Em nome da paixão - Livro 1

Capítulo 14

— Anahí! — Maite gritou enquanto tentava abrir caminho pelo aglomerado de pessoas que se amontoavam, fechando-se ao redor deles para assistir à cena. Christopher se aproximou primeiro, pegando a jaqueta jeans e colocando-a novamente nos ombros dela, colocando-se entre Anahí e Alfonso, claramente tentando evitar uma briga.

Alfonso, no entanto, não parecia ter a intenção de revidar. Ele somente soltou um palavrão e massageou o olho que latejava, lacrimejando brevemente.

— Definitivamente, já chega! — Christopher disse enquanto assistia ao circo se armando ao redor deles, com algumas pessoas pegando seus celulares na intenção de filmar uma possível briga. Ele segurou o rosto de Anahí entre suas mãos, mas ela parecia totalmente arisca. — Vamos embora, Anahí.

— Nunca mais pronuncie nada sobre o meu pai. Você não tem esse direito. — Ela cuspiu raivosa em direção a Alfonso, enquanto Maite a puxava na tentativa de abrir caminho para que elas saíssem. Quando finalmente chegaram do lado de fora, a brisa fria pareceu acalmar Anahí, e ela se encolheu, abraçando o próprio corpo.

— Tudo bem, lutadora de MMA. O carro está ali. — Christopher apontou, puxando Anahí, enquanto o motorista parava o carro em frente à calçada. Ele abriu a porta do carro para que ela entrasse.

— Eu posso levá-la. — Alfonso ofereceu, alcançando-os na calçada, enquanto Maite tentava colocar o cinto de segurança em Anahí, que não parava quieta. Maite hesitou, franzindo as sobrancelhas, temendo que Alfonso pudesse querer vingança pelo soco que levou. Se fosse estaria entregando a amiga aos lobos. — Minha noite já se encerrou de qualquer maneira, não precisam encerrar a de vocês também. A festa não parece que irá terminar tão cedo. — Alfonso comentou.

— Tudo bem, eu ligo amanhã para saber como ela está. — Maite concordou.

— Ótimo. — Alfonso assentiu quando Maite cedeu espaço para que ele entrasse no carro, sentando-se ao lado de Anahí.

O motorista não demorou muito a seguir o caminho de volta para casa, sob as orientações de Alfonso. À medida que o carro balançava, Anahí começou a fazer caretas, sentindo vertigens e o estômago revirar, como se tudo que tivesse comido e principalmente bebido travasse uma batalha em seu estômago. Quando o carro parou em frente à residência, aguardando que o portão fosse aberto, ela tinha uma expressão enojada no rosto.

— Tudo bem. — Alfonso se apressou em abrir a porta do carro e soltar o cinto de segurança que a prendia ao banco.

A primeira convulsão veio quase automaticamente, enquanto Anahí se curvava para fora do carro, vomitando na calçada. Alfonso se inclinou no carro ao lado dela, segurando seus cabelos para evitar que se sujassem, tentando prendê-los em um coque no alto de sua cabeça. Ele a viu parar de vomitar depois de um tempo, enquanto respirava fundo. No entanto, sabia que, dada a condição em que ela ainda estava, não tinha colocado nem metade para fora ainda.

— Você bebeu muita tequila. — Comentou com uma careta, vendo a expressão enojada se intensificar no rosto dela. — O que mais você bebeu, Anna? — Indagou enquanto arrumava seus cabelos nas mãos.

— Um pouco de muita coisa. — Ela respondeu, ainda parecendo nauseada. — Tinha muita cerveja. — Tentou se recordar do início da festa. — Depois veio a tequila. Vodca. Martini. Teve Cosmopolitan também. Vinho e depois uísque. — À medida que ela tentava recordar as bebidas, parecia que o enjoo piorava, e ela vomitou novamente, sem perceber o sorriso satisfeito que se abriu no rosto de Alfonso.

— Isso. — Ele incentivou, acariciando suas costas.

Anahí continuou vomitando até não ter mais nada para sair, e Alfonso a levou para dentro de casa, segurando-a pela cintura, a guiando até seu quarto, após ela se recusar a ser carregada no colo, andando meio acordada, meio dormindo, empurrando a porta com os pés. Anahí só pareceu acordar completamente quando a água fria do chuveiro bateu em sua cabeça. Como Alfonso já esperava, ela tentou o estapear ao tentar sair do box do banheiro.