aproximando-se dela com um olhar cheio de apreensão. — Acho que não vai dar tempo. Ela quer nascer agora. — Ela constatou, suas palavras carregadas de urgência.

— Vou ligar para uma ambulância imediatamente. — Christopher decidiu com urgência, seus olhos encontrando os dela por alguns instantes antes de ela assentir em concordância. Ele se virou rapidamente, saindo da suíte apressado em busca do celular dela, determinado a agir o mais rápido possível.

Emma aproveitou o momento para alcançar um roupão no dispensador, envolvendo-se nele para se cobrir enquanto tirava o excesso de água do corpo. Quando terminou de sair do box do chuveiro, encontrou Christopher de volta ao quarto, falando apressadamente ao telefone sobre ela estar em trabalho de parto. Ela se aproximou lentamente, seus passos ainda um pouco hesitantes, enquanto ele desligava o telefone e vinha ao seu encontro. Com sua ajuda, Emma subiu cuidadosamente na cama, preparando-se para o que estava por vir.

— Eu queria poder explicar o quanto isso está doendo. — Emma murmurou entre os dentes cerrados, seu corpo se contorcendo de desconforto na cama. Ela apertou firmemente a mão de Christopher, buscando apoio enquanto uma onda de dor a percorria. Seus olhos refletiam um misto de medo e determinação, enquanto ela tentava reunir toda a coragem para enfrentar o que estava por vir.

Com um suspiro entrecortado, Emma travou os dentes diante da pressão crescente, seu corpo tenso enquanto a vontade de empurrar se tornava irresistível. Ela soltou um gemido abafado, sentindo-se compelida a fazer força para baixo, como se estivesse há muito tempo contendo essa vontade. A dor se intensificou, tornando-se quase insuportável, e ela arqueou as costas, cerrando os olhos com força enquanto os músculos de seu corpo trabalhavam em sincronia com a força da natureza. Cada contração era como uma onda de dor aguda, mas Emma persistia, empurrando com todas as suas forças até sentir que não podia mais.

— Vamos lá, Emma. Eu posso vê-la. — Christopher falou com uma voz tensa, seus olhos fixos em Emma enquanto ela se esforçava. Seu rosto estava vermelho e coberto de suor pelo esforço, mas havia uma determinação inabalável em seus olhos. Ele segurou sua mão com firmeza, transmitindo-lhe apoio e encorajamento enquanto testemunhava o momento. Emma ergueu o rosto, encontrando o olhar dele, e um sorriso trêmulo se formou em seus lábios suados. — Ela está chegando. — Christopher confirmou, sua voz carregada de emoção e alívio.

— Meu Deus. — Emma murmurou com uma voz embargada, uma única lágrima escapando do canto de seus olhos, misturando-se ao suor em seu rosto. A intensidade do momento a atingiu, inundando-a com uma mistura avassaladora de emoções, dor, medo, expectativa e, acima de tudo, uma inegável sensação de maravilha diante do milagre da vida.

Talvez tenha sido a imagem do homem que amava, ali, pronto para apoiar sua filha quando ela viesse, foi como um raio de força em meio à escuridão da dor. Saber que sua bebê estava ali, tão perto de ser finalmente recebida em seus braços, fez com que Emma se desse conta de que já havia suportado dores piores. Com a determinação renovada, respirou fundo, fixando o olhar, e concentrou todas as suas energias no esforço que fazia. Cada músculo de seu corpo parecia protestar, cada fibra de seu ser clamando por alívio da dor lancinante que a envolvia. No entanto, ela persistiu, forçando com toda a sua vontade, sentindo o ar escapar de seus pulmões, a agonia se intensificando a cada momento. Era como se a dor estivesse prestes a rasgá-la por dentro, mas Emma cerrava os dentes, o cenho franzido em determinação, até que finalmente não conseguiu mais conter o grito que irrompeu de seus lábios, ecoando pelo quarto.