Capítulo 48

93 7 40
                                    

— PAI! — Emma gritou, assustada, puxando a toalha de maneira que cobrisse o corpo, mas Michael parecia transtornado. Seus olhos vermelhos estavam abertos em placa, o rosto pálido, enquanto ofegava visivelmente.

— GRÁVIDA, SUA VAGABUNDA. VOCÊ ESTÁ GRÁVIDA? — Gritou como se fosse um rugido, se aproximando, no momento em que Emma gritava com o susto, encolhendo-se no canto do box, as mãos femininas cobrindo imediatamente o rosto por puro instinto, protegendo-se de um tapa que não veio, uma vez que Michael a puxou pelos braços, tirando-a debaixo do chuveiro.

— Pai, eu posso explicar, eu juro! — Emma prometeu, em meio a um soluço nervoso, enquanto era arrastada de qualquer maneira em direção ao quarto, caindo de mal jeito em cima de sua cama. A urgência em sua voz refletia a necessidade desesperada de esclarecer a situação. No entanto, seus apelos foram ignorados quando Michael retirou o cinto. — PAI, NÃO! — Gritou no momento em que o pai retirava o cinto, tentando sair do alcance dele, mas a primeira cinturada acertou suas pernas. — NÃO! — Emma gritou, tanto pelo susto quanto pela dor, quando a segunda cinturada acertou suas coxas. Emma tentou escapar, mas Michael não parou. O foco era claramente a barriga dela.

Desesperada, ela se debateu em cima do colchão, gritando de dor e se virando de bruços numa tentativa clara de proteger a barriga, enquanto tentava se esquivar. No entanto, não houve piedade nem misericórdia, apenas o som de couro cortando o ar, indo contra a pele delicada e ferindo-a, acompanhado pelos gritos de dor dela, pedindo desesperadamente por piedade. A violência e o sofrimento parecendo preencher todo o quarto, transformando o ambiente num palco de angústia e desespero.

— EU VOU TIRAR ISSO DE DENTRO DE VOCÊ À FORÇA. — Garantiu aos berros, ofegando penosamente com o esforço. — EU SABIA QUE OS SEUS HORMÔNIOS ESTAVAM FORA DO LUGAR. — Grunhiu com um sorriso se abrindo em seus lábios, somando a ira que sentia, formando uma expressão assassina no rosto masculino. — Eu tinha lhe dito, filhinha, se esse era o problema, eu mesmo poderia resolver. — Garantiu, puxando-a pelas pernas em sua direção, enquanto ela gritava e se debatia, tentando chutá-lo. — Você ia amar isso, não é mesmo? Claro que ia, como a boa putinha que você é. — Garantiu, tentando manter as pernas dela presas, mas ela não parava quieta. Isso pareceu ser um combustível para ele, que riu, dando uma mordida particularmente dolorosa contra a perna dela, as mãos largando a coxa feminina, puxando-a com brutalidade pelos tornozelos e subindo em cima dela e tentando se desviar da toalha que ela mantinha presa ao corpo a todo o custo.

— Me solta! — Gritou em completo pânico, enquanto se debatia, travando as pernas na tentativa de se libertar dele.

Alfonso franziu o cenho ao chegar na entrada da casa, onde pretendia pedir ajuda a Emma para escolher um presente que pretendia dar a Anahí, durante a viagem dos dois. No entanto, ao se deparar com gritos vindos de dentro, sua preocupação pareceu crescer. A porta estava destrancada, então, com passos hesitantes, ele decidiu entrar. Subiu as escadas com cautela, mantendo o celular à mão para chamar a polícia se necessário. No entanto, o que seus olhos encontraram foi um cenário chocante: Michael estava em cima de Emma, com a calça aberta, enquanto ela gritava e se debatia, tentando escapar debaixo dele, e a toalha que ela tentava segurar se tornava somente retalhos.

— LARGA ELA! — Gritou com urgência, adentrando o quarto de Emma em passadas largas e empurrando Michael para longe dela, um soco acertando a orelha do pai de Emma no momento que o empurrava, o deixando tonto.

Emma encolheu-se, segurando o travesseiro firmemente à frente do corpo como uma frágil barreira protetora. A raiz do cabelo sangrava, um filete escarlate alcançando a sua sobrancelha, resultado das batidas violentas contra a cabeceira da cama em sua luta para escapar do pai. Tinha um inchado na bochecha direita, vermelha, que provavelmente ficaria roxo. Sentia também as marcas dolorosas das cinturadas que recebeu em suas costas e em suas pernas, agora adornadas por feridas evidentes. Uma cólica intensa percorria todo o ventre, como se cada parte de sua barriga protestasse simultaneamente contra a brutalidade sofrida. No entanto, Emma não podia se dar ao luxo de verificar seu estado naquele momento, focando apenas em se resguardar da ameaça que era ainda estar ali.

Em nome da paixão - Livro 1Where stories live. Discover now